quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Democracia vai se extinguindo na União Europeia

A tendência de estender os poderes da União Europeia (UE), com pretexto de tirá-la da crise, caracteriza a “fase final” da destruição da democracia e dos estados nacionais, alertou Václav Klaus, presidente da República Checa, país membro da UE. Klaus foi um dos líderes do movimento que derrubou o comunismo em seu país e agora denuncia a UE, porque nela os países “vão se tornando uma província inexpressiva”. “É uma ironia da História” – acrescentou. “Nunca teria imaginado em 1989, que hoje estaria fazendo isto: pregar os valores da democracia”. Compreende-se por que muitos cidadãos europeus adotem o slogan “União Europeia = União Soviética”.
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Agência Boa Imprensa (ABIM)

Austrália: Parlamento rejeita “casamento” homossexual

O Parlamento nacional australiano repeliu o projeto de “casamento” homossexual: 98 deputados votaram contra e 42 a favor. Foi significativo que o senador assumidamente homossexual Dean Smith votasse contra, justificando seu voto como “um honesto reconhecimento das características únicas e especiais da união chamada ‘casamento’” entre um homem e uma mulher. Os ativistas militantes homossexuais tinham ilusões com o estado da Tasmânia, mas ali o projeto foi também repelido. Os partidários do projeto alegavam que o “casamento” homossexual atrairia milhões de dólares em rendas turísticas. Os “casais” homossexuais sem continuidade familiar gastariam seus recursos materiais em divertimentos antes de acabar prematuramente suas vidas em virtude de maus hábitos contraídos.
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Agência Boa Imprensa (ABIM)

sábado, 24 de novembro de 2012

As aves do céu e os lírios dos campos


Pe. David Francisquini  (*)

Já revelei em outras ocasiões aos meus leitores o apreço que tenho pela vida campestre, a qual sempre nos remete à contemplação da arquitetonia do universo e aos ensinamentos de Jesus Cristo que estão contidos nas páginas dos Santos Evangelhos. Basta pensar na descrição tão poética quanto apropriada sobre as aves do céu e os lírios do campo.

Com a força física que lhe é própria, o homem prepara a terra e lança a semente, na esperança de tirar do seu trabalho o alimento material de cada dia. Com a sua força da vontade, ele deve procurar com afinco a luz, para entender a realidade mais profunda contida nas Sagradas Letras, haurindo assim sustento espiritual ao longo da vida terrena.

Nosso Senhor nos ensina: “Por que vos inquieteis com o que comereis e com o que vestireis? Olhai os lírios dos campos como crescem, não trabalham e nem fiam. Eu vos digo, pois, nem Salomão com toda sua glória se vestiu como um deles. Se Deus trata assim a erva do campo que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, o que fará por vós, homens de pouca fé?”. 

Ao falar assim da vestimenta que nos cobre e do alimento que nos sustenta, Nosso Senhor condena a inquietação que muitas vezes nos aflige quando nos entregamos ao desejo insaciável de riquezas. De si a riqueza não é má. Jesus Cristo apenas desaprova a inquietação, ou seja, a impaciência com a qual muitas pessoas procuram tais bens.

Quis Nosso Senhor nos instruir que não podemos servir ao mesmo tempo a dois senhores, a riqueza e a Deus. Nesse preceito se resume a conduta do homem neste vale de lágrimas: luta entre a luz e as trevas, entre o bem e o mal, entre o amor e o ódio; luta entre aqueles que pertencem à raça da Virgem e os que são da raça da Serpente.

Para Santo Agostinho, a Cidade de Deus é edificada no amor de Deus levado até ao esquecimento de si mesmo, enquanto a Cidade do Demônio é arquitetada sobre o amor de si mesmo até o esquecimento de Deus. Se colocarmos em primeiro lugar a cobiça dos bens terrenos, os sentidos ficarão destemperados, a inteligência obscurecida e abalada a nossa fé.

Deus toma exemplos inocentes – as aves do céu e os lírios dos campos – para introduzir no coração do homem valores mais altos. Ele fala dessas coisas para mover as almas no sentido de elevar os seus corações às sublimidades da vida divina.

Se Salomão com suas vestes foi superado pelas flores, ele que foi o mais rico dos reis, o que pensar de nós? Ponderam os Santos Padres que Salomão foi superado pelas flores em formosura não por um curto espaço de tempo, mas durante todo o seu reinado, para significar que nem um dia de Salomão superou as flores em beleza e esplendor.

Enquanto as roupas do rei Salomão eram tecidas por alguém que compreendia e conhecia a beleza dos trajes, o adorno com que Deus enriqueceu os lírios representa a claridade dos anjos dos Céus como luz reflexa da própria glória de Deus, sempre a nos inspirar a confiança de um dia estarmos igualmente revestidos dessa mesma luz.
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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ 

sábado, 17 de novembro de 2012

Rússia: bebês abortados transformados em cosméticos

A polícia russa encontrou 248 fetos humanos abortados em um bosque de Sverdlovsk, nos Urais. Elena Mizulina [foto], presidente da Comissão pela Família, Mulheres e Infância da Duma (Câmara russa), denunciou a existência de uma rede que comercializa esses fetos para a produção de cosméticos. Trata-se, segundo Mizulina, de corpos abortados além do prazo legal. “Todos os anos são praticados entre 5 e 6 milhões de abortos na Rússia, além do prazo autorizado pela lei”. As estatísticas oficiais falam de “apenas” 1,2 milhão de abortos anuais. Como na Rússia só nascem por ano 1,7 milhão de crianças – número insuficiente para repor a população –, o país vem se despovoando.
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Agência Boa Imprensa (ABIM)

Filmes revelam horrores de genocídios chineses

O cineasta Wang Bing [foto] produziu dois filmes sobre os capítulos mais sinistros da revolução socialista chinesa: a) a campanha de 1957 contra os “direitistas”, que deportou centenas de milhares de chineses para campos de concentração onde os prisioneiros morriam como moscas, de frio, esgotamento e maus tratos; b) o chamado “Grande Salto Adiante”, em que a fome matou entre 20 e 30 milhões de pessoas. Até hoje está proibido na China falar desses massacres, descritos em termos idílicos pelas esquerdas do Ocidente. Os filmes de Wang Bing rompem esse sigilo criminoso. O extermínio de pessoas, onipresente na China, exige um meticuloso julgamento internacional.
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Agência Boa Imprensa (ABIM)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Carta ao Papa, escrita por um ex-islamita convertido ao catolicismo

Mesmo perseguidos, católicos recebem a comunhão no Sudão, país de religião predominantemente muçulmana

“Caro Papa: Acolhei no Vaticano os muçulmanos convertidos a Jesus” 

(Mensagem do eurodeputado Magdi Cristiano Allam(*) ao Papa Bento XVI, publicada no “Il Giornale” de Roma em 15-10-12)

Peço ao Papa que teve a coragem de conceder-me o batismo [foto ao lado], vencendo o medo da vingança islâmica e a resistência interna da Igreja, de acolher-me junto com uma delegação de muçulmanos convertidos ao cristianismo na Europa e no mundo.

A ideia, que eu aceitei imediatamente com entusiasmo, é de Mohammed Christophe Bilek, franco-argelino que fundou a associação Notre Dame de Kabyla.

Através do site www.notredamedekabylie.net, ele promove uma missão para a conversão dos muçulmanos ao cristianismo por meio de um diálogo baseado na certeza da nossa fé e na exortação constante de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15-18).

Após o batizado (foto acima),
Magdi Allam faz a Primeira Comunhão
Embora o fenômeno esteja envolto na discrição, tornando, portanto, difícil informá-lo com certeza, pode-se afirmar a partir de diversas fontes que seriam muitíssimos os muçulmanos que abraçam a fé de Jesus Cristo.

Em 2006, entrevistado pela [televisão] Al-Jazeera, o xeque Ahmad al-Qataani deu estes números: “A cada hora, 667 muçulmanos se convertem ao cristianismo. A cada dia, 16 mil muçulmanos se convertem ao cristianismo. A cada ano, 6 milhões de muçulmanos se convertem ao cristianismo”.

Falando ontem em Paris, Bilek disse que até na Arábia Saudita, berço do Islã e reduto dos dois principais lugares de culto islâmico, haveria 120.000 muçulmanos convertidos ao cristianismo.

Os dados de 2008 indicam que os muçulmanos convertidos somavam 5 milhões no Sudão, 250 mil na Malásia, mais de 50 mil no Egito, de 25 a 40 mil no Marrocos, 50 mil no Irã, 5 mil no Iraque, 10 mil na Índia, 10 mil no Afeganistão, 15 mil no Cazaquistão e 30 mil no Uzbequistão.

Estive em Paris neste fim de semana, para pronunciar uma palestra intitulada “A Europa e suas raízes face à perseguição da cristianofobia”, organizada pelas associações Tradição Família e Propriedade, presidida por Xavier da Silveira, e Chrétienté-Solidarité, fundada por Bernard Antony.

Era o dia seguinte ao anúncio da atribuição do Prêmio Nobel da Paz à União Europeia. Que escândalo, no momento em que a União Europeia está alinhada na Síria com os extremistas islâmicos que estão perpetrando ao pé da letra um genocídio contra os cristãos!

No fim da tarde, na praça em frente à igreja de Santo Agostinho, junto com um argelino berbere que também se converteu, participei de uma vigília de oração e solidariedade com os cristãos perseguidos.

Em meu discurso, ousei fazer esta previsão:
“Quanto mais vou adiante, mais olho em volta, mais valorizo tudo, mais estou convencido de que o futuro da civilização laica e liberal, da democracia e do Estado de Direito, vai depender de sua capacidade de tomar distâncias em relação ao Islã enquanto religião, sem discriminar os muçulmanos enquanto pessoas. 
“Eis por que fico cada vez mais convencido de que seremos salvos pelos cristãos que fugiram da perseguição islâmica. Só quem já experimentou pessoalmente a tirania islâmica saberá convencer o Ocidente sobre a verdade do Islã. 
“Aqueles que se mantiveram firmes na fé de Jesus Cristo derrotarão o Islã, salvarão o Cristianismo neste Ocidente descristianizado e salvarão nossa civilização. Obrigado, Jesus”. 
E, imediatamente após a minha palestra, diante de 500 pessoas que testemunham a resistência do cristianismo, Bilek me fez o convite para promover uma associação que reúna os muçulmanos convertidos ao cristianismo em toda a Europa.

Para mim, a ideia de ser classificado de “ex”-muçulmano verdadeiramente não me agrada. Sinto-me e quero ser considerado exclusivamente cristão, do mesmo modo que sou orgulhosamente italiano, embora de origem egípcia.

Mas faço meu o conteúdo da mensagem: é preciso dar à luz uma instituição que encoraje os muçulmanos a superarem o medo, para serem batizados publicamente, para viverem abertamente sua nova fé.

Nós dois estamos cientes de que o verdadeiro problema provém dos cristãos natos, porque eles são os primeiros a terem medo. São inúmeras as denúncias de muçulmanos que gostariam de receber o batismo, mas que sofrem a recusa de padres católicos, os quais não querem violar as leis dos países islâmicos que proíbem e punem com prisão — e por vezes com a morte — tanto quem faz o trabalho de proselitismo como quem incorre no “crime” de apostasia.

É paradoxal que enquanto as igrejas vão se esvaziando cada vez mais, a ponto de serem colocadas à venda e acabarem se transformando em mesquitas, a Igreja bloqueie a conversão de muçulmanos ao cristianismo.

É por isso que apelo ao Santo Padre: acolha no Vaticano os convertidos ao cristianismo, a fim de enviar uma mensagem forte e clara a todos os pastores da Igreja em favor da evangelização dos muçulmanos. Serão eles que nos libertarão da ditadura do relativismo religioso que nos obriga a legitimar o Islã, que restaurarão entre nós a fé sólida na verdade em Cristo, e que salvarão a nossa civilização laica e liberal que, gostemos ou não, está baseada no cristianismo.
(*) Magdi Cristiano Allam: Nascido no Cairo (Egito) em 1952, de pais muçulmanos, Magdi Allam estudou com os padres salesianos. Emigrou em 1972 para Roma, onde se licenciou em sociologia pela Universidade La Sapienza. Trabalhou nos jornais “Il Manifesto”, “La Repubblica”, foi vice-diretor do “Corriere della Sera”. Considerado um dos muçulmanos mais influentes da Europa, recebeu ameaças de morte por suas posições contrárias ao terrorismo islâmico. O conceituado jornalista é autor de uma dezena de livros. Estudou longamente o Cristianismo e convenceu-se de sua veracidade. Em 23 de março de 2008, durante a cerimônia da vigília pascal, recebeu na Basílica de São Pedro o batismo das mãos do Papa Bento XVI — ocasião em que acrescentou Cristiano a seu nome. Sua conversão ao catolicismo teve repercussão mundial. Atualmente, o ex-islamita é deputado do Parlamento Europeu e preside o movimento político, por ele fundado em 2011, Io Amo l´Italia (Eu amo a Itália).

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

COLÔMBIA: As capitulações secretas jamais nos conduzirão a uma verdadeira paz


Ante as negociações com a guerrilha marxista: 
As capitulações secretas jamais nos conduzirão a uma verdadeira paz
O presidente Juan Manuel Santos quer nos impor uma nação desenhada pelos subversivos. Isto é, a rendição de 44 milhões de colombianos à vontade de um grupo minúsculo de delinquentes. Uma guerrilha derrotada, rechaçada pela imensa maioria dos colombianos, que não fez senão martirizar com seus crimes o povo colombiano, pretende ganhar na mesa de negociações o que nunca obteve com a luta armada. 


A Colômbia ficou desconcertada diante do recente anúncio presidencial que dá oficialmente início ao um novo Processo de Paz com as guerrilhas marxistas. Este acordo vinha sendo gestado sigilosamente há mais de dois anos, desde o momento da eleição do Dr. Juan Manuel Santos à Presidência da República, ou talvez antes.

Este impactante anúncio pode mudar irrevogavelmente o destino de nossa Pátria, gerando nefastos efeitos para os países vizinhos, afetados também pela narcoguerrilha terrorista. Por tal motivo, a Sociedad Colombiana Tradición y Acción não pode deixar de chamar a atenção do País, para que não se proceda com ligeireza e irreflexão diante de um assunto de tanta importância.

A negociação com as guerrilhas: um falso conceito de paz
De 1982 a 2002, todos os governos que se sucederam no Palácio de Nariño levaram a cabo ingênuos processos de paz com os grupos guerrilheiros. É evidente que esses fatídicos 20 anos foram marcados pelo fracasso estrondoso de todas as negociações de paz, e só conduziram ao aumento da violência, ao fortalecimento do narcoterrorismo, ao amedrontamento da sociedade, à pseudolegitimação do status guerrilheiro-terrorista e à desesperança de um imenso setor da opinião do País. 

Quanto mais concessões se faziam aos guerrilheiros com o pretexto de conseguir a tão anelada paz, maiores eram suas insolências e crimes. Na memória de todos os colombianos ficaram para sempre gravados os episódios dantescos do assalto ao Palácio de Justiça realizado pelo M-19, quando todos seus militantes haviam sido indultados, e também os não menos oprobriosos dias da desmilitarização de El Caguán, região que se converteu no epicentro do sequestro, do crime, do terrorismo e do narcotráfico durante o anterior processo de paz empreendido com as Farc.

Entretanto, esse panorama desolador mudou radicalmente a partir do ano 2002, quando o País se cansou de tantas capitulações. Decidiu eleger por dois períodos sucessivos ao ex-presidente Uribe, que prometeu, e cumpriu, desenvolver uma política de segurança para os colombianos, fazendo abstração do pernicioso sistema de continuar capitulando para conseguir a paz. Não é este o momento de analisar os acertos e desacertos desse governo, mas toda a Colômbia reconhece que nesses oito anos voltamos a ser um país seguro, recuperamos a credibilidade internacional, enquanto o desenvolvimento e o progresso legítimos invadiram todos os quadrantes da geografia nacional.

Esses resultados em matéria de autêntica pacificação fizeram com que a imensa maioria dos colombianos elegesse presidente ao então Ministro da Defesa, no qual viam o legítimo continuador da obra de um governo que nos conduzia pelo melhor dos caminhos. Isso levou o Dr. Juan Manuel Santos a ser respaldado nas urnas por mais de nove milhões de votos, o equivalente a mais de 60% dos eleitores.

Em embargo – oh surpresa! – em vez da atitude firme e clara do governo anterior, com grande desconcerto voltamos ao mesmo sistema de negociações que fora a fonte das desgraças e tragédias vividas pela Colômbia nas últimas décadas. Escolhido para continuar no caminho que tantos benefícios nos trouxera, o presidente Santos decide tomar a via contrária obrigando-nos a regressar a uma situação que a imensa maioria dos colombianos não quer.

Para onde quer nos levar o atual governo com estas negociações? Não nos esqueçamos de que o conceito de paz dos marxistas é muito diferente do nosso. Para eles, falar de paz é um meio para alcançar o poder, uma forma de luta, uma estratégia de conquista revolucionária. A paz e o diálogo são os nomes disfarçados que os marxistas dão à sua guerra contra a civilização cristã.

Enquanto a paz que todos anelamos é fruto sagrado da justiça e se obtém num contexto de profundo respeito pela tradição, pela família e pela propriedade, os guerrilheiros são movidos pelo ódio que a doutrina marxista professa contra estes valores sagrados da Civilização Cristã. A paz que eles desejam não é a “tranquilidade da ordem”, como a define Santo Agostinho e toda a Colômbia a deseja, mas, muito pelo contrário, é um estado político que lhes permita conquistar o poder, submeter a sociedade, dominar as pessoas e as instituições, e impor pela força um regime anarcocomunista: Que ninguém se engane: esta é a sua meta final! 

É muito eloquente a afirmação do ilustre pensador brasileiro, Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, grande estudioso da Guerra Psicológica Revolucionária: “Sempre que haja, em qualquer tempo e em qualquer lugar, um confronto diplomático entre belicistas delirantes e pacifistas delirantes, a vantagem ficará com os primeiros e a frustração com os segundos” (Plinio Corrêa de Oliveira,“Churchill, o avestruz e América do Sul”, “Folha de S. Paulo”, 31-1-1971).

Uma repetição dos erros do passado
Mas vejamos quais foram as ingenuidades e as cegueiras que nos levaram ao fracasso nas anteriores conversações com as Farc e os demais grupos terroristas e que agora se repetem ponto por ponto:

  • Os grupos subversivos nunca entregaram as armas nem abjuraram de seus métodos. 
  • Em nenhum caso eles liberaram as centenas de compatriotas sequestrados, nem se comprometeram a não voltar a sequestrar ninguém. É inadmissível que o presidente dos colombianos aceite a afirmação cínica deles, de que não têm sequestrados. 
  • Nunca se comprometeram a deixar de praticar atos de terrorismo contra a população civil. 
  • Matavam e feriam diariamente policiais e soldados. 
  • Jamais deixaram de fazer terrorismo contra as populações indígenas e camponesas, nem de recrutar seus meninos para a guerra. 
  • Quanto mais acordos se firmavam, tanto maior era a intimidação dos grupos armados contra as instituições políticas, judiciais e governamentais do País. 
  • Os governos de turno terminaram aceitando todas as condições impostas pela guerrilha  embora esta não cumprisse com nenhum dos acordos firmados. 
  • Tampouco renunciaram à sua atividade criminosa de primeiro cartel do narcotráfico na Colômbia, que por sua vez gera imensos recursos ilegais e clandestinos que foram o principal motor da guerra promovida por eles contra o Estado e a sociedade colombiana. Também é inadmissível aceitar que as Farc não tenham nada que ver com o narcotráfico. 


 O Estado colombiano executou imensas reformas que supostamente nos conduziriam à obtenção da tão anelada paz. Reformou a Constituição Política; transformou a Justiça; concedeu status político aos guerrilheiros; nomeou-os para incontáveis cargos públicos; permitiu que chegassem a cargos de eleição popular; desmilitarizou regiões inteiras como El Caguán; suspendeu muitas operações militares contra os grupos terroristas; indultou os crimes cometidos por estes; judicializou e prendeu milhares de integrantes das Forças Armadas baseado em rumores e falsas acusações lançados por uma insidiosa e mal-intencionada força política que a partir dos mais altos escalões judiciais se dedica a fazer guerra à Polícia e ao Exército a fim de paralisar e desmoralizar as Forças Armadas, que têm o dever de combatê-los.

Um novo Caguán onde se negocia o futuro da Colombia
Regressaremos aos oprobriosos dias em que o Estado era destruído por uma guerrilha que enquanto falava de paz nas mesas de negociação empunhava armas em todas as cidades da Colômbia? Não o sabemos. Mas se forem cometidos os mesmos erros do passado, é evidente que até lá chegaremos de novo, com a cumplicidade de todos aqueles que hoje aplaudem este novo processo com entusiasmo incondicional. Eles supõem que desta vez o governo e a guerrilha atuam de boa fé, quando é evidente que este honrado princípio de negociação foi o primeiro desterrado de todos os processos anteriores, e o será também, muito provavelmente, do atual.

Agora não estaremos entregando El Caguán, um pedaço de 40.000 km2 de um território selvático afastado dos polos de desenvolvimento da Colômbia, mas algo que terá consequências ainda mais trágicas. Voltando as costas para a opinião pública, envolto num segredo misterioso, e com o aplauso incondicional de muitos detentores de autoridade política, econômica e religiosa, pretende-se desenhar um novo Estado segundo as exigências da subversão marxista. Em troca de uma suposta paz, não se entrega um pequeno território, mas o futuro da Colômbia! 

O nefasto exemplo de Kerensky 
Não desejamos que o presidente Juan Manuel Santos passe para a História com o epíteto do malogrado ex-presidente Eduardo Frei Montava, conhecido como o “Kerensky chileno” por ter preparado o caminho para o marxista Allende. Foi a repetição do que fizera Alexander Kerensky na Rússia em relação aos bolcheviques, permitindo a chegada deles ao poder. Que Deus livre a Colômbia de tamanha desgraça!

Tradición y Acción torna público este documento para alertar o governo e todos os colombianos, especialmente essa imensa maioria que está sendo posta de lado neste processo de negociação com as Farc. Quer-se fazer crer à opinião pública da Colômbia que este é o único caminho de pacificação, tantas vezes fracassado pelos enganos da guerrilha. E isto no preciso momento em que esta se encontra a ponto de ser derrotada e o país manifesta importantíssimos sinais de prosperidade, desenvolvimento e pacificação.

Como católicos, ao terminar estas considerações nos dirigimos à augusta presença de Nossa Senhora de Chiquinquirá, insigne Padroeira da Colômbia. Suplicamos-Lhe não permitir que nossa Pátria seja demolida por uma minoria marxista que durante décadas a traumatizou com seus crimes e sua ação terrorista, e que com o beneplácito do governo pretende impor-nos sua tirania sob o pretexto mentiroso de que é a única forma de conseguir a paz.


Bogotá, 19 de outubro de 2012 
Sociedad Colombiana Tradición y Acción










(*) Manifesto publicado no "El Tiempo", de Bogotá, em 19-10-2012.