sexta-feira, 24 de abril de 2009

MST e violência contra cadáveres

Paulo Henrique Chaves (*)
Junto com as narrativas da covarde execução de quatro colonos e vigias de uma fazenda em Pernambuco por integrantes do MST, chegou a nossas mãos farto material sobre a invasão da fazenda São Vicente, no município de Salgadinho, no mesmo Estado, onde a sanha revolucionária do MST não poupou sequer os cadáveres que jaziam em suas tumbas.

O macabro episódio teve seu início com a invasão em 18 de maio de 2003 da fazenda pertencente ao Dr. Raimundo Barbosa Braga, à Profa. Neuciene Souto Maior Braga e a mais dois outros herdeiros por uma horda do MST. O primeiro ato praticado pelos ditos sem terra foi o de trocar a placa da fazenda “São Vicente” por outra: “Assentamento Carlos Marighela”.

A fazenda de apenas 123 hectares era produtiva, e, quer pelo tamanho quer pela produtividade, não se enquadrava em nenhum dos requisitos que pudesse justificar a sua desapropriação para efeitos de Reforma Agrária, infelizmente contemplada pela espúria lei vigente no Brasil sobre a polêmica questão fundiária, que se arrasta por mais de meio século.

Quem narra a tragédia acima é Raymundo Wilsom Barbosa Braga, filho de um dos proprietários. “Sou mais uma das verdadeiras vítimas do terrorismo, junto com minha família. O MST invadiu e ocupou a fazenda São Vicente por quatro meses. Durante todo esse período os invasores não sofreram nenhuma ameaça ou agressão por parte de seus legítimos proprietários”.

E prossegue Raymundo sua narrativa: “Logo após a invasão, minha mãe, minha irmã e tia foram obrigadas a entrar na própria casa para fazer a remoção forçada de seus pertences [...] Meu pai foi obrigado a vender seus bois e cavalos sob ameaça de que se ele não os vendesse, simplesmente os perderia.

“Durante os quatro meses que permaneceram na fazenda, os invasores do MST ocuparam todas as suas dependências, arrasaram todas as suas plantações, arrombaram o escritório de meu pai e destruíram vários livros manuscritos que ele ainda não havia publicado. Roubaram centenas de objetos, destruíram a reserva florestal permanente”.

Era costume do Brasil de antigamente possuir cemitérios nas próprias fazendas. Sobretudo na zona canavieira do Nordeste, em quase todas as fazendas existe um pequeno cemitério. Pois bem, leitor, esses malfeitores chegaram a “violar a sepultura dos meus antepassados à busca de dentes e de outros possíveis objetos de ouro”, afirma Raymundo demonstrando desconsolo.

E justificando suas afirmações sobre esse assombroso acontecimento, Raymundo aponta para os autos do processo, cita – entre outros – o documento de número 4 que consta no livro de registro de queixas da Delegacia de Salgadinho, além de testemunhas que atestam a violação das sepulturas.

Causam pasmo tais monstruosidades que vêm se operando em nosso País. Não são apenas as leis que são desrespeitadas! Nem mesmo o “descanso dos justos que morrem na paz do Senhor”, como tão poeticamente nos diz a liturgia católica para o sepultamento de um fiel, é respeitado.

Com efeito, violam-se as leis civis que tipificam como crime profanar cadáveres. E violam-se também os ditames da Santa Igreja que considera tal prática uma grave profanação.
_______
(*) Paulo Henrique Chaves é colaborador da ABIM

Pílula anticoncepcional provocou “catástrofe demográfica”

O químico austríaco Carl Djerassi (foto), 85 anos, co-inventor da pílula anticoncepcional, agora deplora sua invenção como causa de uma “catástrofe demográfica”, segundo o diário “Der Standard” da Áustria. Para o químico, a limitação da natalidade gerou um “cenário de horror”: Na maior parte da Europa, deixou de haver “conexão entre a sexualidade e a reprodução. Na católica Áustria, país em que a média de crianças por família é 1,4, essa dissociação agora é completa”. Os jovens austríacos que deixaram de gerar filhos estão, segundo ele, cometendo um suicídio nacional.
(Agência Boa Imprensa –– ABIM)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

“Lembra-te, ó homem, que tu és pó e em pó hás de tornar”

Pe. David Francisquini (*)

A Quaresma encerra em sua liturgia dois elementos primordiais. Primeiramente, os fiéis culpados devem reparar as suas faltas por meio da oração e da penitência. Em segundo lugar, este tempo litúrgico visa arrancar os fiéis das trevas do paganismo para a vida da graça, vivificando-os como filhos de Deus.

Enquanto o batismo nos transforma na vida divina, a penitência nos restaura essa mesma vida, perdida pelo pecado. Ao começar a Quaresma, a Igreja nos cobre de cinzas lembrando-nos que somos criaturas sujeitas ao sofrimento e à morte: “Lembra-te, ó homem, que tu és pó e em pó hás de tornar”.

Ao ensinar sobre a Quaresma, no século V, São Leão Magno concita os cristãos a elevar seus pensamentos para os grandes mistérios de nossa Redenção, e ao mesmo tempo desapegar-se dos laivos que os prende a satanás e ao mundo. E Bento XIV, no século XVIII, acrescenta: a observância da Quaresma é o vínculo da nossa milícia.

Ao estabelecer um tempo tão santo e rico de significado como a Quaresma, a Igreja ensina a seus fiéis que eles devem se purificar de seus pecados por meio das boas obras como a oração, o jejum e a esmola. Mas de nada adiantarão jejuns, abstinências e esmolas se os corações permanecerem apegados ao pecado.

Como um retiro espiritual, a Quaresma traz enorme bem para as almas. E a Igreja tem o método de como conduzir os fiéis a essa fonte inesgotável, em que todos beberão do coração chagado de Cristo, pela meditação, reflexão, oração, confissão e comunhão, como ainda pela vida de recolhimento que este tempo pede.

Tal retiro termina com a confissão e comunhão no tempo da Páscoa, verdadeira transformação espiritual em que o cristão ressurge com Cristo para uma vida nova. Tais práticas exteriores, além de desenvolver o espírito de Cristo, nos unem a Ele nos sofrimentos, na oração e no jejum.

Nesse tempo a Igreja estabelece jejum e abstinência de carne na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira da Paixão. O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo deu o exemplo de jejum e abstinência para começar sua vida pública, permanecendo durante quarenta dias no deserto em rigoroso jejum.

Pela oração entendemos todos os atos de piedade, como freqüência à missa, comunhão, leitura de bons livros, meditação sobre a Paixão de Cristo e a Via Sacra –– meditações acompanhadas de orações diante das catorze estações que representam os sofrimentos da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Via Sacra deve sua origem à Virgem Maria. Segundo a Tradição, Ela –– após o sepultamento e a Ascensão de Jesus Cristo –– percorreu muitas vezes o caminho feito por seu divino Filho até o Calvário. A Via Sacra é um dos meios mais eficazes para converter os pecadores e tornar os justos mais perfeitos.
__________
(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria – Cardoso Moreira (RJ)

Mais um ex-agente da KGB para dirigir a IO russa

Mais um ex-agente da KGB para dirigir a IO russa
A chamada Igreja Ortodoxa Russa (IO), velho cisma da Igreja Católica, elegeu novo chefe, que é o patriarca de Moscou. Do mesmo modo que o falecido patriarca Alexis II, o recém-eleito foi agente da KGB (foto) –– a antiga polícia encarregada da repressão política e ideológica sob a ditadura dos sovietes, hoje talvez mais poderosa que nunca. O verdadeiro nome do novo patriarca é Vladimir Gundiaiev. Seu nome oficial é Kirill, mas para a KGB é o agente Mikhailov, informou o diário “Il Giornale” de Milão. Era metropolita de Smolensk e Kaliningrado, além de “ministro do exterior” da IO. Possantes indícios sugerem que a verdadeira eleição não foi realizada no “conclave” da IO, mas na mesa de trabalho do ex-coronel da KGB e omniarca da Rússia, Vladimir Putin. Kirill promete ser um paladino do “diálogo” com o Vaticano.
Agência Boa Imprensa (ABIM)

Contradições do chamado “aquecimento global”

Em outubro a Câmara dos Comuns inglesa aprovou a chamada “Mãe de Todas as Leis”, que visa combater o contestado aumento de temperatura global devido a causas humanas. Enquanto se realizava a votação, Londres e o próprio Parlamento (foto) encontravam-se cobertos por uma nevada como não ocorria desde 1922. Em fevereiro último, mais um volume recorde de neve. Sem perturbar-se com essa contradição, a Câmara dos Comuns aprovou a mencionada lei, criando enorme aparato burocrático que invade inúmeras áreas da atividade humana, com mais controles estatais socializantes. A imprensa americana sublinhou o estranho descolamento entre a mídia e a maioria dos ingleses a respeito de “aquecimento global”. 60% deles duvidam dessa teoria, sendo cada vez mais numerosos os que julgam tal aquecimento “não ser tão ruim quanto estão dizendo”.
Agência Boa Imprensa (ABIM)

terça-feira, 7 de abril de 2009

Denúncia vinda do Leste europeu:o comunismo continua ativo

Representantes de 13 conferências episcopais da Europa do Leste realizaram em Zagreb sua 3ª reunião após a queda do Muro de Berlim (1989). Segundo a agência Zenit, para esses bispos a “estrutura [do comunismo] permanece na legislação e no Judiciário, na economia, educação e cultura”. No encerramento da reunião, afirmou o Cardeal de Zagreb: a verdade “é que o sistema comunista quebrou, mas seus restos são muito resistentes e se manifestam promovendo as mesmas falsidades, não somente por meio da política e no relacionamento com o passado, mas também na educação, ciência e ensino”. Para os prelados, a Igreja deve lutar “contra a tendência de calar sobre o que aconteceu realmente” sob o comunismo, e assestar um foco especial nos mártires causados por ele, em ódio à fé.

Agência Boa Imprensa – ABIM

Maioria dos ingleses abandona teoria de Darwin

Mais da metade (51% x 40%) dos ingleses julga que o evolucionismo não consegue explicar a complexidade da vida; e que, portanto, um projeto inteligente deve ter presidido o aparecimento de um universo ordenado. Além do mais, um terço dos britânicos acredita na criação divina. Os dados provêm de uma enquete da empresa ComRes e foram noticiados pelo diário “The Telegraph” de Londres. A imagem do evolucionismo piorou muito após um dos seus máximos apologistas, o biólogo Richard Dawkins, promover uma campanha de cartazes colados em ônibus, convidando os homens a esquecer Deus. Com isso ele pôs em evidência que o evolucionismo é um véu para difundir o ateísmo. Informado a respeito da pesquisa da ComRes, Dawkins respondeu que grande parte da população inglesa é “ignorante como um porco”, segundo “The Telegraph”. Sem comentários...
Agência Boa Imprensa – ABIM

Quantos hoje imitam Pilatos!


Pe. David Francisquini (*)

Por que Jesus Cristo padeceu e morreu pregado numa Cruz? Se Ele é a inocência por excelência, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, por que os homens O cobriram de ultrajes, de ignomínias e de dores? Para entender o que se passou com o Filho de Deus, devemos remontar ao momento no qual Deus foi ultrajado pela desobediência e soberba de nossos primeiros pais.

Para reparar tamanha infâmia e suas conseqüências para a humanidade, Deus prometeu ao mundo um Redentor. O pecado original privara o homem da graça de Deus, as portas do Céu se fecharam para ele, a cegueira grassava em seu espírito, a inclinação para o mal o conduzia ao vício e à desordem dos sentidos, à doença, à morte, enfim, a todas as misérias deste mundo.

Se quem pecou foi o homem, não deveria ele pagar por esse medonho pecado? Mas como poderia ele, dotado de natureza limitada e finita, reparar uma ofensa infinita feita a um Deus infinito? A ofensa se mede pelo ofendido, e não só pela própria ofensa e pelo ofensor. Tão-só um Deus-homem seria capaz de remediar as conseqüências de tal pecado. Donde a Redenção prometida por Deus Pai e consumada por Deus Filho no alto do Calvário ao morrer crucificado entre dois ladrões. Se Jesus Cristo não tivesse se encarnado e morrido para pagar a dívida infinita dos pecados dos homens, todos seríamos escravos do demônio e excluídos da visão beatífica, do Céu para onde vão os justos após a morte.

A despeito da pregação da doutrina cheia de unção e de força do amor a Deus e ao próximo confirmada pelos mais portentosos milagres, o ódio e a perseguição ao Divino Redentor foram num crescendo até atingir o paroxismo. “É preciso que um homem morra para salvar o povo”, disse Caifás em sua casa, onde se encontravam sacerdotes, escribas e anciãos.

Vindo de encontro aos funestos desejos dessa assembléia, Judas Iscariotes foi a peça-chave para que Jesus Cristo fosse entregue nas mãos de seus algozes. Sua pergunta infame –– “Quanto me dareis se eu vo-lo entregar?” –– causou alegria e foi prontamente aceita. Depois da última ceia, quando celebrou a primeira Missa, Cristo dirigiu-se com seus Apóstolos para rezar no Horto das Oliveiras.

Não tardou Judas a chegar com uma turba portando archotes, lanças, espadas e varapaus. Jesus foi amarrado e arrastado até os tribunais de Anás e Caifás. O príncipe dos sacerdotes lhe disse: “Conjuro-te pelo Deus vivo, que nos diga se és o Cristo, o Filho de Deus”. Respondeu-lhe Jesus: “Sim, eu sou. Digo-vos, porém, que de ora em diante vereis o filho do homem sentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do Céu”.
Então o príncipe dos sacerdotes rasgou suas vestes, dizendo: “Blasfemou, que vos parece?”. E os presentes bradaram: “É réu de morte!” Conduzido ao pretório de Pilatos, Jesus Cristo foi cruelmente açoitado, coroado de espinhos, vestido com um manto de irrisão e condenado à morte de cruz. Diante daquele populacho açulado, que preferiu a liberdade do criminoso à do Justo, foi cometido o crime mais hediondo de toda a História. E quantos hoje a seu modo imitam Pilatos, o proconsul romano, autor da iníqua sentença que condenou nosso Redentor!

Percorreu Jesus Cristo a Via dolorosa até o Calvário, onde Se deixou crucificar e morrer pela salvação dos homens, por este homem que sou eu. “Tudo está consumado” –– foram suas últimas palavras, e, inclinando suavemente a cabeça, entregou o seu espírito.

Aos pés da Cruz estava sua Mãe Santíssima acompanhada das santas mulheres. Por Eva, o pecado entrara no mundo. Por Maria, nos adveio o Salvador e Redentor da humanidade.
(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria – Cardoso Moreira (RJ)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A sucuri pode comer o boi, mas depois não se move

A absurda demarcação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, em Roraima, foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal, com o voto contrário do ministro Marco Aurélio de Mello

Nelson Ramos Barretto (*)

Em artigo intitulado SÓ UM JUSTO, a socióloga Maria Lúcia Víctor Barbosa assim definiu: “O julgamento pelo STF [...] culminou naquilo que já se esperava: a continuidade da área de 1,7 milhão de hectares ou 12 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Isso significa que essa parte do território nacional [...] pertence agora a uma ‘nação indígena’ e nela não poderão viver ou sequer pisar os chamados ‘não índios’ (termo politicamente correto), como se todos nós, brancos, negros, pardos não fôssemos brasileiros.

“Segundo o ministro Carlos Ayres Britto, os arrozeiros devem ser expulsos imediatamente da reserva, como se bandidos fossem. Note-se que os ‘não índios’, que compõem 1,5% dos habitantes do local, produzem 70% do arroz de Roraima, ou 106 mil toneladas das 11,04 milhões que são produzidas em todo o Brasil.

“Só um justo, o ministro Marco Aurélio de Mello, votou contra a abstrusa demarcação. O ministro foi, além de justo, corajoso, coerente, clarividente, lúcido. Mas, só um justo não salva o Brasil. [...] Aos índios foi dado o direito de voltar ao atraso primitivo, de se aliar aos que vindo de fora quiserem se estabelecer nas terras de ninguém, ou seja, dos 18 mil índios, gatos pingados naquele ermo sem defesa. Que venham os ‘companheiros das Farc’, os ‘cobiçosos estrangeiros’, os madeireiros, os ‘predadores’ de todo o tipo que devastam a natureza e levam a riqueza que o País estupidamente não sabe usar. Ninguém vai tomar conhecimento”.(1)
* * *
Em seu voto de 120 páginas, o ministro Marco Aurélio apontou inúmeros vícios no procedimento administrativo para definir a área. Por exemplo, não se poderiam desconsiderar os títulos de propriedade reconhecidos como de “bom valor pelo Estado”. E foi além ao considerar as limitações à liberdade de ir e vir de brasileiros na área, qualificando-as de um “verdadeiro apartheid”, que sequer interessa aos índios já num adiantado aculturamento.

Ele alegou que o Brasil poderá até ser levado a responder perante entidades internacionais, se deixar de reconhecer a legalidade de títulos de determinadas terras por meio de processo judicial transitado em julgado. “Cumpre asseverar ser direito humano a proteção da propriedade privada”.
* * *
Marco Aurélio de Mello ressaltou a previsão acertada do inspirador da revista Catolicismo:

“Também vale registrar que, em 1987, o professor Plinio Corrêa de Oliveira, autor de ‘Tribalismo Indígena –– Ideal Comuno-Missionário para o Brasil no Século XXI’, diante dos trabalhos de elaboração da Carta de 1988, advertiu: ‘O Projeto de Constituição, a adotar-se em uma concepção tão hipertrofiada dos direitos dos índios, abre caminho a que se venha a reconhecer aos vários agrupamentos indígenas uma como que soberania diminutae rationis. Uma autodeterminação, segundo a expressão consagrada (Projeto de Constituição angustia o País, Editora Vera Cruz, São Paulo, 1987, p. 182; e p. 119 da obra citada).

“Proféticas palavras tendo em conta, até mesmo, o fato de o Brasil, em setembro de 2007, haver concorrido, no âmbito da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, para a aprovação da Declaração Universal dos Direitos dos Indígenas”.

Quem assistiu à sessão do STF saiu perplexo: como pôde aquela Corte voltar-se contra a Nação e o povo brasileiro? A Câmara e o Senado formaram comissões especiais, analisaram essa demarcação e concluíram pela sua rejeição.

Por outro lado, a população indígena manifestou-se, em sua maioria, contrária à demarcação, e por isso não foi consultada. Prevaleceu a opinião do Conselho Indigenista de Roraima (CIR), ligado e financiado por ONGs e a esquerda católica.

Igualmente, as Forças Armadas rejeitaram essa política indigenista, com destaque para as declarações do General Augusto Heleno, Comandante da Amazônia, que a classificou de “caótica”.
Com essa decisão do Supremo Tribunal Federal, nem sequer foram cedidos os 5% da área pertencentes aos produtores com posse centenária, todos classificados pelo relator como míseros invasores.

Do Rio Grande do Sul, o jornalista Percival Puggina brada: “No norte do País, cidadãos brasileiros recebiam pela TV, viva voz e viva imagem, a notícia da expulsão imediata, emitida entre bocejos pelos senhores da Corte. Ao lixo os títulos de propriedade legítimos e os longos anos de árduo trabalho familiar nas terras que a União lhes vendeu. Ao lixo suas lavouras plantadas e seus rebanhos no pasto. Ponham-se na rua, todos, com suas famílias, moradias, máquinas e bens! A Corte decidiu e a Corte, visivelmente, está cansada. Isso é que é trabalho duro. Moleza é plantar arroz no trópico e discutir antropologia com padres que não evangelizam os índios e que desevangelizam os não-índios”.(2)

O que resultará dessa fatídica decisão? Como ficarão as inúmeras famílias de índios casados com não índios? Divididas? E os indígenas contrários à demarcação e de etnias diferentes reunidas nessa pequena torre de Babel, agora entregues à sua própria sorte? E se amanhã vier a faltar arroz em nossas mesas?

Diz a sabedoria do caboclo do nosso lendário Pantanal: “A sucuri pode comer o boi, mas depois não se move”.
_______________
Notas:
(*) O autor é colaborador da Agência Boa Imprensa -- ABIM.
1. http://www.diegocasagrande.com.br/index.php?flavor=lerArtigo&id=1088
2. http://www.puggina.org