sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Glória a Deus nas alturas

Plinio Corrêa de Oliveira

Repousais, Senhor, em vosso misérrimo e augustíssimo Presépio, sob os olhos da Virgem, vossa Mãe, que vertem sobre Vós os tesouros inauferíveis de seu respeito e de seu carinho. Jamais uma criatura adorou com tão profunda e respeitosa humildade, o seu Deus. Nunca um coração materno amou mais ternamente seu filho. Reciprocamente, jamais Deus amou tanto uma mera criatura. E nunca filho amou tão plenamente, tão inteiramente, tão superabundantemente, sua mãe.

Toda a realidade desse sublime diálogo de almas pode conter-se nestas palavras que indicam aqui todo um oceano de felicidade, e que em ocasião bem diversa haveríeis de dizer um dia do alto da Cruz: “Mãe, eis aí teu filho. Filho, eis aí tua mãe” (cf. Jo 19, 26).

E, considerando a perfeição desse recíproco amor, entre Vós e vossa Mãe, sentimos o cântico angélico que se levanta das profundezas de toda alma cristã: “Glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz na terra aos homens de boa vontade” (Luc, 12, 14).

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Justiça alemã proíbe crucifixos e autoriza mesquita

O Liceu Diesterweg no bairro popular de Wedding (Berlim) foi obrigado pela Justiça a montar uma sala-mesquita para os alunos muçulmanos, informou o diário “Libération” de Paris. O fundo anticristão do acórdão patenteia-se à luz da Constituição alemã, que proíbe toda manifestação religiosa nas escolas, pois em 1995 a Corte Constitucional de Karlsruhe anulou a legislação bávara que permitia fixar um Crucifixo nas escolas públicas regionais. Até muçulmanos “moderados” criticaram o radicalismo e parcialidade do novo acórdão. “O único país que autoriza salas de oração nas escolas é o Irã”, disse Öczan Mutlu do partido Verde. “Estou horrorizada”, comentou Birgit Nicolas, diretora de um liceu em Neukölln. Birgit vinha resistindo às exigências de alunos muçulmanos fanatizados, e agora a Justiça deu sinal favorável aos extremistas. Cristo é proibido, e Maomé entronizado: essa é a tendência da União Européia “laicista”!
___________________
Agência Boa Imprensa

Putin tenta evitar afastamento de nações do ex-bloco soviético

As livrarias de Simferopol, Ucrânia, têm as estantes cheias de obras da literatura ocidental traduzidas para o ucraniano, destinadas à leitura dos adolescentes. O fato causou irritação na Rússia, porque a fracassada URSS quis impor o idioma russo aos países escravizados. Agora estes, que gozam de liberdade, voltam céleres a suas queridas tradições. A questão da língua também é uma maneira de afirmar a própria soberania, precisamente quando o Kremlin de Putin quer reabsorvê-los. O fenômeno repete-se em todos os países do ex-bloco soviético. O russo é um dos poucos grandes idiomas que está perdendo usuários. Os que falam russo cairão de 300 milhões (em 1990) para 150 milhões até 2025, em boa parte porque a população da Rússia está diminuindo, podendo o país perder 20% de seus habitantes até 2.050. ____________________
Agência Boa Imprensa

À sombra das foices


  • Pe. David Francisquini (*)
Em artigos anteriores, tive a oportunidade de escrever sobre meus agradáveis e proveitosos contactos com o homem do campo de nossa região. Ele faz parte do Brasil profundo, do Brasil brasileiro. Todo o panorama que o envolve — como já tive ocasião de ressaltar — serve de lição para o Reino dos céus: a semente lançada na terra, os pássaros, os lírios dos campos, a serpente...

Pode-se dizer que o trabalhador rural tem hoje muitos de seus direitos assegurados por lei, mas não é menos verdadeiro que lhe foi retirado um direito fundamental, qual seja o de se enriquecer na terra. Isso porque o governo acabou com a instituição do meeiro, do parceiro, cerceando assim a possibilidade do camponês construir um patrimônio.

Grosso modo, pode-se afirmar que o êxodo rural começou no momento em que as lantejoulas dos empregos na indústria se acenderam nos grandes centros urbanos, erradicando os camponeses da terra onde nasceram e trasladando-os para a vida urbana — aliás, muito pouco urbanizada nas periferias onde eles iam morar. Conseqüência gritante dessa ruptura foi a desintegração de suas famílias.

Contudo, a legenda do camponês enquanto empreendedor, honesto, independente e com senhorio encontra-se tão presente na mentalidade de nosso povo, que os homens da cidade, sejam profissionais liberais, comerciantes, industriais ou políticos sentem que lhes ficaria faltando algo na personalidade se não possuíssem um pedaço de terra. Foi o que pude observar no meu mais recente giro pelos campos. Médicos, advogados, funcionários públicos sempre procuram ter sua terra, onde criam gado e plantam cereais ou frutas. Foi assim que cheguei a entender o tamanho do ódio que certos revolucionários socialo-comunistas e ecologistas têm em relação à nossa estrutura agrária.

Tais revolucionários compreendem perfeitamente o que resta de ordem natural e da civilização cristã de outrora em nosso interior e, por isso mesmo, querem erradicar tais resíduos de nosso meio rural. Eles o fazem através da propalada Reforma Agrária e dos movimentos ditos sociais como o MST, que agem não mais à sombra de cruzes ostentadas ad hoc por “padres de passeata e freiras de mini-saia”, mas da foice e do martelo.

Não são mais as lantejoulas da indústria nos grandes centros que acenam para os homens do campo, mas a demagogia que mentirosamente os convida a se tornarem proprietários rurais, mercê da distribuição de terras efetuada pelo Estado.

Na verdade, eles nunca receberão o título de propriedade como jamais passarão de meros posseiros do INCRA, sem qualquer estabilidade e condição de progresso. Tais lantejoulas não passam de isca lançada pelas esquerdas aos incautos, numa tentativa de cooptá-los para a revolução social que os conduzirá ao ódio a Deus e à sua santa Religião.
_______________________
* Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria –– Cardoso Moreira (RJ)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O ambiente rural e a feliz concórdia entre patrões e empregados


  • Pe. David Francisquini *
Sempre tiro muito proveito espiritual, mas também psicológico e intelectual, em meu giro anual pelos campos do norte fluminense. Com efeito, não só a boca fala da abundância do coração. Metaforicamente, a pena também pode falar. Portanto, quero compartilhar com meus leitores o sabor de alguns frutos que colhi de meus recentes contactos com o homem do campo.

Entre as muitas conversas interessantes que mantive em meu mais recente percurso, detenho-me numa de modo particular. O interlocutor já era meu conhecido e, juntos, lembramo-nos da longa e luminosa trajetória da agricultura brasileira. Desde os tempos das capitanias hereditárias, passando pelas sesmarias, quando até as ordens religiosas tinham suas terras de cultivo.

Depois do ciclo da cana de açúcar vieram as lavouras de café, no século XIX, e com a abolição da escravatura aportaram as ondas de imigrantes europeus a povoar essa nova Canaã. As terras foram naturalmente se dividindo, e milhares de proprietários, grandes, médios e pequenos produzem hoje alimentos com fartura e baratos para o Brasil e para o mundo.

O camponês demonstra muita segurança de vida, capacidade de governo, o que por sua vez lhe dá muita auto-estima, pois se sente como senhor da terra, o que concorre para lhe cunhar personalidade marcante. Mas, a conversa ia longe, quando tratamos das relações cheias de harmonia e de bondade entre patrões e empregados. Tempos em que predominava o compadrio.

Havia nas fazendas de café a figura do meeiro que entrava com os braços e o dono com a terra, situação na qual o trabalhador acumulava ao longo de alguns anos renda suficiente para comprar suas terras. As relações amistosas faziam do proprietário compadre do trabalhador e vice versa. Com efeito, reinava ali o espírito muito familiar.

A bondade de nosso povo permitia que todos trabalhassem de acordo com seus dotes, mas ninguém ficava sem atividade. As tarefas eram distribuídas segundo as capacidades de cada um.
Nessa feliz concórdia, patrões e empregados desenvolviam seus talentos. A estrutura agrária sólida permitia que a fazenda fosse uma verdadeira escola de novos proprietários.

Formavam-se homens de têmpera, de determinação e cheios de resolução, predicados mais salientes do homem do campo de outrora. Futuros proprietários partiam para longe, onde compravam terras mais baratas, e com isso foram semeando em nossos sertões e criando novas povoações. Assim, o Brasil transformou-se na potência agrícola que hoje é.

Ainda teria algumas coisas a dizer..., mas o espaço acabou. Quem sabe numa próxima ocasião? Até breve.
____________________
* Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria – Cardoso Moreira (RJ)

Ex-guerrilheiro torna-se presidente da ONU e elogia Fidel

Por mais espantoso que pareça, o “teólogo da libertação” e ex-guerrilheiro nicaragüense Miguel D’Escoto (na foto abraçando o tiranete iraniano, Ahmadinejad, reeleito por meio de eleições fraudulentas) foi nomeado presidente da Assembléia Geral da ONU. Enquanto tal, viajou a Havana, onde declarou que o ditador cubano Fidel Castro é “o melhor discípulo de Jesus”: “Eu tive o privilégio de estar perto dele, de observá-lo, de ouvi-lo, de vê-lo. Ele é um homem enamorado da justiça, da fraternidade, da solidariedade”... Em Havana, D’Escoto defendeu posições análogas às do presidente Obama, no sentido de que a ONU deve ser “reinventada”. Obviamente, de modo a servir ao comunismo.
_______________________
Agência Boa Imprensa

Irlanda aprova Constituição Européia sob intimidação

Após a Irlanda dizer “não” ao projeto de Constituição Européia (com seu novo nome de Tratado de Lisboa), visceralmente anticristão, a União Européia obrigou o país a refazer o voto, e num segundo plebiscito venceu o “sim”. A revista alemã “Der Spiegel” registrou que muitas vozes na Alemanha “lamentaram que tivesse sido necessária uma campanha de intimidação para produzir o resultado desejado”. A unificação européia progride, atropelando os países que desejam defender sua identidade nacional e cristã. Só a Irlanda convocou plebiscitos, e nos demais países europeus a União Européia trabalhou para impedir que o povo fosse consultado, porque sabia que o projeto seria recusado. Dessa censurável pressão só poderão advir desastres. O presidente da República Checa ainda não aprovou o Tratado.
__________________
Agência Boa Imprensa

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O homem do campo

Pe. David Francisquini (*)

Como de costume, este ano já percorri a região rural de meu município no pastoreio das almas que me foram confiadas. Com alegria, pude notar que a paisagem contrastava com a do ano anterior. A terra ressequida, batida e nua deu lugar a vegetação, pois chovera praticamente o ano todo, o que deixa o homem do campo feliz da vida.

O ambiente acolhedor, calmo, distendido e aprazível foi sempre ocasião para boas e longas conversas, motivo de entretenimento e descanso, longe do frenesi, da agitação e da eletricidade que grassa nas megalópoles modernas, e que se estendem até as cidades de porte bem menor. Nelas, o prazer parece se encontrar ora nas altas velocidades das barulhentas motocicletas e carros, ora em permanecer horas a fio diante da TV e da internet ou dos jogos eletrônicos. Distanciados disso, há ainda os que se ajuntam nos botequins para se embriagarem, ocasião para desavenças e até homicídios.

É tal a saturação da cidade, que basta um feriadão para que as estradas fiquem insuportáveis, pois as pessoas procuram alívio para suas almas aflitas. Outrora era ocasião para freqüentarem as festas religiosas, assistirem às missas, participarem das procissões, pois aprendiam que a verdadeira felicidade só se encontrava em Deus.

Era ocasião também das visitas entre amigos e parentes para se irmanarem no seio das famílias constituídas e, ao matar saudades, gozarem de uma verdadeira felicidade que é calma e casta. Hoje, as pessoas procuram desenfreadamente as praias, e toda sorte de divertimentos neopagãos.

Na medida em que percorria a extensão geográfica de minha paróquia, foi vincando em meu espírito o seguinte pensamento: quantas almas se perdiam ali por não procurarem os sacramentos e a vida religiosa. Mas uma coisa era clara: a diferença entre o homem do campo e o da cidade. O camponês ainda pensa e conversa. Ele tem suas falhas, como a falta de freqüência aos atos religiosos e o relaxamento na indumentária. Mas ainda conversam sobre temas com certa profundidade e precisão, que surpreendem quer pela elevação quer pela sabedoria, lembrando o entretenimento de Nosso Senhor com temas como a semente lançada na terra, a ceifa, os lírios dos campos, a videira, a mostarda, os pássaros, o pastor de ovelhas, a serpente. E até a galinha com seus pintainhos.

Todo esse panorama em que o homem fica envolto no meio rural serve de lição para compreender e antegozar o Reino dos céus. Não precisa ser observador profundo para perceber quanto o camponês tira de seu ambiente lições para a vida. O contato com a terra tem seus momentos difíceis, mas leva com freqüência a meditar e a relacionar as coisas com Deus.
__________________________
Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria –– Cardoso Moreira (RJ)

Tradição é sinônimo de produtos de qualidade

Enquanto muitos produtores de vinhos mais ou menos industrializados pensam rever sua produção em função das pressões ambientalistas, a adega espanhola López de Heredia despreza tais pressões. Ela nunca abandonou os métodos tradicionais forjados sob o influxo da civilização cristã. Nas suas fidalgas instalações, usa pipas de madeira de até 132 anos de idade, que transmitem sabor especial ao vinho. As garrafas descansam cobertas pela poeira e teias de aranha, sinal sensível de sua nobre antiguidade. Para Maria José López de Heredia (foto), filha do patriarca proprietário, isso é absolutamente benéfico para os vinhos. Eles assim dormem imperturbados seu prestigioso sono, à espera de serem levados triunfalmente à mesa. No momento, aqueles que trocaram a tradição por marketing tentam imitá-la.
______________________
Agência Boa Imprensa

80% das cédulas de real contêm resíduos de cocaína

Foi registrada presença de cocaína em 80% de um total de 10 cédulas brasileiras analisadas no mais exigente estudo, informou “National Geographic News”. Os resultados foram apresentados na sede da American Chemical Society, maior sociedade de cientistas do mundo. Aproximadamente 90% das notas que circulam nos EUA e no Canadá trazem também resquícios de cocaína. A droga fica nas notas porque os viciados as utilizam para envelopar o tóxico ou para inalá-lo. A extensão do consumo de drogas, patenteada neste fato, poderá eventualmente ser apontada no futuro como sinal de como e por que a civilização moderna ruiu no auge de seu gigantismo.
___________________
Agência Boa Imprensa

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Direito de decidir? (II)

Pe. David Francisquini *

Como prometi no meu último artigo, volto a tratar do aborto, da eugenia e da eutanásia. Com efeito, os propugnadores do monstruoso pecado do aborto querem descaracterizar o seu aspecto criminoso e hediondo, afastando dele o aspecto religioso e moral, e induzir a população a aceitá-lo pelo lado sentimental. Nessa concepção, não há lugar para o Direito natural e divino.
Disse Deus: “Não matarás!” Dizem eles: “É um problema de saúde pública e as leis do Estado devem ser observadas acima das leis religiosas”. Assim, surgem as alegações de que o aborto legalizado evitará os clandestinos, ocasião de riscos, seqüelas e até mortes. Que as mulheres ricas usam clínicas especializadas enquanto as pobres sofrem as conseqüências do aborto clandestino.

Ora, a obrigação do Estado é favorecer a vida e nunca a morte! Qualquer que seja a razão da gravidez, a obrigação da mãe é levá-la até o fim, pois ela porta em seu seio um outro ser humano com direito fundamental à vida, o qual em hipótese alguma pode ser eliminado.

A única política pública aceitável é a de evitar o aborto, com assistência moral e material durante a gravidez e o parto. Quer a mãe seja rica, quer seja pobre, o problema é sempre o mesmo: o aborto é o assassinato de um ser inocente e indefeso. Ninguém tem o direito de tirar a vida do nascituro em nenhum momento, desde a sua concepção até o nascimento.
Quanto ao aborto no caso de gravidez indesejada, de crianças anencéfalas, portadoras de doenças genéticas ou não, ou do aborto fruto de estupro, costuma-se alegar o trauma da mãe. Contudo, não há maior trauma do que assassinar o fruto de seu próprio ventre. Como sacerdote, posso sentenciar que o trauma do aborto é terrível, muito mais do que o de estupro, por mais horrível que este seja, pois neste caso a mulher não carrega na consciência o peso da culpa.

Ela até poderá entregar sua criança para adoção de casais que sofrem por falta de filhos. O aborto — mesmo executado por profissionais — pode causar graves seqüelas físicas, psicológicas e morais, entre elas, hemorragia, angústia, depressão e remorsos.

Devemos amar a Deus sobre todas as coisas e, se quisermos ser fiéis a este amor, é necessário obedecer à sua santa Lei, que não permite o aborto. Termino com as palavras do Papa João Paulo II: “Declaro que o aborto direto, isto é, querido, constitui sempre uma desordem moral grave [...], nenhuma circunstância, nenhum fim, nenhuma lei do mundo poderá jamais tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito, porque contrário à Lei de Deus, inscrita no coração de cada homem, reconhecível pela própria razão e proclamada pela Igreja”.
______________________________
* Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria –– Cardoso Moreira (RJ)

Novo tênis aproxima homem do animal

Em modelos de tênis como o FiveFingers (foto), os artelhos se encaixam em compartimentos individuais, como os dedos da mão na luva. Os pés ficam grotescamente parecidos com os de certos animais. Os fabricantes alegam competir com a moda (aliás, muito rara) de se correr descalço. Todas essas modas não são ingênuas, nelas está incubada uma filosofia ecológico-evolucionista. “O sapato possivelmente atrapalhou a evolução”, tentou justificar Galahad Clark, executivo-chefe da fabricante de calçados Terra Plana, de Londres. A invenção do sapato atendeu a uma necessidade do homem e o distingue do simples animal, mas a tendência ecológico-evolucionista visa reverter esse progresso da civilização.
_______________________
Agência Boa Imprensa

“Deus está ao nosso lado”, afirma comandante anti-FARC

O comandante em chefe das Forças Armadas colombianas, general Freddy Padilla de León (foto), foi recebido por S.S. Bento XVI. Segundo o “Diário Las Américas”, Padilla de León declarou: “Os esforços e sacrifícios das forças armadas colombianas estão sendo recompensados. [...] Não se pode esquecer que a fé católica é um dos principais suportes que nos acompanham na busca da paz e da ordem institucional na Colômbia”. Acrescentou que “as numerosas e arriscadíssimas” operações militares contra a guerrilha marxista-leninista das FARC são confiadas ao Sagrado Coração de Jesus. “Como se pode ver nos resultados da luta contra o terrorismo, está demonstrado que Deus está ao nosso lado, e a Ele pedimos todos os dias, com devoção, que nos dê ânimo para conseguir nossos objetivos pelo bem da Colômbia e da comunidade internacional”.
___________________
Agência Boa Imprensa

Segunda-feira sem carne para “salvar o planeta”...

Foi recebida com incredulidade e de modo jocoso a notícia de que a prefeitura de São Paulo promove a campanha da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) –– “Segunda sem Carne” –– para “salvar o planeta”. Entretanto, o que vem aí é muito sério, conforme noticiou a imprensa paulista. O movimento foi lançado nos EUA e quer limitar a produção mundial de bois, frangos e afins em 15%, e faz parte da campanha contra o “aquecimento global” promovida pela ONU. Esta campanha indicia a pecuária como principal culpada pelo pretenso aquecimento. Severas medidas coercitivas poderão começar a se manifestar na Conferência de Copenhague. A tendência é associada com yoga, esoterismo e religiões orientais, que visam reduzir a humanidade a uma vida miserabilista, tendo como única compensação as experiências “espirituais” de um iogui ou um fakir.
__________________
Agência Boa Imprensa

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Direito de decidir? (I)

Pe. David Francisquini*

Imaginemos um pequeno país da Europa, da Ásia ou da Oceania ameaçado por uma seca que, segundo os especialistas, durará longo período. Os cientistas envolvidos na questão conclamam os dirigentes do país a tomar as medidas cabíveis diante da fome que se avizinha.

Entre os seus homens notáveis, o hipotético país conta — além dos cientistas — com médicos, políticos, professores, magistrados, militares, sacerdotes, e tantos outros. Uma reunião é fixada para as tomadas de decisão e distribuição de tarefas, pois os participantes traçarão um plano para enfrentar as conseqüências da seca e de suas vítimas.

A reunião ocorre num clima nervoso e cheio de expectativas. O debate já se inicia afanoso e acalorado. Os mais experientes e sensatos — entre eles um sacerdote católico — começam por sugerir boa provisão nos celeiros, como fez José durante a longa seca que se abateu sobre o Egito.

Outro sugere o envio de embaixadores pelo mundo anunciando a tragédia iminente, e, ao mesmo tempo, angariando víveres e remédios. Sem perda de tempo, um outro assesta o foco sobre a necessidade de se fazer reservatórios de água como açudes e represas. Não tardou vir à tona a proposição de alertar a população.

Quando a reunião rumava para seu fim, surge inusitadamente um personagem de aspecto sinistro, liderando um grupelho autodenominado “pelo direito de decidir”. Pelas caras, pelas palavras de ordem e pelos cartazes, era fácil perceber contestadores da ordem e da harmonia social.

O desgrenhado líder do grupelho, sem sequer esperar lhe fosse dirigida a palavra, urrou: “Companheiros, na perspectiva do enorme sofrimento do povo e tendo em vista os minguados estoques de alimentos do País, a solução é simples e de fácil solução. E falo em nome dos ‘direitos humanos’! Para salvar da catástrofe a nossa nação e os seus homens de bem, nosso ‘movimento social’ propõe a contratação de pistoleiros para eliminar desde já 50% de nossa população”. (Grande alarido do grupelho em sinal de aprovação).

E tal líder retoma ainda mais eloqüente: “Que nenhuma família a partir de hoje tenha mais filhos, e que o aborto seja geral e irrestrito. Tudo isso para o bem da nação. Tais pistoleiros começarão as execuções pelos hospitalizados, débeis mentais, deficientes físicos e inválidos. O restante será eliminado por sorteio”.

E concluiu a arenga para seu grupinho e jornalistas presentes: “Só assim evitaremos o sofrimento de nosso povo diante da fome que se aproxima! E para que o povo entenda tal medida de salvação pública, tais resoluções devem ser divulgadas pela imprensa escrita, falada e televisionada”. Em razão de tão maluca proposta, o personagem nem pôde terminar sua peroração: recebeu imediatamente voz de prisão.

Caro leitor, diz-se que a repetição é a melhor figura de retórica. Mas não é verdade que nessa pequena parábola estamos retratando a triste realidade de nossos dias? Em nome da saúde pública, da hipotética salvação do planeta, dos direitos humanos, da igualdade, do direito da mulher ao próprio corpo, vão sendo implantados o aborto, a eugenia e a eutanásia.
Prometo ao leitor continuar a matéria no próximo artigo.
_______________________________
* Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria –– Cardoso Moreira (RJ)

Família brasileira sofre com decadência religiosa

Segundo informou o diário carioca “O Globo”, o igualitarismo e o espírito materialista no lar tiveram pesada responsabilidade na grave erosão que sofreu a família brasileira nos últimos 40 anos. De acordo com Ana Saboia, chefe da Divisão de Indicadores Sociais do IBGE, “a mulher passou a dividir a provisão da família. O tamanho do respeito dentro de casa passou pelo tamanho do contracheque”. Obviamente, as crianças ficaram relegadas. Nos anos 70, o casal tinha em média 5,8 filhos, hoje tem menos de dois, e o número prossegue em queda. A degradação não está ligada à pobreza, segundo as estatísticas. A sensação de solidão e abandono é palpável no número de mulheres que, sozinhas, sustentam uma família: 18% em 1991, 33% em 2007. A notícia afirma ainda que os agentes da degradação familiar querem mais igualdade, e esta só será exeqüível com uma maior intromissão do Estado na vida do lar.
__________________
Agência Boa Imprensa

Cientistas recusam “prova” de que o Sudário é falso

Um inidôneo Comitê Italiano para Verificação de Alegações Paranormais, financiado por uma organização italiana de agnósticos e ateus, alega ter provado que o Santo Sudário de Turim é uma falsidade da época medieval. Luigi Garlaschelli (foto), professor de Química da Universidade de Pavia, descreveu ao jornal “La Repubblica” como confeccionou um sudário “idêntico” ao de Turim, com materiais baratos e métodos disponíveis no século XIV. David Rolfe, produtor de longos documentários sobre a relíquia, patenteou que as palavras de Garlaschelli depõem contra ele e mostram que mal conhece a relíquia. Diversos cientistas altamente qualificados desmontaram com facilidade a burlesca manobra publicitária. Porém alguns jornais, eivados de anticlericalismo, difundiram a falsa montagem.
__________________
Agência Boa Imprensa

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Acendendo a luz na penumbra do auditório


Daniel Martins*
Sexta-Feira. O Teatro Municipal abre suas portas, a partir das sete da noite para mais um clássico. O público chega, enche o auditório e, por falta de assentos, alguns ficam de pé no fundo. Começa a peça. Até aí, nada mais corriqueiro.

Depois de quinze minutos, a peça –– presumivelmente interessante –– já atraiu a completa atenção dos espectadores. Nesse momento, uma turma de três bate-carteiras começa seu “trabalho”. O que fazer?
Sem mais, um dos que estavam de pé percebe o golpe dos trombadinhas e pensa em uma saída. Se a principal arma dos bandidinhos é a luz apagada, nada mais sensato do que acendê-la...
Alguém logo perceberá o golpe e dará o alarde salvador.

Pois bem. Imerso no corre-corre e no caos moderno, o Brasil vai assistindo os acontecimentos. Muitas vezes sentado... a luz está apagada, e os bate-carteiras, os bate-tranqüilidade e os bate-moralidade começam a agir.

É o que estão fazendo certos ativistas do lobby internacional do aborto. Sua arma? Deixar a luz apagada. Ou seja, tomar cuidado para não despertar a consciência de 90% da população que, de acordo com dados do DataFolha, é contrária ao assassinato de inocentes. Pois se a população se levantar contra sua sanha, a liberação do aborto não passará como lei no Brasil.

O que é preciso então? Acender a luz!

Esse é o objetivo do recentíssimo livro do Pe. David Francisquini, o Catecismo
Contra o Aborto
. Assessorado por uma comissão de médicos e juristas, o ilustre sacerdote trata de todos os pontos que os abortistas nos querem fazer esquecer. Quando começa a vida humana? O que dizer do aborto em caso de estupro? Por que o aborto é um pecado gravíssimo? Quais são as seqüelas físicas, morais e psicológicas de um aborto? Temos a obrigação perante Deus de combatê-lo?

Livro denso, sucinto, de agradável leitura. Disponível no site:

É só um livro... mas pode apertar o interruptor de luz do auditório na penumbra!
_________________________________

* Daniel Martins é colaborador da ABIM

Imagem de Guadalupe: a ciência não encontra explicações

O Dr. Adolfo Orozco, pesquisador da Universidade Nacional Autonômica do México, informou em Phoenix, EUA, no 1º Congresso Internacional sobre a Virgem de Guadalupe, que o estado de conservação do manto “está completamente fora de todo tipo de explicação científica. Todos os tecidos similares, postos em ambientes úmidos e salinos como o que rodeia a Basílica, não duraram mais de dez anos”. Relatou dois fatos sem explicação científica: 1º) Em 1785 um trabalhador derramou ácido nítrico no tecido, mas não destruiu a malha nem danificou as cores; 2º) Uma explosão criminosa ao pé da imagem destruiu todos os vidros num raio de 150 metros e entortou uma cruz de ferro, mas “nem o manto nem o vidro comum que o protege foram danificados” [...]. “Não temos uma explicação natural para esta ocorrência”.
__________________

Agência Boa Imprensa

Produtos chineses feitos com matéria nojenta

O diário “South China Morning Post”, de Hong Kong, informou que Chen, uma jovem de Guangdong, fez repugnante descoberta sobre elásticos para prender os cabelos, que ganhara como brinde num salão de beleza: eram confeccionados com preservativos! Fatos análogos ocorreram nas cidades de Donguan e Guangzhou. Trata-se de material reciclado do lixo que a China importa do Ocidente. O socialismo chinês não recua ante esta repugnante prática, submetendo seus súditos a um degradante uso de material descartável, comprado por preços baixos no ocidente.
__________________
Agência Boa Imprensa

Jovens pernambucanos tornam-se mais conservadores

Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco constatou que os estudantes universitários do estado são muito mais conservadores do que se imaginava: 81% deles não querem a liberação da maconha; 76% são contra a ampliação dos casos de aborto; apóiam uma lei que limite o consumo de álcool; nada de rebeldia, nem de inconformismo. O antigo hippie –– revoltado, drogado, permissivo sexual –– hoje pertence a uma geração envelhecida, que enche as manchetes e até a direção dos jornais. “A gente vê questões como a religião influenciando muito na vida dos jovens", explicou o coordenador da pesquisa, Pierre Lucena.
________________
Agência Boa Imprensa

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

FORA ZELAYA!

Zelaya utiliza-se da embaixada brasileira (foto) em Tegucigalpa como palanque, fazendo comício para seus sequazes (partidários de Hugo Chávez), o que poderá levar Honduras a uma guerra civil. Se ocorrer derramamento de sangue o governo brasileiro poderá ser responsabilizado.


Envie mensagem de protesto ao Ministro das Relações Exteriores do Brasil
(
http://forazelaya.blogspot.com/)


Fora Zelaya! V. está em nossa embaixada em Tegucigalpa não para resolver a crise de seu país pelas vias institucionais, mas para, com a cumplicidade de nosso governo, impor a Honduras uma rendição ao chavismo.

Fora Zelaya! Nossos compatriotas não querem ser envolvidos em conflitos que eles nunca buscaram, apenas porque o fanatismo ideológico de nossa diplomacia, para atender aos desígnios de Hugo Chávez, decidiu permitir que nossa embaixada fosse o quartel-general para organizar sua insurreição.

Fora Zelaya! É urgente que v. abandone o prédio de nossa embaixada e se entregue às autoridades do seu país para ser julgado pelos crimes de que é acusado e deixe de contar com a proteção de nosso governo para acobertar a ilegalidade.

Envie mensagem de protesto ao Ministro das Relações Exteriores do Brasil
(
http://forazelaya.blogspot.com/)

Fora Zelaya! Honduras necessita de paz e de respeito à sua soberania e não de gritos de guerra partidos da embaixada brasileira em Tegucigalpa.

Fora Zelaya! É urgente que V. abandone a embaixada brasileira e deixe de fazer dela o quartel-general de onde lança seus apelos a uma insurreição que pode conduzir a uma luta fratricida entre hondurenhos.

Fora Zelaya! V. tem o apoio de nossa diplomacia, cooptada pelo chavismo, mas não de nosso povo, conservador e cristão, que deseja a harmonia política e social e o bom entendimento entre os povos irmãos da América Latina.

Envie mensagem de protesto ao Ministro das Relações Exteriores do Brasil
(
http://forazelaya.blogspot.com/)


Fora Zelaya! É importante que Honduras, o Brasil e toda a América Latina fiquem a salvo das intrigas, das ameças, das incursões e de uma eventual hegemonia do “socialismo do século XXI”. Por isso saia logo de nossa embaixada.

Fora Zelaya! Sua presença em nossa embaixada, com a cumplicidade de nossa diplomacia, é uma ofensa a nosso povo, tradicionalmente pacato e avesso às ideologias de esquerda, que tantos confrontos, misérias e dores já causaram no mundo.

Fora Zelaya! Hugo Chávez, o caudilho venezuelano, se vangloria de o ter introduzido clandestinamente em Honduras e recomendado que se abrigasse em nossa embaixada, para daí iniciar um movimento de insurreição. Infelizmente nossa diplomacia se prestou a isso, mas nós os brasileiros somos totalmente contrários ao que aconteceu.

Fora Zelaya! Nós brasileiros sabemos perfeitamente que, primeiro, V. violou uma cláusula pétrea, o artigo 239 da Constituição de Honduras, quando tentou convocar um plebiscito para permitir-lhe eternizar no poder, numa manobra "chavista" ou bolivariana, e por isso foi deposto. V. não foi vítima de um golpe como alguns pretendem convencer a opinião mundial, mas foi deposto.

Fora Zelaya! Ainda é tempo de evitar um derramamento de sangue em sua pátria. Não desejamos ser o estopim e cúmplices de uma guerra civil em Honduras que poderá, depois, estender-se aos países vizinhos.

Fora! do Brasil, fora! de nossa Embaixada!
Fora!... Fora!...

Envie mensagem de protesto ao Ministro das Relações Exteriores do Brasil
(
http://forazelaya.blogspot.com/)

___________________

Leia na íntegra o Comunicado da Associação dos Fundadores

http://comunicadofundadores.blogspot.com/


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Aborto: o artigo que outrora eu não precisaria escrever...


Roger Luis Vargas (*)


Foi recentemente lançado o Catecismo contra o aborto: Por que devo defender a vida humana, de autoria do Pe. David Francisquini. Este opúsculo trata da questão do aborto à luz da doutrina católica, da Lei natural e da ciência médica.


Nele o assunto é apresentado em forma de perguntas e respostas. São respondidas as principais objeções apregoadas e difundidas a todo momento, tanto na mídia como em nossos meios (mesmo em círculos ditos católicos).
O livro explica em que consiste o sagrado dom da vida na Terra. Discorre sobre os diferentes métodos utilizados no procedimento do aborto. Relembra verdades esquecidas como o “aborto é um pecado que brada aos Céus e clama a Deus por vingança”. Aprofunda-se no tema, discorrendo sobre as relações do nascituro e a intimidade deste com Deus. Alerta sobre as seqüelas deixadas na mãe –– não somente físicas, mas também psicológicas.

Por fim, após discorrer sobre a questão legal do aborto no Brasil, termina com um apêndice sobre o aborto em nível internacional.

Não creio que pessoa alguma possa afirmar que tal obra não tenha uma importância fundamental em nossos dias. Livro destinado não apenas àquelas que serão chamadas a ser mães, mas a todos aqueles preocupados com a Lei de Deus e a vida humana.

Segundo estatísticas oficiais, a cada ano são contabilizados 46 milhões de abortos em todo o mundo (perfazendo um total de aproximadamente 1 bilhão a cada 22 anos). Todavia, não é possível chegar ao número real de abortos já cometidos, visto que em 1919 o aborto já era legal na Rússia comunista.

Imagino-me voltando um século no tempo e escrevendo o mesmo artigo, alertando as futuras mães a não incorrerem em tão grave pecado. Creio que, em minha viagem histórica regressiva, eu seria alvo do repúdio da sociedade de outrora, por julgar o artigo deslocado, tão impensável era o aborto naquela época. Donde me veio a inspiração para o título deste artigo, uma maneira de ajudar a todos que vivemos numa sociedade materializada e amoral –– a civilização do século XXI –– a refletir sobre a afirmação: Um artigo que outrora eu não precisaria escrever...
__________________________________
(*) Roger Luis Vargas é colaborador da ABIM


71% do Brasil impedido de produzir alimentos

De acordo com matéria publicada pelo “Jornal da Ciência” da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a produção de alimentos é expressamente proibida em 71% do território brasileiro pelo Código Florestal. A lei deixa só 29% do País para as cidades, infra-estrutura e produção agropecuária. A matéria funda-se em estudo do professor Evaristo Eduardo de Miranda, documentado com fotografias e dados obtidos via satélite. Contudo, a “religião” ambientalista comemora essa política suicida de “engessamento” do País. Para ela, a mata inculta e o primitivismo constituem um santuário habitado por uma “divindade” panteísta, por vezes denominada Gaia. Será este o novo nome do pai da mentira?
____________________
Agência Boa Imprensa

Mais uma oposicionista “silenciada” na Rússia

A jornalista Natalia Estemirova (foto) foi seqüestrada quando saía de sua casa, e logo executada em Grozni, capital da Chechênia. Seu corpo apareceu numa estrada, com tiros na cabeça e no peito, noticia o diário carioca “O Globo”. Sua “heresia” foi criticar a política do governo de Putin no norte do Cáucaso. A União Européia e organizações de direitos humanos ocidentais soltaram gemidos estéreis e sem conseqüências a propósito do assassinato, como aconteceu por ocasião de outros homicídios de jornalistas, advogados e ativistas que denunciaram a ditadura de estilo soviético exercida por Putin e seus “camaradas” da (ex-)KGB.
_______________
Agência Boa Imprensa

Mais um exemplo do poder do Santo Rosário

Dois cidadãos americanos divulgaram na Internet fato narrado por Mons. William Kerr, falecido neste ano. Certa noite em Tallahassee, Flórida (EUA), ele fora chamado pela polícia para atender uma república feminina de estudantes vitimada por um terrível assassino serial. Duas moças morreram, e outras agonizavam. Somente uma jovem não sofrera nada, pois quando o criminoso abriu a porta do quarto e apontou contra ela sua arma, esta caiu no chão e ele fugiu. A moça narrou ter prometido à mãe que rezaria o rosário toda noite antes de se deitar, como fazia naquele momento. Anos depois, o religioso atendeu o assassino condenado à morte, e este lhe contou que, quando viu a jovem com o terço na mão, não pôde dar um só passo, a arma caiu de sua mão e ele teve que sair correndo.
_______________
Agência Boa Imprensa

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Kerenskismo obamista-lulista e Honduras: “eixo da moderação” a serviço do “eixo do mal”

Zelaya utiliza-se da embaixada brasileira em Tegucigalpa como palanque, fazendo comício para seus sequazes (partidários de Hugo Chávez), o que poderá levar Honduras a uma guerra civil. Se ocorrer derramamento de sangue o governo brasileiro poderá ser responsabilizado.


* Armando Valladares


O Palácio do Itamaraty, a chancelaria brasileira outrora reconhecida por sua habilidade, tato e inteligência, contribuindo para criar um inédito “governo paralelo” pró-chavista em sua embaixada em Tegucigalpa, empurrou o “moderado” presidente Lula no olho de um imprevisível furacão, o qual, diante de Deus e da História, o torna responsável direto pelo que possa acontecer em Honduras.

O Palácio do Itamarary, a chancelaria do “moderado” presidente do Brasil, Sr. Lula da Silva, ao autorizar o ingresso em sua embaixada em Tegucigalpa do deposto presidente pró-chavista Zelaya como “hóspede” e não como “exilado”, se envolveu nos assuntos internos de Honduras da maneira mais brutal e menos diplomática possível. Contribuiu dessa maneira para criar em Honduras um inédito “governo paralelo” pró-chavista, sob o amparo da extra-territorialidade.

Embaixada brasileira em Honduras transformada em "casa da sogra" por Zelaya e seus partidários

Tal como advertem analistas brasileiros, a diplomacia do Itamaraty, outrora reconhecida por sua habilidade, tato e inteligência, acaba de empurrar Lula, talvez inadvertidamente, para o olho de um imprevisível furacão que pode afetar o perfil de "moderação", “conciliação”, “diálogo” e “espírito democrático” que esteve esgrimindo nos últimos anos. E, sobretudo, o torna responsável direto, diante de Deus e da História, pelo que possa acontecer em Honduras.

De fato, intervindo dessa maneira nos assuntos internos de Honduras, a diplomacia do Itamaraty passa a assumir a culpa direta pelas conseqüências de sua decisão de usar sua embaixada para hospedar o presidente deposto e criar um “governo paralelo”; responsável, inclusive, por atos de violência e até de sangue que possam ocorrer.

O deposto presidente Zelaya dedicou-se a usar o recinto diplomático para discursar para seus seguidores, contribuindo para criar no país uma situação explosiva. O próprio presidente brasileiro, talvez percebendo de que maneira foi colocado no olho de um furacão por sua própria chancelaria, pediu a Zelaya que moderasse sua linguagem. E também exigiu o respeito da extra-territorialidade de sua sede diplomática em Honduras, no mesmo momento em que o Itamaraty viola dessa maneira normas internacionais elementares.

Em 12-8-09, Zelaya esteve em Brasília

pedindo ajuda ao pres. Lula

Com maior ênfase ainda que a colocada para insistir sobre o levantamento do “embargo” ao regime comunista de Cuba, a chancelaria brasileira monta um historicamente inédito “embargo” contra o povo hondurenho que não deseja cair no abismo chavista. No momento em que escrevo estas linhas, o presidente Lula propôs uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, para tratar de uma delicada situação que sua própria diplomacia, tão pouco diplomaticamente, contribuiu decisivamente para criar. Falta somente que a representante do Brasil na ONU peça uma intervenção militar em Honduras.

Como advertiu desde as páginas do influente O Estado de São Paulo, o analista político brasileiro Roberto Lameirinhas, a volta de Zelaya, rodeado de um “show midiático”, na realidade vai “ampliar a fratura social hondurenha” e os que apostaram no retorno do deposto presidente “parecem apostar em uma popularidade que na realidade ele não tem”, assim como em uma suposta “disposição revolucionária” da população hondurenha que não existe.

Sem dúvida, a conta de perdas humanas, sociais e econômicas está sendo paga pelo povo hondurenho, sujeito a uma incompreensão internacional talvez inédita na História. Porém, a conta política, perante Deus e a História, no caso em que Honduras seja brutalmente arrastada ao abismo chavista, será o próprio governo brasileiro, seu atual presidente e sua diplomacia os que terão que pagá-la em boa medida.

Se hoje, na América do Norte, o kerenskismo favorecedor das esquerdas está representado pelo presidente Obama, tal como mostrei em recente artigo publicado por "El Heraldo" de Honduras, na América do Sul o kerenskismo talvez esteja encarnado prototipicamente no presidente Lula, do Brasil, a quem Obama, durante a Cúpula das Américas, qualificou como “o cara”.

Se Cuba comunista sobrevive até hoje, em boa medida isso se deve, talvez ainda mais que o apoio de Chávez, ao colossal sustento político, diplomático e econômico do kerenskismo lulista.

Se Chávez chegou até onde chegou, é porque em boa medida o kerenskismo lulista, sempre alegando moderação, espírito de diálogo e necessidade de contemporização, lhe deu sua anuência e o apoiou publicamente nos momentos de mais dificuldade interna, contribuindo para desmoralizar a oposição venezuelana.

Se os governos populistas-indigenistas da Bolívia e Equador estão efetuando os atuais atos de vandalismo, contribuindo para a auto-demolição social, política e moral de ambos os países, isso também se deve ao kerenskismo lulista que lhes proporcionou um respaldo decisivo em matéria política e econômica.
Se as pressões internacionais contra Honduras chegaram ao ponto a que chegaram, isso se deve às articulações do neo-imperialismo kerenskiano lulista que, por trás dos bastidores, e até na frente deles, sem o menor pudor, dedicou-se a pressionar o governo norte-americano para asfixiar essa pequena grande nação que os partidários da liberdade no mundo inteiro qualificam justamente como um pequeno grande Davi do século XXI.

O “moderado” presidente brasileiro integra junto com o presidente Obama um “eixo da moderação” que objetivamente, e independentemente das intenções de seus protagonistas, está a serviço do “eixo do mal” chavista e permite, com seu espírito concessivo, que o “eixo do mal” avance.

Há quase 7 anos, em 8 de outubro de 2002, no conhecido programa televisivo do jornalista Boris Casoy, o então candidato presidencial Lula da Silva me chamou de “picareta de Miami”, porque eu havia contribuído a denunciar em uma série de artigos, de uma maneira documentada e invariavelmente respeitosa, o vergonhoso apoio de Lula a Cuba comunista e sua política em favor do “eixo do mal” latino-americano. Na ocasião, na falta de argumentos, Lula respondeu com uma brusca mudança de tom.

A política externa do Itamaraty, durante os dois períodos do presidente Lula à frente do governo do Brasil, foi confirmando essas apreensões. Hoje, com a precipitação da aventura hondurenha, a diplomacia brasileira não fez senão confirmar essas apreensões.

Raul Castro, Manuel Zelaya e Hugo Chávez

É hora de proclamar as verdades que doem aos Golias contemporâneos, em voz alta, claramente, argumentando e dando provas irrefutáveis, tudo isso feito de uma maneira invariavelmente educada e respeitosa. Usei palavras sem dúvida alguma fortes, porém penso que elas são proporcionais à gravidade da situação, e foram sempre respeitosas.

Em declarações recentes ao Washington Post, o embaixador Jeffrey Davidow, alto assessor do presidente Obama, reconheceu que na América Latina de hoje um perigo maior que o militarismo é o populismo do tipo chavista. O embaixador Davidow disse uma meia-verdade. De fato, sob vários pontos de vista o maior perigo é o “kerenskismo”, que prepara o caminho para o populismo, o indigenismo e outros “ismos” pós-modernos que estão tomando o lugar do comunismo clássico.

A heróica resistência do povo hondurenho negando-se a pôr o “uniforme” zalaysta-chavista, apesar das brutais pressões de dirigentes internacionais, me lembra a epopéia de um punhado de presos-políticos cubanos que, em que pese os brutais golpes e torturas, negou-se durante anos a se vestir com o “uniforme” de presos comuns. O tirano Castro não pôde dobrá-los e passaram para a História como os “presos resistentes”.

Que a Divina Providência proteja Honduras “resistente”, que se recusa a pôr o “uniforme” chavista e continue lhe dando forças e inspiração para resistir, da mesma maneira como Davi resistiu e se defendeu contra Golias.


Tradução: Graça Salgueiro

*Armando Valladares, ex-preso-político cubano “resistente”, foi embaixador dos Estados Unidos na Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, durante as administrações Reagan e Bush. Acaba de receber em Roma um importante prêmio de jornalismo por seus artigos em favor da liberdade em Cuba e no mundo inteiro. E-mail” armandovalladares2006@yahoo.es




terça-feira, 22 de setembro de 2009

Os Dízimos, a Colonização e a História

Ibsen Noronha(*)

A Legenda Negra acerca da Colonização das Américas vai ganhando foros de verdade revelada. Os atuais governos latino-americanos contribuem com o seu tanto para a “Ciência”…

Outro dia um livro de divulgação — diria mesmo vulgarização ou panfletagem —acerca dos crimes cometidos pelos colonizadores, foi oferecido por um caudilho ao presidente americano. E a mídia fez também o seu tanto na propaganda ideológica.

Segundo estas versões, que tomam sempre ares de certeza trombuda e insolente, desdenhosas das posições contrárias, os colonizadores, em nome da ganância insaciável, destruíram a sociedade aborígene, repleta de bondade, modelar mesmo, apesar dos sacrifícios humanos em honra dos seus deuses, da antropofagia, de enterrarem crianças com má formação. Tudo isto “é cultural”, “louvável”. São tantas as lições de simplicidade que podemos receber destas sociedade tribais. O beau sauvage de Rousseau, afinal, somente poderia ter como modelo o aborígene americano. Enfim, eis o arquétipo de sociedade que o Homem Novo, reformado pela conscientização socialista-ecológica, está determinado a abraçar.

É muita densidade para apenas um parágrafo. Mas o melhor e não escrever muito. O Homem moderno tem paixão pela rapidez, e tudo que demande muito vagar é visto com pouca simpatia. E eu preciso de leitores…

Mas prossigamos. Remexendo arquivos de antigas Leis, no afã de aprofundar as já tão profundas idéias que a Legenda Negra promulgou, encontro algo que me deixa confuso. E transcrevo, caro leitor, pois nada melhor que uma fonte primária para não termos que conhecer a História de segunda mão que nos é ensinada, diria melhor divulgada, nos dias que correm… e correm muito.

… fareis guardar as Provisões que mandei passar sobre a liberdade do gentio das ditas partes, e para não pagarem dízimos aos que se fizerem cristãos, por tempo de quinze anos…
É terrível! Temos uma lei, de 12 de Novembro de 1582, que confirmava outra de 4 de Janeiro de 1576, isentando os índios de impostos aqui no nosso Brasil.
Deve ser apenas mais uma forma de camuflar a sede insaciável de riqueza e poder dos colonizadores. Eles deveriam estar já se justificando avant la lettre pois sabiam que os seus crimes hediondos um dia seriam denunciados por paladinos da liberdade, heróis da verdade, caudilhos que vieram ao mundo para proclamar o que foi e como foi!!!

Este texto é intolerável. Mas nas minhas solitárias pesquisas encontro dezenas, centenas de leis, que buscam proteger os índios. Que farsantes estes colonizadores! Querem espoliar e produzem leis concessivas e benevolentes.
O melhor seria que todas estas leis não fossem conhecidas nem discutidas.
Compromete a versão que circula. Além do mais, dizer que havia isenção de dízimos, concedida pelo soberano, enquanto administrador da Ordem de Cristo, seria dar uma idéia de complacência, de magnanimidade a um Rei — que precisa ser visto como tirano — e, à Igreja Católica uma certa doçura na conversão dos índios — que precisa ser vista como forçada, despoticamente imposta.
Liberar dos Dízimos? Que horror! Sobretudo hoje em dia. O Estado nos leva a metade dos nossos dias de trabalho. As pequenas igrejas, que são grandes negócios, enriquecem os seus áugures…
Há algo de errado com aquele texto de lei do século XVI!!!
Deve ser uma falsificação…
_____________________
(*) Mestre em Direito pela Universidade de Coimbra,
Professor de História do Direito Brasileiro pela UnB.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Obama-Clinton: “política do garrote” para Honduras e “política de sorrisos” para Cuba

Armando Valladares *
O espírito intervencionista do recente comunicado do Departamento de Estado sobre Honduras não podia ser mais brutal, constituindo um exemplo típico de retorno da “política do garrote”... contra o anti-chavismo, enquanto se impulsiona uma suicida “política de sorrisos” para o “eixo do mal” latino-americano

Em 3 de setembro pp., o Departamento de Estado norte-americano, em nome da secretária de Estado Hillary Clinton, deu a conhecer um comunicado que tem como objetivo visível golpear o atual governo provisório de Honduras porém que, no fundo, pretende quebrar a resistência do heróico povo hondurenho, em sua luta pela liberdade. Trata-se de um comunicado que reflete ao mesmo tempo um intervencionismo pró-chavista, não menos deplorável, nos assuntos internos de outro país.

Nem mais nem menos, é a cruel aplicação contra Honduras, um pequeno país centro-americano aliado dos Estados Unidos, da “política do garrote”, desta vez nas mãos do kerenskiano presidente Obama, que ao mesmo tempo impulsiona uma suicida “política de sorrisos” com relação aos totalitarismos e populismos de raiz esquerdista nas Américas, como Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua.

São dois pesos e duas medidas de uma injustiça que clama a Deus
Dias atrás, o presidente Obama havia qualificado de “hipócritas” àqueles que na América Latina exigiam até há pouco tempo que os Estados Unidos não interviessem nos assuntos latino-americanos, enquanto que agora imploravam que o governo interviesse no caso de Honduras. Não obstante, poucos dias depois o presidente Obama cedia ante a “hipocritadura” chavista, tal como Kerensky cedeu ante Lênin em começos do século XX, e que precipitou o desenlace histórico que todos conhecemos. Já tive oportunidade de definir em artigo recente o que entendo por “kerenkismo obamista” e, para maior brevidade, remeto meus leitores a ele (cf. “Kerenkismo obamista, Honduras e abismo chavista”, “Diario Las Américas, Miami”, EUA, 24 de julho de 2009; “El Heraldo”, Tegucigalpa, Honduras, 23 de julho de 2009; “Destaque Internacional”, Internet, 21 de julho de 2009; “Mídia Sem Máscara”, 26 de julho de 2009; texto reproduzido na Internet em vários idiomas, inclusive em lituano, em mais de 30 países).

O comunicado do Departamento de Estado anunciou “a suspensão de uma ampla gama de ajuda ao governo de Honduras”, ante a alegada “necessidade de fortes medidas” para quebrar a “resistência” ao “Acordo de San José” por parte das atuais autoridades hondurenhas, e ante o que denomina “falta de restauração de um regime democrático e constitucional em Honduras”.

O espírito intervencionista do texto não podia ser mais brutal, constituindo um exemplo típico de retorno da diplomacia do garrote... contra o anti-chavismo. Com efeito, um “acordo” significa conformidade de pareceres entre duas ou mais pessoas ou instituições. Se pretende-se dobrar as instituições e o povo hondurenho a qualquer preço, então não chamem-no hipocritamente de “acordo” e sim, uma “imposição”, um gesto de “neo-colonialismo” ou um “ucase” (do russo, “ukaz”, que os dicionários traduzem como “ordem despótica”). O comunicado do Departamento de Estado alega sair em defesa do sistema “democrático” e “constitucional” de Honduras, porém quer impor um “acordo” que, apesar de levar o nome desse grande santo que foi São José, acabaria sendo um “ucase” muito pouco santo e, sem sombra de dúvida, sobretudo muito pouco “democrático”.

O comunicado norte-americano trata de justificar seu intervencionismo alegando a necessidade de uma “restauração” da ordem democrática, parecendo ignorar por completo que o deposto presidente Zelaya já havia ferido gravemente essa ordem democrática, ao pisotear as leis e a própria Constituição, diante da indiferença do Departamento de Estado, da OEA e dos governos das Américas que hoje farisaicamente se rasgam as vestes.

O presidente Obama acaba de prometer na última Cúpula das Américas um “novo começo” com a sanguinária ditadura castrista; estendeu pontes de diálogo com os regimes populistas-totalitários da Venezuela, Equador e Bolívia; manifestou sua disposição de conversar com os regimes islâmicos mais radicalmente anti-americanos e até com o tirano da Coréia do Norte; finalmente, proclamou aos quatro ventos que o “diálogo”, não a imposição, é o caminho primeiro e indispensável para a resolução de conflitos de ordem internacional e que os Estados Unidos passaram a defender o multilateralismo. Porém, quando se trata de Honduras, a linguagem adocicada muda totalmente e fica amarga, com gosto de fel, agressiva, prepotente e intervencionista da pior qualidade.

Nas linhas seguintes, os redatores do comunicado do Departamento de Estado, talvez percebendo o flanco de contradição e da fraude que abriam, tratam de adotar um ar de imparcialidade quando dizem que se “reconhece” a “natureza complicada” das ações que levaram à deposição de Zelaya em 28 de junho. Não obstante, nessas ações, de uma maneira incrivelmente tendenciosa, somente atribui a responsabilidade e a culpa ao “ramo legislativo”, ao “ramo judiciário” e aos “militares”, silenciando sobre a responsabilidade primeira e fundamental do “ramo executivo” encabeçado por Zelaya.

Apesar desse pretendido ar imparcial, se comete a maior das parcialidades quando se omite uma alusão sequer ao fato de que em Honduras, no dia 28 de junho de 2009, também existia esse “ramo executivo”, é verdade, porém que havia se afastado nitidamente da Constituição e das leis, e tratava de empurrar Honduras para o abismo chavista.

É preciso insistir com invariável objetividade, na mesma proporção da insistente parcialidade do comunicado norte-americano: é o “ramo executivo” encabeçado pelo deposto presidente Zelaya o grande responsável pela atual encruzilhada de Honduras, assim como os irmãos Castro são os grandes responsáveis pelo drama cubano, e Chávez é o grande culpado pela deterioração das liberdades na Venezuela e em outros países da região nos quais intervém como Pedro em sua casa, sem que o Departamento de Estado abra a boca.

O lamentável comunicado do Departamento de Estado alude também “complexas questões legais”, que não se dá ao trabalho de definir e nem sequer de mencionar. Se essas questões são tão “complexas”, é uma razão a mais para defini-las ou, pelo menos, enumerá-las, e passar a analisá-las com o devido cuidado antes de adotar medidas que, além de serem intervencionistas e garrotistas, são precipitadas e injustas contra a irmã Honduras.

Outra das provas do garrotismo, e da unilateralidade deste comunicado do Departamento de Estado, é precisamente o fato de que evite a análise dessa “complexidade”, lavando as mãos como Pilatos.

Os indícios falam no sentido de que o Departamento de Estado evite abordar essa “complexidade” porque não lhe convém fazê-lo: a palavra “complexidade”, no contexto do comunicado do Departamento de Estado, é um eufemismo para não tocar no tema central, o da enorme responsabilidade do deposto presidente Zelaya, um chavista no qual o presidente Obama e a secretária de Estado Clinton depositaram suas esperanças.

Trata-se de uma típica saída kerenskiana, entreguista, partidária do ceder para não perder, com o qual se protege e absolve Zelaya que, como já se disse, foi “democraticamente eleito” porém que — convém reiterá-lo até o cansaço, na mesma proporção em que seus defensores o omitem também até o cansaço — se afastou dos princípios constitucionais e das leis hondurenhas.

Não menos lamentável é o fato de que o Departamento de Estado, aberto a “novos começos” com os mais sanguinários ditadores comunistas e com déspotas islâmicos radicais, continue se negando a dialogar com as atuais autoridades hondurenhas e ameace em “não respaldar” o “resultado” das próximas eleições nacionais desse país.

Explica-se que, diante do que foi dito acima, o maior representante latino-americano do “eixo do mal” e atual presidente-ditador da Venezuela, Hugo Chávez, com uma emoção de crocodilo tenha declarado desde o Irã, onde mantinha reuniões conspiradoras contra os Estados Unidos, que “já era hora” de que o presidente Obama adotasse essas medidas, e tenha manifestado sua complacência com esse lamentável comunicado do Departamento de Estado, em boa medida, fruto de suas pressões e reclamos.

Nesse texto do Departamento de Estado, de 3 de setembro pp., ficou a descoberto a claudicação pró-chavista do “ramo executivo” do governo norte-americano. Por isso, seria de se desejar que o “ramo legislativo” deste país, Câmara de Representantes e Senado, através de suas respectivas comissões de Relações Exteriores, convoquem os representantes do Departamento de Estado para que expliquem as flagrantes contradições e omissões deste recente engendro. E também, que estudem a possibilidade de convidar seus colegas representantes do “ramo legislativo” de Honduras, para que tenham a oportunidade de expressar sua opinião, um elementar direito de defesa que o “ramo executivo” do governo norte-americano lhes está negando.

A política intervencionista do Departamento de Estado nos assuntos de Honduras deve cessar de imediato. O Congresso dos Estados Unidos também deveria convocar a uma audiência o embaixador norte-americano nesse país, Hugo Llorens, um cubano-americano com credenciais de moderado, que foi alto assessor da secretária de Estado Condolleeza Rice, mas que agora se tem mostrado fiel e submisso defensor do deposto presidente chavista. Entre outras perguntas, se poderia perguntar ao embaixador Llorens se é verdade, sim ou não, que permitiu à esposa do deposto presidente Zelaya utilizar as instalações diplomáticas norte-americanas para, desde ali, discursar a favor de distúrbios e violência, enquanto fazia crer que estava resistindo nas montanhas. Os congressistas também poderiam convocar a Srª María Otero, uma hispana de origem boliviana e antecedentes bolivarianos, recém nomeada Secretária de Assuntos Globais do Departamento de Estado, para interrogá-la se usou, sim ou não, um telefone da Secretária de Estado e, sobretudo, a influência de seu cargo para chamar empresários hondurenhos por telefone, coagindo-os e ameaçando-os por seu apoio ao atual governo provisório.

Proclamar as verdades que doem nos Golias contemporâneos, em alta voz, claramente, com argumentos e provas irrefutáveis, de uma maneira invariavelmente educada e respeitosa, é a mais efetiva maneira de ajudar o pequeno e heróico Davi hondurenho, assim como aos povos irmãos latino-americanos que sofrem sob os malefícios do “eixo do mal” chavista.
____________

* ARMANDO VALLADARES, ex-preso político cubano, serviu como embaixador dos Estados Unidos ante a Comissão de Direitos Humanos da ONU nas administrações Reagan e Bush, tendo recebido a Medalha Presidencial do Cidadão e o Superior Award do Departamento de Estado. Em julho pp., na Itália, foi o primeiro hispano honrado com o prestigioso Prêmio ISCHIA de jornalismo internacional. E-mail: armandovalladares2006@yahoo.es

____________
Abaixo, algumas fotos da manifestação do dia 4 de setembro, na qual milhares de hondurenhos protestaram contra as contínuas intervenções de Hugo Chávez em Honduras







quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Partido do Congresso na Índia quer proibir uso de títulos nobres

Heitor Abdalla Buchaul *
Recentemente o Partido do Congresso, na Índia, decretou que todos os seus políticos e governadores não mais poderão ostentar seus títulos de nobreza, como marajá (grande rei), maharani (grande rainha), rajkumar (príncipe) ou nababo (equivalente a rei e usado entre os indianos de origem muçulmana). Sobre esse assunto é interessante a análise de um artigo de autoria do insigne pensador católico Plinio Corrêa de Oliveira, publicado em Catolicismo nº 195, março/1967), sob o título "A Índia tem saudades dos Marajás".

Naquela época, os Marajás já haviam sido afastados oficialmente do poder, o que ocorrera desde o ano de 1947, quando a Índia se tornara independente da Coroa Britânica; até então, era formada por um conjunto de principados.

Desde a independência, a Índia pretendera, sob a liderança de Gandhi, Nehru e Indira, ter uma face modernizada e de cunho socialista, rompendo com as tradições mesmo as que eram salutares e orgânicas. Porém, essa tarefa não é nada fácil. Vejamos alguns excertos do referido artigo: “Entre as tradições que merecem sobreviver, algumas têm raízes débeis, e podem ser eliminadas sem enorme abalo para a nação. Mas outras há em que não se pode tocar sem desfigurar a própria alma da nação, o seu processo de continuidade histórica, sua própria identidade consigo mesma. [...] Na Índia dos Marajás, por exemplo, muita coisa haveria que modificar. Mas essa obra jamais poderia degenerar num fazer ‘tabula rasa’ — na vida da Índia atual — de todos os tesouros de arte, cultura e talento da Índia tradicional. Nem numa substituição sumária e total da Índia grandiosa, lendária e poética plasmada pelos séculos, por um Estado socialista, prosaico e vulgar como é a Índia atual: uma espécie de país organizado à sueca, isto é, tudo quanto há de mais paradoxal e anorgânico”.

“A Índia de hoje são os indianos que hoje vivem. E eles não aprovaram tão radical, indiscriminada e brutal transformação”.

Mais adiante, o artigo refere-se às então recentes eleições indianas : “De um longo e substancioso despacho do correspondente da AFP em Nova Delhi, datado de 15 de janeiro p.p., destacamos este trecho: "O líder dos comunistas indianos, comentando a preparação das listas de candidatos para as eleições legislativas do próximo mês, exclamou: ‘Isto é a restauração! Nunca houve tantos Marajás nas listas como este ano!’ [...] ‘Grandes Famílias’ ilustres que reinavam sobre vastos Estados do Radjastan, do Pundjab e de Madhya Pradesh, e que, na realidade, não deixaram de dominar nunca a política local, e centenas de pequenos Príncipes obscuros voltam ao primeiro plano político”.

E o Prof. Plinio conclui : “Não entramos no mérito da questão da forma de governo. Descartado de seu aspecto político, este reviver da popularidade dos Rajás indica uma reação de alma muito importante do ponto de vista ‘Ambientes, Costumes, Civilizações’. Em suma, o povo indiano está farto do socialismo trivial, rasteiro e sem nenhum vôo. E volta-se para a Tradição em busca desta coisa indispensável: altos horizontes para a alma”.

Passadas mais de quatro décadas desses acontecimentos, a aura revolucionária que desde o início dominou o Partido do Congresso indiano, deseja tentar ainda submergir cada vez mais as famílias nobres; e já lhe tendo tirado o poder político deseja agora liquidar qualquer influência que possam ter sobre a sociedade; e continua a ser, como afirma o Prof. Plinio, “trivial, rasteiro, sem nenhum vôo”, conforme o seu próprio lema "Aam Aadmi", ou seja "Homem Comum". O que não combina com Marajás, levando a vulgarização e a mediocridade a seu ápice.

A decisão do partido do primeiro-ministro Manmohan Singh causou polêmica no país.

“Esses títulos são uma herança de família; como então o Partido do Congresso pode querer tirá-los? Como fazer o povo parar de nos chamar pelos nossos títulos de nobreza? Muitas vezes são termos afetivos”, protestou durante um debate na TV CNN-IBN Bhanu Pratap Singh, um ex-ministro de Estado, que hoje seria o Marajá de Narsinghgarh, no estado de Madhya Pradesh. Ele argumenta que em 1971, quando a então a primeira-ministra Indira Gandhi eliminava vários privilégios dos nobres, os títulos não chegaram a ser abolidos. Portanto, os descendentes teriam direito de usá-los hoje. Mas a liderança do Partido do Congresso julga que a existência de muitos políticos de origem nobre em seus quadros contraria a imagem que almeja projetar para o público.

Esse quadro é muito interessante e simbólico para se constatar, em primeiro lugar, o ódio que os revolucionários votam a tudo que é nobre, belo, elevado, sendo uma questão mais espiritual do que material; e, em segundo lugar, o seu verdadeiro objetivo –– fazer a humanidade rebaixar-se cada vez mais, perdendo os exemplos e parâmetros mais sublimes, e considerando como inspiração apenas aquilo que é comum e banal.

Nada mais contrastante em relação ao desejo natural de perfeição, que Deus colocou na alma humana.
________________
* Heitor Abdalla Buchaul é colaborador da ABIM