quinta-feira, 17 de outubro de 2013

COMUNICADO

Prezados difusores, correspondentes, colaboradores e leitores da Agência Boa Imprensa

Temos a grata satisfação de comunicar-lhes que transferimos todo o conteúdo de nosso blog para um novo site, hospedado no seguinte endereço: 
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Assim, este blog encontra-se desativado desde o dia 16-10-2013.

Pedimos a todos a gentileza de acessar nosso novo site e cadastrar seus e-mails, a fim de passarem a receber — gratuitamente  nossos informativos e atualizações. Para isso, na página principal do novo site, basta um click no item “FALE CONOSCO”. Depois, no quadro à direita, insira seu e-mail. Envie e pronto. 

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Atenciosamente, 
Paulo Corrêa de Brito Filho 
Diretor da Agência Boa Imprensa (ABIM)

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Modernidade?


Leo Daniele (*)

Já ouviu em algum lugar o seguinte pensamento, ou um semelhante? “Em uma religião que vive, nada existe que não seja variável e que não deva variar”.

Em consequência, “o dogma, a Igreja, o culto, os livros que veneramos como santos e até a mesma fé, se não queremos que tudo isto se encontre entre as coisas mortas, têm que se submeter às leis da evolução”.

Trata-se de uma frase equivocada, repreendida e condenada como modernista (D2094), pela encíclica Pascendi do Papa São Pio X (1907). [Na foto, sua imagem na Basílica de São Pedro em Roma]. Ele não só condena a sentença transcrita acima, como também descreve algo que talvez já tenhamos visto: um fingimento interessado. Eis o que diz São Pio X:

“Esses modernistas continuam no caminho empreendido; o continuam mesmo depois de repreendidos e condenados, cobrindo uma audácia incrível com o véu de uma submissão fingida”. Isto porque, “necessitam permanecer dentro do recinto da Igreja para mudar insensivelmente a consciência coletiva” (D2095).

Ou seja, tais pessoas fingem-se de católicas para melhor influir internamente na Igreja.

Comenta Plinio Corrêa de Oliveira as palavras do início deste artigo: “Em uma Encíclica famosa, Pio X condenou violentamente este mal, e fez ver a todos os fiéis que, se as mãos de um Papa e de um Santo sabem ser maternais para cicatrizar as feridas dos que sofrem, sabem ser pesadas como montanhas, para esmagar erros e matar heresias. 

“A Enciclica Pascendi Dominici Gregis, contra o Modernismo, é dos documentos mais edificantes de Pio X. Suas páginas ardem e vibram de santa indignação. Tomado de um zelo sobrenatural pela Casa de Deus, o Santo Padre denuncia com palavras de fogo o veneno que escorria sub-reptício ‘dentro das próprias veias da Cristandade’, e com uma precisão admirável, ponto por ponto, denunciando os subterfúgios, esmagando as alegações falsas, e deixando a nu toda a vileza dessa corrente que era, segundo suas expressões, a ‘súmula de todas as heresias’”.(1)
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1. “Legionário”, 14-3-1914. Esperada para breve a beatificação de Pio X.

(*) Leo Daniele é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A Batalha de Lepanto

Neste dia celebram-se os 442 anos da BATALHA DE LEPANTO, travada contra o Império Otomano em 7 de outubro de 1571 
Paulo Roberto Campos 

No século XVI, o poderio otomano (sobretudo o Império turco, de religião muçulmana) crescia espantosamente e tudo empreendia para aniquilar e dominar a Europa cristã. Os turcos já haviam conquistado Constantinopla e ocupado a ilha de Chipre, de onde pretendiam marchar em direção ao Ocidente.

Em face do iminente perigo para a Cristandade, o Sumo Pontífice de então, o Papa São Pio V, conclamou os príncipes europeus a se unirem numa frente comum contra o inimigo. Reuniu uma pequena esquadra composta com o apoio de Felipe II da Espanha [quadro ao lado], das Repúblicas de Veneza e de Gênova e do Reino de Nápoles, além de um contingente dos Estados Pontifícios.

São Pio V não desanimou ante a desproporção das forças, pois confiava mais na proteção de Deus e de sua Santíssima Mãe. Entregou ao generalíssimo D. João d’Áustria o comando da esquadra e deu-lhe um estandarte com a imagem de Nossa Senhora, pedindo-lhe que partisse logo ao encontro do inimigo.

Batalha de Lepanto: vitória salvadora 
Há 442 anos, em 7 de outubro de 1571, a esquadra católica, composta de aproximadamente 200 galeras, concentrou-se no golfo de Lepanto. D. João d’Áustria [escultura ao lado] mandou hastear o estandarte oferecido pelo Papa e bradou: “Aqui venceremos ou morremos”, e deu a ordem de batalha contra os seguidores de Maomé. Os primeiros embates foram favoráveis aos muçulmanos, que, formados em meia-lua, desfecharam violenta carga. Os católicos, com o Terço ao pescoço, prontos a dar a vida por Deus e tirar a dos infiéis, respondiam aos ataques com o máximo vigor possível.

Mas, apesar da bravura dos soldados de Cristo, a numerosíssima frota do Islã, comandada por Ali-Pachá, parecia vencer. Após 10 horas de encarniçado embate, os batalhadores católicos receavam a derrota, que traria graves consequências para a Civilização Cristã europeia. Mas, óh prodígio! Ficaram surpresos ao perceberem que, inexplicavelmente e de repente, os muçulmanos, apavorados, bateram em retirada...

Imagem de Na. Sra. do Rosário
de Lepanto
Obtiveram mais tarde a explicação: aprisionados pelos católicos, alguns mouros confessaram que uma brilhante e majestosa Senhora aparecera no céu, ameaçando-os e incutindo-lhes tanto medo, que entraram em pânico e começaram a fugir.

Logo no início da retirada dos barcos muçulmanos, os católicos reanimaram-se e reverteram a batalha: os infiéis perderam 224 navios (130 capturados e mais de 90 afundados ou incendiados), quase 9.000 maometanos foram capturados e 25.000 morreram. Ao passo que as perdas católicas foram bem menores: 8.000 homens e apenas 17 galeras perdidas.



Vitória alcançada pelo Rosário
Enquanto se travava a batalha contra os turcos em águas de Lepanto, a Cristandade rogava o auxílio da Rainha do Santíssimo Rosário. Em Roma, o Papa São Pio V [quadro abaixo] pediu aos fiéis que redobrassem as preces. As Confrarias do Rosário promoviam procissões e orações nas igrejas, suplicando a vitória da armada católica.

O Pontífice, grande devoto do Rosário, no momento em que se dava o desfecho da
famosa batalha, teve uma visão sobrenatural, na qual ele tomou conhecimento de que a armada católica acabara de obter espetacular vitória. E imediatamente, exultando de alegria, voltou-se para seus acompanhantes exclamando: “Vamos agradecer a Jesus Cristo a vitória que acaba de conceder à nossa esquadra”. 

 A milagrosa visão foi confirmada somente na noite do dia 21 de outubro (duas semanas após o grande acontecimento), quando, por fim, o correio chegou a Roma com a notícia. São Pio V tinha meios mais rápidos para se informar...

Em memória da estupenda intervenção de Maria Santíssima, o Papa dirigiu-se em procissão à Basílica de São Pedro, onde cantou o Te Deum Laudamus e introduziu a invocação Auxílio dos Cristãos na Ladainha de Nossa Senhora. E para perpetuar essa extraordinária vitória da Cristandade, foi instituída a festa de Nossa Senhora da Vitória, que, dois anos mais tarde, tomou a denominação de festa de Nossa Senhora do Rosário, comemorada pela Igreja no dia 7 de outubro de cada ano.

Ainda com o mesmo objetivo, de deixar gravado para sempre na História que a Vitória de Lepanto se deveu à intercessão da Senhora do Rosário, o senado veneziano mandou pintar um quadro representando a batalha naval com a seguinte inscrição: “Non virtus, non arma, non duces, sed Maria Rosarii victores nos fecit”. (Nem as tropas, nem as armas, nem os comandantes, mas a Virgem Maria do Rosário é que nos deu a vitória).

Outra intervenção providencial
Consumado o milagroso triunfo em Lepanto, outro prodígio salvou a armada católica: uma furiosa tempestade ameaçava levar ao fundo do mar todas as naus. Mais parecia uma tempestade desencadeada pelos demônios, como vingança pela derrota que acabavam de sofrer, pois viam escapar de suas garras a Europa Cristã que os seguidores de Maomé tentaram conquistar para o domínio muçulmano. Em meio à fúria das águas, os navegantes começaram a rezar à Santíssima Virgem, Rainha do Santo Rosário, e a tempestade serenou milagrosamente.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Por que Deus censurou Caim?


Pe. David Francisquini (*) 

Porque possui alma imortal o homem é dotado de inteligência e vontade. Enquanto a razão tem por objeto próprio a verdade, e não o erro e a mentira, a vontade deve visar o bem. Por sua vez, os sentimentos devem acatar os ditames de uma e de outra.

Pautar a conduta humana por sua faculdade sentimental e romântica seria negar a sua racionalidade, pois é através da razão que o homem regula seus sentimentos e emoções. Deus censurou Caim ao lhe dizer que ele possuía as rédeas nas mãos para dominar seus instintos animais.

Enquanto os irracionais são dotados de forças instintivas e cegas que os impulsionam à natural procura de seu bem, o homem, para nortear sua conduta, precisa das faculdades da inteligência e da vontade, além da regra moral consubstanciada nos Dez Mandamentos da Lei de Deus. 

Através da inteligência, o homem conhece as realidades visíveis e mesmo as invisíveis, e iluminado pela fé pode conhecer realidades mais altas, como as verdades reveladas por Deus segundo as Escrituras e a Tradição e transmitidas pelo Magistério multissecular da Santa Igreja Católica Romana.

Com efeito, não há antagonismo entre fé e inteligência. Tentar explicar as Escrituras por meio do progresso e da cultura humana, como fazem os modernistas, constitui doutrina condenada por São Pio X na encíclica Pascendi, bem como por outros papas.

Ensina-nos Pio IX que em matéria de religião a ciência não pode dominar ou prescrever o que se deve crer e aceitar, e nem tampouco perscrutar os mistérios de Deus, e sim lhes prestar reverente, piedosa e humilde homenagem.

Em nome do avanço da ciência, a revolução cultural moderna preconiza e defende, entre muitos males, o aborto, a eutanásia, a sodomia, a prostituição, o divórcio, as uniões de fato, a abolição do celibato sacerdotal. É claro que tal revolução visa destruir os valores religiosos e morais que ainda pautam a vida social e política.

As barreiras que infelizmente ela vem destruindo são tantas, que religiosos de peso passaram a defender uma piedade sentimental em relação àqueles que levam uma vida em desacordo com a moral. Costumam alegar que tais males surgiram como reação ao rigorismo doutrinário e moral da Igreja.

Na realidade, precisamos distinguir bem a misericórdia para com o pecador que deseja abandonar o vício da aceitação sistemática e metódica de leis contrárias à fé e à moral. Para os modernistas nada é imutável, portanto a Igreja precisa adaptar-se à realidade hodierna sem negar seus erros e vícios.

Como não poderia deixar de ser, esse procedimento de autoridades eclesiásticas vem causando a perda da fé de incontáveis fieis. Pois necessitando a fé de explicitação — na alma de cada fiel há pontos relativos à Igreja, ao dogma e aos Livros sagrados —, os progressistas tomam a iniciativa de construir uma doutrina própria que procuram enquadrar racionalmente às suas conveniências.

Espero em breve dar continuidade ao tema de hoje. Até lá.
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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ

"Shutdown americano"... Quebrou os Estados Unidos?


Análise política sobre a paralisação que ocorre no governo norte-americano, por Mario Navarro da Costa. Brasileiro, que mora há 32 anos nos Estados Unidos, representante em Washington do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira e de diversas TFPs. Ele comenta o "shutdown americano".

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A verdadeira santidade é a força de alma e não moleza sentimental

Fotografia de Santa Teresinha, em julho de 1896 [foto feita pela Irmã Genoveva]

Plinio Corrêa de Oliveira 

A santificação implica o maior dos heroísmos, pois supõe não só a resolução firme e séria de, se preciso for, sacrificar a vida para conservar a fidelidade a Jesus Cristo, mas ainda de viver na Terra uma existência prolongada, se tal aprouver a Deus, renunciando a todo momento ao que se tem de mais caro, para se apegar tão-somente à vontade divina.

Certa iconografia, infelizmente muito em uso, apresenta os Santos sob aspecto bem diverso: criaturas moles, sentimentais, sem personalidade nem força de caráter, incapazes de ideias sérias, sólidas, coerentes, almas levadas apenas por suas emoções, e, pois, totalmente inadequadas para as grandes lutas que a vida terrena traz sempre consigo.
Imagem com fisionomia deformada de Santa Teresinha,
contrasta com a verdadeira fisionomia da foto abaixo
A figura de Santa Teresinha do Menino Jesus foi especialmente deformada pela má iconografia [foto acima]. Rosas, sorrisos, sentimentalismo inconsistente, vida suave, despreocupada, ossos de açúcar-candi e sangue de mel, eis a ideia que nos dão da grande, da incomparável santinha.

Como tudo isso difere do espírito vasto e profundo como o firmamento, rutilante e ardente como o sol, e entretanto tão humilde, tão filial, com que se toma contato quando se lê a Histoire d’une Âme [ou Manuscritos Autobiográficos]. [foto abaixo]
Autêntica fisionomia de Santa Teresinha, alguns meses antes de seu falecimento
[foto feita em junho de 1897]
Estas duas fotografias apresentam por assim dizer duas “Teresinhas” diversas e até opostas uma à outra. A primeira nada tem de heroico, é a Teresinha insignificante, superficial, almiscarada, da iconografia romântica e sentimental. A segunda é a Teresinha autêntica, fotografada em 7 de junho de 1897, pouco antes de sua morte, que ocorreu em 30 de setembro do mesmo ano. A fisionomia está marcada pela paz profunda das grandes e irrevogáveis renúncias. Os traços têm uma nitidez, uma força, uma harmonia que só as almas de uma lógica de ferro possuem. O olhar fala de dores tremendas, experimentadas no que a alma tem de mais recôndito, mas ao mesmo tempo deixa ver o fogo, o alento de um coração heroico, resolvido a ir adiante custe o que custar.

Contemplando esta fisionomia forte e profunda, como só a graça de Deus pode tornar a alma humana, pensa-se em outra Face: a do Santo Sudário de Turim, que nenhum homem poderia imaginar, e talvez nenhum ouse descrever. Entre a Face do Senhor Morto, que é de uma paz, uma força, uma profundidade e uma dor que as palavras humanas não conseguem exprimir, e a face de Santa Teresinha, há uma semelhança imponderável, mas imensamente real.

E o que há de estranhável em que a Santa Face tenha impresso algo de Si no rosto e na alma daquela que em religião se chamou precisamente Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face?
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Plinio Corrêa de Oliveira, Catolicismo, excertos de Ambientes, Costumes, Civilizações, Nº 30, junho/1953.