segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Rosário, nossa funda



Pe. David Francisquini (*)

Um padre zeloso vivendo dentro de uma paróquia, ou mesmo um leigo que tenha uma vida religiosa comum, pode perceber na vida moderna as dificuldades e os obstáculos como que intransponíveis para a salvação das almas. Digo “como que”, pois, apesar dos obstáculos, a graça de Deus nunca falta. Mas trata-se de uma verdadeira engrenagem, de uma máquina de grande potencial, cujos fios entrelaçados quais teias de aranha, captam as almas com uma facilidade inacreditável.

Notam-se, aqui e acolá, as emboscadas, as armadilhas constantes que, desde a mais tenra idade, turvam o panorama com uma verdadeira avalanche de vícios e defeitos, propagados em profusão, impelindo as almas para caminhos contrários aos Dez Mandamentos. Nesta perspectiva, vamos mostrar como a Virgem de Fátima tinha toda razão ao se manifestar no século passado preocupada com o avanço da imoralidade, da perversidade e do endurecimento das almas.

Em Fátima, no dia 13 de julho de 1917, Nossa Senhora mostrou aos três pastorinhos o inferno, onde caem as almas dos pobres pecadores como chuva miúda, ou como uma torrente que despenca, formando uma cachoeira. Por que tudo isto? Para nos advertir dos perigos que nos espreitam com análogo destino, caso nos deixemos arrastar pela impiedade reinante e o ateísmo latente e difuso de nossa época.

Entretanto, como negar que tudo impele as almas nessa direção? Não é gritante e mesmo alarmante o relativismo moral, a indiferença, a acomodação e adaptação com o vício, um como que pacto profundo e secreto que une as pessoas entre si, em sentido contrário ao que pediu Nossa Senhora?

As pessoas vêem o problema, às vezes sentem-se inclinadas a um movimento bom de querer deixar a má situação em que vivem, mas encontram um obstáculo intransponível, muitas vezes, no próprio ambiente onde vivem. Este exerce sobre elas uma pressão ditatorial que as impede de se moverem no sentido do bem. É como se tivessem de nadar contra a correnteza, o que é árduo.

A partir do relativismo moral, estabelece-se a cidadania do vício, que no começo é mais deleitoso e atraente. Para isso concorrem poderosamente os maus exemplos propagandeados pelos meios de comunicação social, com suas novelas e filmes, exibindo verdadeiras cenas de alcova, sem falar dos sites de pornografia e pedofilia não pouco comuns na internet. Tudo, enfim, direcionando para o abismo.

Como não ver nessa conjugação de forças um intento de estabelecer o reino de satanás? Tudo isso explica a tristeza manifestada por Nossa Senhora em suas aparições, com o coração cercado de espinhos que os homens ingratos nele cravam sem piedade. O único meio para reverter tal situação é a devoção ao Imaculado Coração de Maria e o atendimento de seus pedidos.

Nada pode impedir a vitória do bem, ainda quando o mal pareça invencível e indestrutível. É eloqüente o exemplo de David com Golias: uma funda e cinco pedrinhas colhidas numa torrente foram suficientes para que ele prostrasse por terra o invencível gigante.

Nossa Senhora colocou em nossas mãos essas pedrinhas. Ela no-las deu na forma das contas do Rosário, que é a nossa funda para prostrarmos satanás, seus sequazes, suas pompas e suas obras. Com a oração, teremos forças para imitar os bons exemplos contidos na vida dos santos. Através da prece humilde e confiante veremos nossa vontade ser fortalecida, e obteremos de Deus a união dos bons contra o mal. Nascerá daí uma luz de esperança que iluminará este túnel escuro, no qual a humanidade se encontra.

Pretendo, no próximo artigo, estender-me um pouco mais sobre os meios que a Igreja coloca à nossa disposição para vencermos essa luta e alcançarmos nossa salvação.

(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração (Cardoso Moreira – RJ)

Dramas ocultos por trás da modernidade da Olimpíada

A modernidade ostensiva dos estádios olímpicos de Pequim escondeu fatos monstruosos, informou o diário parisiense “La Croix”. Pequim vive envolta numa nuvem de poluição e poeira, que impede a visão além da distância de 100 metros. A população queixa-se pelo fato de o governo bombardear as nuvens de poluição com substâncias químicas; e, como conseqüência, os habitantes passarem mal. Massas de miseráveis que moram nas ruas foram expulsas sumariamente, a fim de não serem vistas pelos estrangeiros. As fábricas cessaram seus trabalhos durante os jogos, para que os atletas não ficassem asfixiados. Rodízios especiais de carros foram previstos. Os controles policiais foram cada vez mais invasivos. O governo comunista chinês decretou que o primeiro dia da Olimpíada deveria ser ensolarado, e o dia da inauguração seria azul. Ai de quem não os visse assim! (Agência Boa Imprensa – ABIM)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Mais um decreto abusivo, o 6.514

A ecoditadura que vai tomando conta do País, entregando proprietários rurais à sanha do IBAMA, com suas multas astronômicas e impagáveis, vem assustando os produtores rurais, os quais estão reagindo em todo o território nacional. O decreto 6.514, publicado em julho deste ano, define novas infrações e sanções administrativas, além de alterar a lei de crimes ambientais.

Um dos pontos mais graves é a obrigatoriedade de averbar a reserva legal, que em alguns casos chega a 80% (Amazônia), sob pena de multa diária de R$ 50,00 a R$ 500,00 por hectare. A determinação fere o direito adquirido e o direito de propriedade em geral, assegurados na Constituição. Em alguns casos a multa é mais cara que o valor da terra, em outros corresponde à renda de 10 ou 20 anos de trabalho do produtor, constituindo-se em verdadeiro confisco. (Agência Boa Imprensa – ABIM)

A terra não é do Incra, diz a Justiça

O Incra não pode assentar. Como autarquia federal, dotada de personalidade jurídica e de patrimônio autônomo e distinto do da União, o Incra não tem legitimidade para fazer o que vem fazendo. É o que já decidiu o Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Com base nesse argumento, a Justiça Federal de Mato Grosso acatou o pedido de reintegração de posse interposto por um agricultor do município de SINOP, em cuja fazenda o Incra havia assentado 30 famílias.

E agora, como fazer com os 8.000 assentamentos existentes no Brasil? (Agência Boa Imprensa – ABIM)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Lula-Morales-Chávez no lugar de Marx-Engels-Lenine

Na Bolívia, o encontro entre os presidentes Lula, Evo Morales e Hugo Chávez em Riveralta, na opinião do jornal “Zero Hora” de Porto Alegre, evocou o “culto à personalidade” típico do império soviético. Tropas desfilaram com bandeiras estampando fotos dos três presidentes. As imagens dos três enchiam um enorme cartaz (foto acima), semelhante às enormes pinturas de Marx, Engels e Lenine — sinistros artífices do comunismo — como as que presidiam os desfiles do exército soviético na Praça Vermelha de Moscou (foto abaixo). “Trocando-se Lula, Morales e Chávez por Marx, Engels e Lenine — e substituindo-se o calor amazônico pelo outono russo —, a solenidade de Riveralta e o Dia do Trabalho moscovita guardam semelhanças”, concluiu “Zero Hora”.

(Agência Boa Imprensa - ABIM)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Irã falsifica foto de mísseis, e a mídia a divulga


À esquerda foto-real; à direita foto-montagem-fraudulenta

O governo muçulmano do Irã divulgou foto oficial fraudulenta, para ocultar o fiasco de um míssil que não disparou. A foto captava um espalhafatoso ensaio de mísseis visando intimidar o Ocidente, e foi “trabalhada” para impressionar. Muitos jornais da mídia ocidental deram grande destaque à imagem patentemente falseada, mas no dia seguinte tiveram que publicar a retificação. A avidez imprudente com que foi explorada a foto aumentou a sensação — aliás, sempre mais generalizada — de que certa mídia parece estrábica em seu afã de veicular tudo o que desanime e abale o Ocidente. Não é sem razão que certos macro-jornais vão perdendo leitores, sobrevivendo apenas pelo prestígio que alcançaram décadas atrás. (Agência Boa Imprensa - ABIM)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O PUTSCH DE PUTIN

  • Hélio Viana (*)
A despótica e boçal invasão da pequena Geórgia pela Rússia, seguida da declaração de independência da Ossétia do Sul e da Abejácia, abalaram profundamente a política internacional.

Foi uma vitória política da Rússia, dado o importante papel estratégico da Geórgia no Cáucaso. Além de aliada dos Estados Unidos e da Europa e potencial candidata a integrar as forças da NATO, seu território é atravessado por dutos de gás e de petróleo ligando o Azerbaijão à Turquia, atenuando nesse particular a dependência da Europa com relação à Rússia.

Putin, para quem a maior tragédia geopolítica do século XX foi o desmoronamento da União Soviética, começou assim a sua reconstrução pela invasão da Geórgia. E soube medir bem a ocasião. Pois dificilmente o governo norte-americano, às vésperas de uma eleição tão crucial como a de novembro próximo, estaria disposto a intervir militarmente em defesa de sua aliada. Tanto mais que ele já está empenhado em duas campanhas militares: no Iraque e no Afeganistão.

Além dos Estados Unidos, o ditador do Kremlin, com seu olhar viperino e sorriso sardônico, também sabia que a Europa não reagiria, porquanto ele a tem amarrada pelo pescoço com uma corda de aço – que a própria Europa comprou e colocou em suas mãos, cumprindo assim as palavras de Lenine de que “os burgueses comprarão a corda com a qual serão enforcados” – e que é o gasoduto da Gazprom, através do qual lhe chegam o gás e o petróleo russos.

Da boa vontade de Putin depende, pois, a sobrevivência da Europa. A qual, por sua vez, dependerá da “boa vontade” que os europeus demonstrem em relação aos desígnios do Kremlin. Se o “general inverno” derrotou Napoleão na Rússia, esse mesmo temido “general” poderá derrotar a Europa inteira, se a Rússia decidir, por exemplo, fechar o fornecimento de gás durante o inverno.

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Cumpre não exagerar o alcance da vitória do ponto de vista militar. Pois isto depende da ocasião, da estratégia, da qualidade e quantidade dos armamentos e de soldados, bem como do porte e do grau de resistência do adversário.

Do modo como a Rússia submeteu a Geórgia, vitorioso também seria um paralítico que depois de mais de 20 anos dá seu primeiro passo. Mas daí a concluir que ele está em condições de competir nas Olimpíadas é ir longe demais. Entretanto é como a Rússia foi apresentada nesse episódio: a ganhadora de todas as “medalhas de ouro” que os títeres de Pequim tanto gostariam de lhe outorgar a propósito da “olimpíada georgiana”.

De mais a mais, para fazer sua rentrée no cenário internacional, depois de tantos fracassos, a Rússia agiu à maneira das fêmeas de certos animais: instruem seus filhotes a caçar só pequenas presas. Derrotar uma diminuta e insuficientemente militarizada Geórgia, logo ali ao seu lado, só pode ser considerado militarmente grande para quem havia sido sovado, no fastígio de seu poder, por um pequeno país – a Finlândia – que pôs para correr as “poderosas” tropas da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas

A Rússia de Putin está como um leproso saído do fundo do bueiro malcheiroso em que a relegaram sete décadas de socialismo. Desse mesmo socialismo utópico e malsão que a quase totalidade dos nossos atuais governantes sul-americanos de boina, de terno, de saia ou de sandália (é a última modalidade) estão apresentando, na contramão da História – e das respectivas opiniões públicas, cumpre frisar! – como novidade para o século XXI.

Quem sai de um bueiro retrata necessariamente o ambiente nele reinante: esta foi a impressão causada pelas “tropas de elite” e pela “tecnologia de ponta” russas sobre quem observou os diversos filmes mostrando suas forças atuando na Geórgia: soldados quase maltrapilhos criticando os próprios superiores militares que os enviaram sem o devido preparo, bem como equipamentos um tanto desconjuntados. Além de tais soldados, os contingentes russos eram acrescidos de aventureiros paramilitares sem qualquer compostura, que nada respeitavam, matando, saqueando, violando e queimando a seu bel prazer.

A má qualidade dos equipamentos russos e o fraco desempenho de suas tropas foram criticados sem peias nas páginas de “The Moscou Times” (16-08-08), ao afirmar que elas estão sucateadas, e seus soldados insuficientemente treinados. Se, portanto, o apresentado pela Rússia na Geórgia for de fato uma amostra, e não uma dissimulação para ocultar alguma surpresa, suas Forças Armadas padecem de um grande atraso. Pelo menos no tocante aos armamentos convencionais.

Por sua vez, se os inexperientes dirigentes georgianos estivessem compenetrados de sua importância estratégica, teriam agido diferentemente. Não intervir na Ossétia do Sul, oferecendo de bandeja à Rússia o pretexto que ela tanto desejava.

Com efeito, nem tudo aquilo a que se tem direito pode ser factível. Cumpre examinar as circunstâncias, os riscos, os prós e os contras, ponderar bem cada ação. Se alguém, por exemplo, for credor de um indivíduo que além de mais forte tem passado criminoso, pensará duas vezes no modus operandi para reaver o seu dinheiro. Poderá decidir até em perdê-lo, como mal menor. Esse criminoso mais forte era a Rússia, e o seu credor, a Geórgia.

Segundo declarou o subchefe do Estado Maior das Forças Armadas da Rússia, general Anatoly Nogovitsyn, a Geórgia pode simplesmente esquecer-se da idéia de retomar o controle das duas províncias secessionistas – Ossétia do Sul e Abjazia. As tropas russas – apesar de um tratado de paz prevendo a sua retirada ter sido assinado – permanecem na Geórgia e destruíram praticamente toda a sua infra-estrutura.

Enquanto isso acontecia, os Estados Unidos assinavam no dia 14 de agosto um acordo com a Polônia, para a instalação de um escudo antimíssil ao norte daquele país. O Kremlin reagiu indignado ante o desplante daquele satélite que saíra de sua órbita, tendo o mesmo general Nogovitsyn declarado que isso era inadmissível, podendo dar lugar a uma represália nuclear contra a Polônia.

Por seu turno, a Ucrânia, de um lado, e os países bálticos – Lituânia, Estônia e Letônia –, de outro, também ex-satélites da União Soviética, hipotecaram decidida e total solidariedade ao governo e ao povo da Geórgia, advertindo de que serão os próximos alvos da Rússia caso o Ocidente não reaja agora à altura.

Tudo se deve fazer para evitar o mal. Mas quando, apesar de tudo, este se apresenta, deve-se procurar tirar dele um bem. Assim, apesar da enorme apatia – para dizer pouco – com que muitos europeus assistem ao desenrolar dos acontecimentos políticos e sociais no Velho Mundo, permitindo, entre outras coisas, que a soberania de seus países venha a ser posta em xeque – não só por pela própria Europa Unida, mas também pela Rússia –, felizmente tem havido, em amplos setores, um sobressalto em decorrência do sucedido na Geórgia. Parece que tais setores, sobretudo na Alemanha, estão abrindo os olhos para essa realidade – a respeito da qual felizmente nunca duvidamos – qual seja a da falácia da morte do comunismo.

Não permita a Divina Providência que, para escapar da fatídica “corda” colocada no seu pescoço, a própria Europa não venha a obter as benesses do Kremlin através da constituição da União Européia segundo os moldes do Tratado de Lisboa em boa hora rejeitado pelos simpáticos irlandeses. Seria uma verdadeira União das Repúblicas Soviéticas da Europa – como muitos a vêm denominando – sob o tacão de uma ditadura burocrática, imoral e atéia, comandada desde Bruxelas e sem nenhum nexo com o seu passado cristão.
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(*) Hélio Viana é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)