segunda-feira, 25 de julho de 2011

AS “NETAS DE DEUS” (II)



Pe. David Francisquini (*)

Sempre com fundamento na doutrina católica, damos hoje prosseguimento à matéria sobre a liceidade da veneração de imagens a partir da vinda à Terra do Filho de Deus, encarnando-se no seio virginal de Maria Santíssima. Segundo São João Damasceno, Aquele que era e é invisível para nós se torna assim visível.

Com efeito, prossegue o Padre oriental da Igreja, uma das grandes figuras do cristianismo não só da época em que viveu (séc. VII e VIII), mas de todos os tempos: “Aquele que é puramente espiritual se torna carne e vive entre nós. É o instrumento que Deus nos deu para nossa redenção e salvação”.

Esta nova aliança com o gênero humano, Deus a quis selar tornando-se Ele próprio membro integrante desse gênero pela união hipostática.

Cientistas analisaram a mortalha com que Cristo fora envolvido no Santo Sepulcro, conhecida como Santo Sudário de Turim [foto]. Nela se encontra portentosamente a figura do divino corpo. As chagas nele impressas são de tal modo visíveis, que escultores puderam talhar em madeira uma reprodução exata de Cristo morto e pregado na cruz.

Numa época como a nossa, adiantada em conhecimento técnico e científico, mas decadente e sem fé, as descobertas no Santo Sudário vieram confirmar tudo aquilo que fora narrado nas Sagradas Escrituras: Cristo padecendo e morrendo por nós, mostrou ao mundo inteiro que Ele quis nos deixar a sua figura sagrada impressa naquele tecido.

Ainda na Paixão, o gesto de coragem e dedicação de Verônica [pintura ao lado] ao enxugar o rosto de do Divino Redentor foi recompensado com a impressão miraculosa de sua santa Face na toalha. Todas as relíquias da Paixão — a Santa Cruz, os cravos, a coroa de espinhos — merecem atos de adoração por pertencerem ao Homem-Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade.

O culto de latria, ou de adoração, é prestado somente a Deus. Aos santos são prestados cultos de dulia, ou seja, culto de veneração, de homenagem feita ao próprio santo por ser amigo de Deus. E o culto que se presta a Virgem Santíssima é o de hiperdulia, pelo fato de ser Ela a mãe de Deus por obra do Espírito Santo.

Lembramos mais uma vez que não existe na Igreja adoração de imagens de santos, da Santíssima Virgem, e nem mesmo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nós católicos as veneramos, as tratamos com respeito, rendemos-lhes as devidas homenagens, porquanto elas nos animam e nos incentivam na fé, na devoção e na piedade.

Se precisarmos falar com um chefe de Estado, o expediente mais simples consiste o mais das vezes em fazê-lo através de um de seus ministros, ou mesmo de um amigo próximo dele, para assim alcançarmos o mais rapidamente possível o almejado.

Analogamente, ao rezarmos diante de uma imagem de determinado santo, nós o focalizamos enquanto amigo e intercessor junto a Deus. No Ritual Romano, a Igreja tem bênçãos especiais para que tais objetos se tornem sagrados.

Deixo mais uma vez a promessa de voltar ainda ao assunto na primeira ocasião.
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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ

domingo, 10 de julho de 2011

Megalópoles de pesadelo planejadas por Pequim


Pequim visa criar até 2020 uma megalópole – o Delta do Rio Pérola – que fundirá nove cidades e ocupará 42.000 km². Essa gigantesca futura cidade será maior que a Suíça e terá 45 milhões de habitantes. O conjunto poderia ser superado pela megalópole que amalgamaria Pequim e Tianjin, atingindo 260 milhões de habitantes, 36% mais que a população brasileira. Nesses aglomerados o indivíduo ficará reduzido a um grão de areia, valor que o comunismo chinês atribui às pessoas. Os planejadores marxistas já construíram a megalópole interiorana de Kangbashi [foto], na fronteira com a Mongólia. Foram gastos mais de 160 bilhões de dólares em prédios futuristas, com avenidas, museus, teatros e até um autódromo. Mas em Kangbashi ninguém quer ir morar e hoje ela não passa de uma cidade fantasma...
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Agência Boa Imprensa

Onda de revoltas alastra-se pela China vermelha


A ditadura chinesa passou dificuldades para recuperar o controle das ruas de Cantão (Guangzhou), centro industrial do sudeste, após um fim de semana de protestos populares. Na semana precedente, enfrentamentos entre operários e a repressão socialista ocorreram também em Chaozhou, a 340 quilômetros de Cantão. “Uma pequena faísca pode fazer explodir tudo”, escreveu Geoffrey Crothall, analista do “China Labor Bulletin”, de Hong Kong. Apenas em 2010, os motins populares ultrapassaram 130 mil (em 2006 foram 60 mil). A população está revoltada devido às limitações impostas aos seus anseios pelo direito de propriedade particular e melhores salários.
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Agência Boa Imprensa

China: escravos explorados para jogos virtuais


Prisioneiros chineses são obrigados a jogar videogames até desmaiarem, a fim de angariar dinheiro para o regime, denunciou o diário britânico “The Guardian”. No Ocidente, o jogador crê estar jogando com outro cidadão que procura entretenimento. Na China comunista, por trás do nome fictício, há um escravo submetido às violências dos carcereiros. Liu Dali, prisioneiro numa mina de carvão, contou que os trabalhadores forçados que não atingiam a quota estabelecida sofriam sovas e torturas físicas. “Ficávamos jogando até não conseguirmos enxergar mais nada”, disse. Que contas prestarão a Deus aqueles que, no Ocidente, por um prazer passageiro contribuem para manter esse cruel sistema de exploração de seres humanos?
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Agência Boa Imprensa

quarta-feira, 6 de julho de 2011

PESADELO CHINÊS


Hélio Dias Viana (*)

Se os pesadelos fossem só um fenômeno individual, a vida não seria tão difícil; mas quando eles se tornam coletivos, aí a coisa de fato se complica.

Se a falta de trabalho pode causar insônia, trabalho em excesso geralmente causa pesadelo. Quanto mais se o excesso não for voluntário, mas exigência de um patrão desalmado, que mantém seus empregados em regime de trabalho escravo!

E, entretanto, somos obrigados a conviver cada vez mais com produtos de um país cuja população inteira vive em constante pesadelo: a China. Sem nos darmos conta de que tais produtos provêem do suor de pessoas que são privadas de trabalhar livremente, de receber justo salário, e cuja parcela católica – por exemplo – não goza de liberdade de culto!

Ao mesmo tempo, nossos governos tratam com os ditadores chineses com a mesma naturalidade com que se entendem com os dirigentes de qualquer país democrático. E vão permitindo que o dragão amarelo vá deitando cada vez mais seus tentáculos em atividades que freqüentemente comprometem a própria segurança interna de seus respectivos países.

É o que, por exemplo, acaba de suceder na Grécia. Para “salvá-la” da crise, a China literalmente aportou ali, adquirindo o importante Porto de Pireu (ela já comprara, bem próximo de nós e entre muitos outros, um porto no Peru. Só para falar de portos...). Ela já se ofereceu para “salvar” da crise outros países civilizados, entre eles a Espanha, que vão assim ficando na sua dependência.

É também sabido que no Brasil a cobiça chinesa se tem feito sentir de modo preocupante, tanto pela conivência de nossos dirigentes como pela falta de atenção da opinião pública, desinformada ou distraída, muitas vezes com coisas secundárias.

Precisamos estar vigilantes. Enquanto o mundo oficial de inúmeros países faz todo tipo de mesuras e concessões à China, nosso próprio direito de conhecer o que ali se passa está sendo cerceado pelo seu regime opressor; publicações que denunciam a verdadeira realidade chinesa são proibidas. É o caso, por exemplo, do blog Pesadelo chinês (www.pesadelochines.blogspot.com), cuja leitura recomendo vivamente. Conselho que infelizmente não pode ser dado às populações de Pequim, Shangai ou Guangzhou... O leitor entenderá por quê.
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(*)  Hélio Dias Viana é colaborar da ABIM

sexta-feira, 1 de julho de 2011

AS “NETAS DE DEUS”

Moeda, conhecida como “Luis de ouro” (tesouro de Notre Dame), com a efígie do rei São Luis IX (séc. XIII)
Pe. David Francisquini (*)

Assim como se cunham moedas para distinguir e enobrecer personagens ilustres, ou ainda para ressaltar acontecimentos históricos e simbólicos da ordem temporal, com todo o propósito podem-se esculpir ou pintar imagens daqueles que se distinguiram pela virtude e santidade na ordem espiritual.

A sã filosofia nos ensina que sendo o homem composto de corpo e alma, nenhuma idéia ou imagem chega à sua inteligência sem antes passar pelos sentidos. Com esse pressuposto, a pedagogia católica não encontrou melhor maneira de lembrar e perpetuar a santidade de uma pessoa do que a retratando através de sua pintura ou escultura.

Por exemplo, quanto mais requintada for uma pintura ou escultura representando as três pessoas da Santíssima Trindade tanto maior será a idéia que o homem poderá fazer delas — dentro, evidentemente, do limite da compreensão humana do incompreensível. E, guardadas todas as abissais proporções, análoga lembrança poder-se-á aplicar também aos filhos justos e modelares do Criador.

Como conhecer um justo nesse mundo? — Aquele que segue ou procura seguir estritamente a vontade de Deus. São José, por exemplo, foi qualificado pelas Escrituras como varão justo. Outros personagens se distinguem de tal modo na prática amorosa da Lei Santa que se tornam amigos íntimos de Deus, luzes reflexas do próprio Deus.

Em sua sabedoria infinita, o Onipotente enriqueceu a natureza com uma grande variedade de seres, cada qual retratando uma de suas facetas. Isso para que tais seres não apenas atendessem aos divinos desígnios, mas ainda visando servirem de constante convite ao homem, no sentido de se elevarem à Causa das causas. E assim conhecer, amar e servir a Deus neste mundo.

A pintura e a escultura — “netas de Deus”, na linguagem de Dante Alighieri — são produtos da inteligência humana que ao enriquecerem com sua beleza os templos sagrados concorrem para o incremento da piedade e da devoção dos fiéis, elevando-os a Nosso Senhor.

Quando moldadas pela piedade e pelo bom espírito, tais obras ficam impregnadas de bênçãos, atuando às vezes por obra do Espírito Santo no íntimo dos corações dos pecadores e movendo-os a mudar de vida.

O próprio Templo de Jerusalém — a Casa de Deus por excelência no Antigo Testamento — era adornado por inspiração divina com uma enorme diversidade de símbolos: palmeiras, a Arca da Aliança [pintura ao lado], as Tábuas da Lei, a vara de Aarão, os querubins, e tantas outras figuras para lembrar a vinda do futuro Salvador do mundo.

Inclinados infelizmente à idolatria, os hebreus recorriam com frequência a esta prática criminosa erigindo e cultuando criaturas em lugar de Deus. Preocupada com a idolatria e mesmo com o panteísmo do povo escolhido, a pedagogia divina no Antigo Testamento tomara todo o cuidado para evitar que as almas fossem influenciadas por tal concepção errônea.

Sendo Deus invisível, absoluto, transcendente, puramente espiritual, dotado de inteligência perfeitíssima e de vontade santíssima, era de certo modo inacessível ao povo hebreu. Daí decorria para eles, de um lado, a necessidade psicológica de confeccionar imagens, e de outro, a proibição de o fazerem, a fim de evitar a idolatria, prática comum no Antigo Testamento.

Com fundamento na doutrina da Santa Igreja e nos seus santos, pretendo no próximo artigo justificar a confecção de imagens a partir da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ