sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O perfil do sacerdote na História


Pe. David Francisquini(*)

Constitui fato inconteste na História dos povos –– por mais decadentes e selvagens que tenham sido –– a existência de uma religião com suas respectivas estirpes sacerdotais. O erro, o vício, a violência, a selvageria e mesmo a idolatria não os impediram da necessidade absoluta de ter uma religião e sacerdotes que cuidassem do culto. Portanto, foi sempre notória a estima pelo sacerdócio desde a mais remota antiguidade. Sua excelência explica-se talvez pelo fato de só os membros das famílias ilustres, e dentre eles os mais veneráveis, terem exercido esse ofício, que supõe a dignidade e a grandeza da missão sacerdotal. Revestida de tamanha autoridade, o múnus sacerdotal tinha força para entronizar e destronar reis.

Muitos reis acumularam o poder sacerdotal em países como Egito, Pérsia e Etiópia. E quando não eram reis-sacerdotes, a classe sacerdotal ocupava lugar relevante, compondo uma aristocracia com seus ministros nobres. Distinguiam-se pelo fausto das vestes, das riquezas e do saber, com templos suntuosos, ricos em arte, ouro, prata e pedras preciosas.

Exemplos de membros de famílias ilustres antigas, que praticaram o múnus sacerdotal foram Noé, Abraão (quadro acima) , Isaac, Jacó e Jó. A figura legendária do sacerdote-rei Melquisedec, que ofereceu um sacrifício de pão e de vinho, era pré-figura do sacerdócio da Nova Lei. Com o advento do povo eleito, Deus passou a escolher os sacerdotes entre os membros da tribo de Levi.

Um exemplo faz ressaltar a grandeza, a elevação e a magnificência do sacerdócio. De Alexandre Magno se dizia que a Terra toda estremecia diante de seus exércitos. Em sua passagem pela Palestina, prometeu ele passar a fio da espada todos os seus habitantes. O Sumo Sacerdote Jaldo, reconhecendo a impotência do exército hebreu, revestiu-se –– juntamente com os demais sacerdotes –– de suas melhores vestes e foi ao encontro do conquistador. Para espanto de seu exército, Alexandre rendeu-se diante daquele aparato, apeou de seu cavalo e inclinou-se numa profunda reverência ao sacerdote. Ato contínuo, dirigiu-se até o Templo de Jerusalém para oferecer sacrifícios e incontáveis riquezas para o culto divino. O grande guerreiro explicou para seu camareiro que não reverenciou um homem, mas Deus na pessoa do sacerdote.

Se o sacerdócio na Antiguidade se revestiu de tanta grandeza e esplendor, o que dizer do sacerdócio da Nova Lei, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, como nos diz São Paulo Apóstolo na epístola aos Hebreus? O sacrifício que o sacerdote oficia no altar é o mesmo sacrifício da Cruz, de maneira incruenta e misteriosa, sob as espécies de pão e vinho.

Conto voltar ao assunto.
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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria –– Cardoso Moreira (RJ)

Cruéis perseguições aos católicos da Índia

Seis bispos de Orissa (Índia) assinaram uma carta pastoral denunciando os morticínios de católicos que vêm ocorrendo na região há vários meses. Eles comparam os ataques sistemáticos dos pagãos indianos com as perseguições sofridas pelos primeiros cristãos no Império Romano, pela sua fidelidade à Igreja Católica e a Nosso Senhor Jesus Cristo. A “história mostrou que aquela perseguição, em última análise, reforçou a Igreja”. O caso patenteia mais uma contradição da esquerda católica: proclama-se a favor dos perseguidos, marginalizados, dos que sofrem injustiça. Seria, pois, o momento de ela elevar a voz no Brasil e no mundo em prol de nossos irmãos na fé, perseguidos na Índia, vítimas das piores formas de injustiça e de violência. Porém, ela permanece em silêncio. Na verdade, as razões que a esquerda católica aduz a favor dos “marginalizados” são meros pretextos para promover a revolução socialo-comunista.
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(Agência Boa Imprensa – ABIM)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Excesso de Internet gera alunos sem futuro social

O abuso de tecnologias digitais pode criar uma geração de crianças-“robô”, escreveu Graeme Paton, editor de educação do diário londrino “The Telegraph”. O uso demasiado de Internet e videogames danifica a sociabilidade das novas gerações e tolhe a criação de um pensamento independente. Vicky Tuck (foto), presidente da Girls’ Schools Association, que representa as 200 escolas femininas topo-de-linha do Reino Unido, propôs um projeto para que as meninas desenvolvam qualidades próprias de um ser independente. “Nós temos que impedir a desumanização da educação provocada pelo excesso de confiança na tecnologia. As universidades não querem estudantes fruto do ensino robotizado”, disse Tuck. O Dr. Richard Graham, psiquiatra infantil, insistiu em que muitas horas gastas em videogames estragam as oportunidades sociais futuras dos jovens: “As escolas devem ensinar valores morais, elas são locais nos quais os alunos tomam contato com o mundo real”.
(Agência Boa Imprensa – ABIM)

Tese criacionista cresce na França e Inglaterra

29% dos professores ingleses julgam que o criacionismo e o intelligent design devem ser ensinados nas aulas de ciência, indicou pesquisa do canal britânico Teachers TV, segundo o diário “The Guardian” de Londres. Aproximadamente 50% dos que emitiram opinião acham que proibir as alternativas à teoria da evolução é contraproducente. Na França, segundo noticiou “Le Monde” de Paris, laicistas e agnósticos estão alarmados diante dos progressos do criacionismo entre professores e alunos. Armand de Ricqlès, professor no Collège de France, publicou orientações para os mestres evolucionistas escaparem dos apuros em que são colocados pelos argumentos criacionistas. Ele pediu uma “reação”, pois julga “inadmissível” que numa sociedade filha da Revolução Francesa o criacionismo tenha a expansão que está encontrando.
(Agência Boa Imprensa – ABIM)

Ateísmo decadente e aumento de interesse pela Religião

Diante da entrada de temas religiosos na área política, grupos ateus propagavam a afirmação de que Deus não existe. Um desses grupos reuniu mais de 140.000 euros para colar cartazes em ônibus de Londres, com os dizeres: “Provavelmente não há deus, então deixe de se preocupar e desfrute a vida”. A iniciativa será imitada em Washington. Na Espanha, uma vetusta União de Ateus e Livre-pensadores tenta realizar algo similar. Alguns livros agnósticos ou pseudo-científicos tiveram mediana saída fazendo a apologia do ateísmo. Até não muito tempo atrás, a descrença mostrava-se ufana e menosprezava os católicos, enquanto os mais tímidos destes pareciam ter vergonha de sua fé. Hoje as posições estão se invertendo: cada vez mais se patenteia a força do catolicismo, e o ateísmo tende a uma posição defensiva. É uma salutar virada histórica.
(Agência Boa Imprensa – ABIM)

sábado, 10 de janeiro de 2009

A AGÊNCIA BOA IMPRENSA (ABIM) COMEMORA O LANÇAMENTO DE SEU MILÉSIMO DESPACHO

Paulo Corrêa de Brito Filho(*)

Fundada em 1953 pelo insigne pensador e líder católico Plinio Corrêa de Oliveira, falecido em 1995, a AGÊNCIA BOA IMPRENSA (ABIM) atinge nesta edição o seu despacho nº 1000.

Durante 56 anos nossa AGÊNCIA forneceu ininterruptamente a órgãos de imprensa brasileiros e alguns do exterior artigos e notícias que constituem sólido material jornalístico, sob a luz da perene doutrina católica. Nos últimos anos, várias centenas de jornais e revistas receberam os despachos da AGÊNCIA BOA IMPRENSA.

Essa remessa do milésimo despacho ocorre quando se encerram as expressivas comemorações do centenário natalício do ilustre fundador de nossa AGÊNCIA, que tiveram lugar nos dias 12, 13 e 14 do último mês.

A AGÊNCIA BOA IMPRENSA aproveita o lançamento do presente despacho para associar-se às marcantes celebrações do aludido centenário, promovidas pelo recém-fundado Instituto Plinio Corrêa de Oliveira nos dias supra citados, na capital paulista.

No dia 13 de dezembro, data do nascimento do homenageado, o referido Instituto e mais 29 entidades co-irmãs e autônomas de 21 países publicaram matéria de página inteira no diário “Folha de S. Paulo”, intitulada No centenário de seu nascimento, calorosa e filial homenagem dos discípulos de Plinio Corrêa de Oliveira por sua luta profética em defesa da civilização cristã. Neste documento consta a informação de que o mencionado Instituto lançou uma coletânea inédita dos ensinamentos do insigne pensador católico, sob o título A inocência primeva e a contemplação sacral do universo no pensamento de Plinio Corrêa de Oliveira (Artpress, São Paulo, 2008, 320 pp.) O livro pode ser encomendado pelo e-mail secretaria@institutopliniocorreadeoliveira.org

Nessa obra, o leitor vislumbrará um aspecto peculiar da fisionomia moral do líder católico, pouco conhecido externamente: o pensador contemplativo, que inaugura uma escola nova de espiritualidade, caracterizada pela contemplação religiosa da ordem temporal, no sulco do que a teologia, a filosofia e a espiritualidade católica desenvolveram de melhor ao longo dos séculos.

Dois anos antes da criação da AGÊNCIA BOA IMPRENSA, portanto em 1951, sob inspiração de seu fundador, surgia o mensário de cultura, de orientação católica CATOLICISMO. Essas duas iniciativas jornalísticas são mantidas pela Editora Pe. Belchior de Pontes Ltda., que se regozija de ter prestado sua colaboração para a divulgação das aludidas comemorações: na edição de janeiro deste ano, em seu nº 697, CATOLICISMO publicou extensa reportagem sobre as celebrações em homenagem do centenário de nascimento de Plinio Corrêa de Oliveira.

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(*) Paulo Correa de Brito Filho é Diretor da AGÊNCIA BOA IMPRENSA –– ABIM

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Pinheiro natalino empolga alemães

No Natal, 88% dos alemães enfeitam suas casas com um pinheirinho. Eles gastam mais de 1,5 bilhão de reais em mais de 28 milhões de árvores tiradas de 38 mil hectares plantados para este fim — informou a Deutsche Welle. Muitas famílias derrubam a própria árvore. A variedade preferida é abeto do Cáucaso. A tradição de enfeitar árvores no Natal provém da Idade Média. A cidadezinha alsaciana de Sélestat é uma das que reivindicam a paternidade da tradição, segundo a qual, numa noite de Natal, o imperador Carlos Magno pernoitou na localidade e mandou ornar uma árvore para comemorar o nascimento do Menino-Deus. A partir de então, Sélestat instala solenemente uma árvore natalina na sua igreja principal.
(Agência Boa Imprensa – ABIM)

Kazakistão: catedral em antigo campo de concentração


Na cidade de Karaganda, capital do Kazakistão, segundo a agência vaticana Fides, será inaugurada uma nova catedral (foto) dedicada a Nossa Senhora de Fátima. Durante mais de 50 anos o comunismo tentou apagar a fé no país. A região virou “um imenso campo de concentração”, para o qual foram deportadas milhões de pessoas de 120 etnias. Ali foram martirizados inúmeros católicos, entre os quais o Pe. Alexis Saritski, beatificado em 2001. A nova catedral, construída em estilo gótico e revestida com pedras do Cáucaso, honrará a memória desses mártires. Fiéis de todo o mundo, organizados por campanhas como a da italiana Luci sull’Est, obtiveram os recursos para esta vitória de Nossa Senhora de Fátima.
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(Agência Boa Imprensa – ABIM)

Do mirante de Deus

  • Pe. David Francisquini
O leitor deve se lembrar que estávamos nos umbrais do belvedere de Deus, onde meu interlocutor camponês e eu acabávamos de chegar, num exercício de transcendência a propósito da seca, pois é exatamente desse mirante que pessoas sérias filosofam e fazem metafísica. É na perspectiva de Deus que se pode meditar seriamente sobre a ordem sobrenatural, e dela tirar lições valiosas e ricas de significados para a ordem natural, sobretudo num momento histórico em que a sociedade se encontra em plena secura, sem viço, o que parece pressagiar sua própria morte.

Mas, “bem aventurado o homem que põe sua confiança no Senhor, para o qual o Senhor é a esperança. Ele será como uma árvore transplantada para perto das águas, que à umidade estende suas raízes, que não terá receio de calor quando vier. Suas folhas serão sempre verdes, e em tempo de seca não ficará necessitada, e nunca deixará de produzir frutos”. (Jer. XVII, 5 a 10). E “todo aquele que bebe desta água tornará a ter sede, mas o que beber da água que eu lhe der, nunca terá sede, mas a água que eu lhe der virá a ser nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” (Jo III, 13-14).

A hagiografia de São Pio X (foto) narra que, certa vez, ele perguntou a um grupo de cardeais que o rodeava, qual seria, naquele tempo, a obra mais necessária à salvação da sociedade temporal. –– “Edificar escolas católicas”, respondeu um deles. –– “Não”, respondeu o Papa. –– “Multiplicar as igrejas”, acrescentou outro. –– “Ainda não”. –– “Fomentar as vocações sacerdotais”, emendou um terceiro. –– “Não, não”, replicou São Pio X. –– “O mais necessário no momento é que cada paróquia tenha um grupo de leigos virtuosos, esclarecidos, resolutos e apostólicos”.

Ele se referia à criação de elites espirituais, com almas profundamente cristãs. A restauração da sociedade supõe, necessariamente, uma intensa irradiação da santidade da Igreja. A pregação pelo exemplo é e será sempre a principal alavanca da Igreja. Só os exemplos arrastam. Os sacerdotes devem dar o bom exemplo de oração, de vida interior profunda, passar boa parte de sua vida diante do Santíssimo Sacramento, manter intacto seu celibato, ter devoção intensa a Nossa Senhora, propagar a devoção do Santo Rosário e, sobretudo, não dar mau exemplo a seus fiéis. O sacerdote deve ser o sal que salga, e a luz que ilumina.

Por outro lado, ao fundar um grupo fervoroso de fiéis, bem instruído, com intensa vida sacramental, de oração e de sacrifício, o sacerdote faz com que o sal que salga a Terra e a luz que ilumina transbordem de si para o seu rebanho, vivificando assim o ambiente onde ele vive e trabalha, evitando que em seu território paroquial penetrem os erros dominantes. Isso, caro leitor, não se faz de um dia para o outro. É indispensável paciência, disposição para a luta, resolução, método, conhecimento das dificuldades e jeito para enfrentá-las.

A preocupação primordial do educador católico é formar católicos eficientes, tão perfeitos quanto possível nesse vale de lágrimas, para que eles possam agir sempre e em toda parte como verdadeiros católicos. Não bastam idéias e sentimentos. Faz-se necessário ter convicções e idéias inabaláveis, que absorvam seu entendimento, que corrijam as próprias paixões, para que se passe a pensar e sentir com a doutrina católica.

Para isso, é indispensável ter uma vontade radicada em princípios, pois só assim o homem torna-se capaz de realizar uma obra com dinamismo, força e “garra”. Se as paróquias não têm isso, estão prestes a sofrer a derrota e o fracasso. “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”, disse Nosso Senhor. Para regenerar a sociedade dita moderna, é preciso recristianizá-la.
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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria –– Cardoso Moreira (RJ)