sexta-feira, 27 de julho de 2012

Impeachment do presidente Lugo e esdrúxula reação “bolivariana”

Em face do ocorrido no Paraguai, curiosa norma de ação do Mercosul, sob a influência de Chávez: “Quando não é de esquerda, democracia é golpe; quando é de esquerda, golpe é democracia”... 

Luis Dufaur (*)

De início, no Paraguai, um episódio de invasão de fazenda no estilo das praticadas pelo MST no Brasil, seguido de uma ordem judicial de despejo. Os oficiais da polícia tentaram dialogar com os invasores para dar desfecho pacífico à ocorrência. Mas foram surpreendidos por atiradores de tocaia, que assassinaram seis deles com certeiros tiros na cabeça. A tropa policial reagiu e 12 invasores acabaram mortos.

A inaudita violência dos agitadores agrários causou surpresa e indignação no Paraguai. Porém, o então presidente Lugo, tristemente conhecido pelo número de filhos ilegítimos que teve enquanto era bispo, manifestou desinteresse e insensibilidade. Pior: destituiu o ministro do Interior e chefe da Polícia, substituindo-o por uma pessoa de sua confiança e constrangendo à renúncia os oficiais mais antigos.

Sabia-se havia muito que o pequeno grupo guerrilheiro denominado Exército Paraguaio Popular (EPP) agia com a conivência de Lugo. Era público e notório que ele apoiava por debaixo do pano os agitadores camponeses, muitos dos quais foram seus discípulos quando era bispo na zona de conflito.

Porém, Lugo teve a habilidade de não impulsionar um esquerdismo sanhudo. Ele favorecia a subversão sem demonstrar cumplicidade. Dessa maneira, como seus símiles sul-americanos, soube tornar-se “suportável”, embora o país não concordasse com sua prepotência, hipocrisia e imoralidade. Muitos paraguaios estavam arrependidos de ter votado nele, mas o suportavam em virtude de estranha paralisia.

Num instante, Lugo perde anos de “progresso” 
A assustadora chacina, porém, eriçou o país e produziu o efeito de faísca lançada sobre um monte de palha. Subitamente, a opinião pública começou a clamar contra o então presidente. Até mesmo simples balconistas de supermercado não conseguiam deixar de externar espanto e indignação.

Desfizeram-se completamente, em um só instante, anos de avanço astucioso da esquerda. Sinal sintomático entre todos: até os bispos, que o apoiavam, pediram-lhe que renunciasse antes mesmo de qualquer procedimento parlamentar. E, logo que foi destituído, qualificaram sua saída como “página virada”. 

O novo Presidente do Paraguai, Federico Franco, se reúne com o Núncio Apostólico Eliseo Ariotti no palácio presidencial em Assunção
Nesse ambiente, a permanência de Lugo tornara-se insustentável. A Câmara dos Deputados solicitou a abertura do processo de impeachment. Nas ruas do Paraguai bradava-se pela saída do presidente. Apenas um parlamentar votou a favor da manutenção de Lugo, enquanto 73 votaram pela abertura do processo. Feito este, o Senado o destituiu por 39 votos contra 4, com dois ausentes, e empossou o vice-presidente Federico Franco. Tudo de acordo com a Constituição paraguaia.

Uma tentativa frustrada de protesto de rua não atraiu manifestantes. O Exército não precisou intervir e respaldou as decisões do Legislativo. Lugo ficou plenamente livre. Impotente e sem apoio, até formou um “governo fantasma” do qual quase nada se sabe, a não ser que foi inexpressivo. A opinião pública paraguaia externou largo apoio ao impeachment do ex-bispo e elogiou seu discurso de renúncia como o melhor que fez em quatro anos de governo.

O novo presidente prometeu evitar toda violência, respeitar a propriedade privada em matéria de Reforma Agrária e dar mão forte à Justiça para não mais tolerar os grupos terroristas. A opinião pública não queria ouvir outra coisa.

A substituição constituiu um episódio tranquilo na plena vigência da ordem legal e do sistema democrático. 

Dupla linguagem das esquerdas 
“Golpe”! — clamaram em uníssono as esquerdas sul-americanas. Samuel Pinheiro Guimarães Neto, até então alto representante brasileiro no Mercosul, denunciou que as “classes tradicionais hegemônicas promovem um neogolpismo na América do Sul e a democracia está em risco na região”.(1) A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, apressou-se em declarar algo mais sonoramente esquerdista enquanto o caudilho Hugo Chávez enviava seu chanceler Nicolás Maduro para tentar sublevar os comandantes militares paraguaios, poucas horas antes da destituição de Lugo. O encontro foi agendado pelo chefe do gabinete militar de Lugo, general Ángel Vallovera, e ocorreu no Palácio de Governo da capital, sendo filmado pelas câmaras de segurança. A ministra de Defesa do Paraguai, María Liz García, entregou o vídeo à imprensa.

Temendo talvez algum fenômeno análogo de opinião pública em seus países, presidentes membros do Mercosul reunidos em Mendoza (Argentina) [foto acima] suspenderam o Paraguai da aliança e decidiram receber a Venezuela de Hugo Chávez como novo membro. O parlamento do Paraguai opunha-se há anos a esse ingresso, e agora presidentes “populistas” aproveitaram-se daquela suspensão para abrir as portas ao líder “bolivariano”. O ato foi claramente ilegal, violando numerosos tratados assinados pelo Brasil, como demonstrou o ex-chanceler brasileiro Celso Lafer. Para ele, o ato de Mendoza “carece de boa-fé [...] lealdade e honestidade [...]. Trata-se, em síntese, de uma ilegalidade”.(2) 

Para “O Estado de S. Paulo” tratou-se de um “golpe contra o Mercosul”, fruto de “mais uma decisão desastrada e vergonhosa para a diplomacia brasileira”. O jornal constatou que “os presidentes e diplomatas envolvidos na condenação do Paraguai foram incapazes de sustentar sua decisão em um claro fundamento jurídico”.(3)

Segundo a “Folha de S. Paulo”, o “rigor do Mercosul vale para o Paraguai, mas não para a Venezuela [...]. Dois pesos, duas medidas”.(4)

Para “O Globo” “o Mercosul [ficou] sob influência chavista”.(5)

O conhecido constitucionalista Ives Gandra da Silva Martins deplorou “o apoio de Dilma a essa ‘rebelião de aspirantes a ditadores’, pisoteando a democracia e a Lei Suprema paraguaia”.(6)

Bastou o chanceler e o vice-presidente do Uruguai apontarem a presidente brasileira Dilma Rousseff como promotora dessa ‘rebelião de aspirantes a ditadores’ para começar uma corrida — que percorreu as chancelarias do Mercosul — em que uns punham a culpa nos outros.

O Direito internacional, os acordos assinados, a reputação das diplomacias nacionais e dos governos, a própria racionalidade dos atos humanos, tudo foi descartado na precipitação e no pânico do esquerdismo continental.

Enquanto escrevemos este artigo, o caso não teve ainda seu desfecho. Entretanto, vem se destacando a atitude de serenidade e dignidade do novo governo de Assunção diante do alvoroço contraditório e agressivo de países vizinhos influenciados pela mentalidade “bolivariana”. Ademais, a missão ao Paraguai liderada pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, concluiu que “o julgamento político foi feito estritamente conforme o procedimento constitucional” e que as instituições democráticas estão preservadas.

O que responderão a “rebelião de aspirantes a ditadores” e seu comparsa caribenho?

Notas: 
1. “Folha de S. Paulo”, 29-6-12. 
2. “FSP”, 4-7-12. 3. “O Estado de S. Paulo”, 3-7-12. 
4. “Folha de S. Paulo”, 1-7-12. 
5. “O Globo”, Rio, 29-6-12. 
6. “Folha de S. Paulo”, 5-7-12. 


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(*) Luis Dufaur é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)

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A respeito da questão paraguaia, que levou ao Impeachment do ex-presidente esquerdista Fernando Lugo, leia também o manifesto da TFP do Paraguai, publicado no diário "ABC Color", de Assunção, em 13-7-2012. Abaixo a versão original desse documento [click na imagem para ampliá-la]. A tradução de tal manifesto encontra-se no seguinte link:

Aliança internacional dispara contra o Paraguai: Mercosul e Unasul abrem as portas da América Latina para um neo-totalitarismo de esquerda


Mais abaixo, fotos da campanha da TFP paraguaia, divulgando o documento nas ruas de Assunção, onde obteve excelente acolhida do público.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Há 40 anos do milagroso e pungente pranto da Virgem Santíssima

Uma das fotos, divulgadas em julho de 1972, da imagem de Nossa Senhora em prantos. Nesta se pode notar lágrimas nos olhos e uma gota que pende do nariz. (Foto de autoria do Pe. Elmo Romagosa — uma das testemunhas do milagre). 

No extraordinário prodígio, ocorrido em julho de 1972 na cidade de Nova Orleans (EUA), a Mãe de Deus, não tendo mais o que dizer aos homens, chorou pela triste situação do mundo. Um aviso do Céu à humanidade pecadora, que não correspondeu às proféticas advertências de Nossa Senhora de Fátima em 1917. 
Paulo Roberto Campos 

Em julho de 1972, jornais do mundo inteiro publicaram manchetes noticiando o milagre: uma imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima por 14 vezes verteu lágrimas em Nova Orleans (EUA).

A todos as fotos da Virgem chorando impressionaram muitíssimo. Sobretudo ficaram impressionados os fiéis daquela cidade norte-americana que viram a imagem em prantos. Muitos deles testemunharam o fato sublime e, naturalmente falando, inexplicável.

Dias depois desse prodígio, Plinio Corrêa de Oliveira publicou um inesquecível artigo na "Folha de S. Paulo", em 6-8-1972 (Abaixo segue a transcrição). O texto do pensador católico, fundador da TFP, revela sua ardente devoção mariana e interpreta magistralmente a razão daquelas lágrimas vertidas exatamente há quadro décadas.

Lágrimas, milagroso aviso 

Plinio Corrêa de Oliveira 

A imprensa diária de São Paulo publicou [em 21 de julho de 1972] uma fotografia procedente de Nova Orleans, na qual se via uma imagem de Nossa Senhora de Fátima a verter lágrimas [foto acima]. O documento despertou vivo interesse no público paulista. Penso, pois, que algumas informações sobre este assunto satisfarão os justos anelos de muitos leitores.

Não conheço melhor fonte sobre a matéria do que um artigo intitulado, muito americanamente, "As lágrimas da imagem molharam meu dedo". Seu autor é o Pe. Elmo Romagosa. Publicou seu trabalho o "Clarion Herald" de 20 de julho p.p., semanário de Nova Orleans, e distribuído em 11 paróquias do Estado de Louisiana.

Os antecedentes do fato são universalmente conhecidos. No ano de 1917, Lúcia, Jacinta e Francisco [foto à esquerda] tiveram várias visões de Nossa Senhora em Fátima. A autenticidade dessas visões foi confirmada por vários prodígios no sol, atestados por toda uma multidão reunida enquanto a Virgem se manifestava às três crianças.

Em termos genéricos, Nossa Senhora incumbiu os pequenos pastores de comunicar ao mundo que estava profundamente desgostosa com a impiedade e a corrupção dos homens. Se estes não se emendassem, viria um terrível castigo, que faria desaparecer várias nações. A Rússia difundiria seus erros por toda parte. O Santo Padre teria muito que sofrer.

O castigo só seria obviado se os homens se convertessem, se fosse consagrada a Rússia e o Mundo ao Imaculado Coração de Maria e se se fizesse a Comunhão reparadora dos primeiros sábados de cada mês.

Isto posto, a pergunta que naturalmente salta ao espírito é se os pedidos foram atendidos.

Pio XII fez, em 1942, uma consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria. A Irmã Lúcia asseverou que ao ato faltaram algumas das características indicadas por Nossa Senhora. Não pretendo analisar aqui o complexo assunto. Registro apenas, de passagem, que é discutível se o primeiro pedido de Nossa Senhora foi atendido, ou não.

Quanto ao segundo pedido, isto é, a conversão da humanidade, é tão óbvio que não foi atendido, que me dispenso de entrar em pormenores.

Como Nossa Senhora estabeleceu o atendimento de seus pedidos, como condição para que fossem desviados os flagelos apocalípticos por Ela previstos, está na lógica das coisas que baixe sobre a humanidade a cólera vingativa e purificadora de Deus, antes de vir a nós a conversão dos homens e a instauração do Reino de Maria.

Sob a direção imediata da irmã Lúcia [na foto acima, a primeira à esquerda], um artista esculpiu duas imagens, que correspondem quanto possível aos traços fisionômicos com que a Santíssima Virgem apareceu em Fátima. Ambas essas imagens, chamadas "peregrinas", têm percorrido o mundo, conduzidas por sacerdotes e leigos. Uma delas foi levada recentemente a Nova Orleans. E ali verteu lágrimas.

O Pe. Romagosa, autor da crônica a que me referi, tinha ouvido falar dessas lacrimações pelo Pe. Breault, ao qual está confiada a condução da imagem. Entretanto, sentia ele funda relutância em admitir o milagre. Por isto, pediu ao Pe. Breault que o avisasse assim que o fenômeno começasse a se produzir.

O Pe. Breault, notando alguma umidade nos olhos da imagem, no dia 17 de julho, telefonou ao Pe. Romagosa, o qual acorreu junto à imagem às 21:30, trazendo fotógrafos e jornalistas. De fato, notaram todos alguma umidade nos olhos da imagem, que foi logo fotografada. O Pe. Romagosa passou então o dedo pela superfície úmida, e recolheu assim uma gota do líquido, que também foi fotografada. Segundo o Pe. Breault, esta era a 13ª lacrimação da imagem.

Às 6:15 horas da manhã seguinte, o Pe. Breault telefonou novamente ao Pe. Romagosa informando-o de que desde as quatro horas da manhã, a imagem chorava. O Pe. Romagosa chegou pouco depois à Igreja, onde, diz ele, "vi uma abundância de líquido nos olhos da imagem, e uma gota grande de líquido na ponta do nariz da mesma". Foi essa gota, tão graciosamente pendente, que a fotografia da "Folha de S. Paulo" mostrou a nosso público.

O Pe. Romagosa acrescenta que vira "um movimento do líquido enquanto surgia lentamente da pálpebra inferior". 

Mas o Pe. Romagosa queria eliminar dúvidas. Notara ele que a imagem tinha uma coroa fixada na cabeça por uma haste metálica. Ocorreu-lhe uma pergunta: não haveria sido introduzida, no orifício em que penetrava a haste, certa porção de líquido que depois escorrera até os olhos da imagem?

Cessado o pranto, o Pe. Romagosa retirou a coroa da cabeça da imagem: a haste metálica estava inteiramente seca. Introduziu ele, então, no orifício respectivo, um arame revestido de papel especial, que absorveria forçosamente todo líquido que ali estivesse. Mas o papel saiu absolutamente seco.

Ainda não satisfeito com tal experiência, o Pe. Romagosa introduziu no orifício certa quantidade de líquido. Sem embargo, os olhos se conservaram absolutamente secos. O Pe. Romagosa voltou então a imagem para o solo: todo o líquido introduzido no orifício escorreu normalmente. Estava cabalmente provado que do orifício da cabeça — único existente na imagem — nenhuma filtração de líquido para os olhos seria possível.

O Pe. Romagosa ajoelhou-se. Enfim ele acreditara.

O misterioso pranto nos mostra a Virgem de Fátima a chorar sobre o mundo contemporâneo, como outrora Nosso Senhor chorou sobre Jerusalém. Lágrimas de dor profunda, na previsão do castigo que virá.

Virá para os homens de nosso século, se não renunciarem à impiedade e à corrupção. Se não lutarem especialmente contra a autodemolição da Igreja, a maldita fumaça de Satanás que, no dizer do próprio Paulo VI, penetrou no recinto sagrado. (Cfr. Paulo VI, Alocuções de 7-12-68 e 29-6-72).

Ainda é tempo, pois, de sustar o castigo, leitor, leitora! "Mas, dirá alguém, esta não é uma meditação própria para um ameno domingo". — Não é preferível, pergunto, ler hoje este artigo sobre a suave manifestação da profética melancolia de nossa Mãe, a suportar os dias de amargura trágica que, a não nos emendarmos, terão que vir?

Se vierem, tenho por lógico que haverá neles, pelo menos, uma misericórdia especial para os que, em sua vida pessoal, tenham tomado a sério o milagroso aviso de Maria.

É para que minhas leitoras, meus leitores, se beneficiem dessa misericórdia, que lhes ofereço o presente artigo...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Carolina do Norte reforma Constituição

Por 61% dos votos contra 39%, os eleitores da Carolina do Norte, EUA, aprovaram emenda à Constituição estadual que define o casamento entre um homem e uma mulher como “a única união doméstica legal que será válida ou reconhecida neste estado”. Por sua vez, os bispos católicos D. Michael Burbidge de Raleigh e D. Peter Jugis de Charlotte, em carta lida nas missas pedindo o apoio dos católicos à emenda, afirmavam: “Embora nosso estado já tenha uma lei que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo, nós somos bem conscientes, pelo que aconteceu em outros estados, que essa lei pode ser anulada por iniciativas judiciais ou legislativas”. Numerosos líderes do Partido Democrata, entre os quais o presidente Barack Obama, o ex-presidente Bill Clinton e o governador Beverly Perdue, falaram contra a emenda. O apoio popular ao casamento tradicional neutralizou essas poderosas e más influências.
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Agência Boa Imprensa

Trabalho escravo: presos são explorados em Cuba

A empresa estatal cubana Provari fabrica muitos produtos e a quase totalidade de seus operários são “trabalhadores escravos”, denunciou Elizardo Sánchez, chefe da Comissão Cubana para os Direitos Humanos e a Reconciliação Nacional. O Grupo Internacional pela Responsabilidade Social Corporativa informou que uma fábrica da Prisão 1580, perto de Havana, obrigava os presos a trabalhar até 12 horas por dia para fabricar blocos de construção, sendo que eles raramente recebiam os US$ 10 mensais prometidos. Mas os “amigos” estrangeiros de Fidel Castro — chefes de Estado, ministros, teólogos ou simples admiradores, por vezes ex-guerrilheiros — que hoje frequentam a ilha-senzala só veem “trabalho escravo” em seus países de origem...
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Agência Boa Imprensa

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O Brasil para principiantes

Ouro Preto (MG): seu deslumbrante panorama e suas construções revelam a missão providencial do Brasil [foto PRC]

Carlos Sodré Lanna (*)

Nosso País é a terra do "Deus é brasileiro", do "em se plantando dá", do "amanhã se não chover", onde um misto de sabedoria da vida e esperteza nos ensina desde cedo o segredo para se "quebrar o galho", e para "dar um jeitinho". 

É igualmente cenário de contrastes violentos e por vezes até pitorescos. Apesar de tudo somos um povo de boa índole, unido e compreensivo. Tudo isso é mais do que sabido, e vivido pelos brasileiros natos.

Mas o que dizer aos estrangeiros que vêm para cá fixar residência?

Para se adaptarem ao nosso estilo de vida, único em todo o mundo, são grandes e surpreendentes os contratempos que têm enfrentado.

Tempos atrás, um húngaro de nascimento, Peter Kellemen, mudou-se para o Brasil, cuja cidadania adotou. Suas observações, experiências e aventuras descreveu-as num livro: Brasil para principiantes (Editora Civilização Brasileira, Rio, 1961).

Citarei aqui alguns trechos interessantes do mesmo:

"Não se esqueça, meu jovem amigo, de que é preciso se ambientar durante o primeiro ano. Aprenda a julgar os gestos, as meias palavras, os olhares, as insinuações, pois o brasileiro jamais dirá a palavra não" (p. 16).

"No Brasil, desde a infância, as pessoas se acostumam a compreender certos contrastes. Por exemplo, o automóvel contrabandeado só vai a leilão depois de enferrujado e totalmente inutilizado, ao invés de na época, quando está valendo milhões. Edifícios públicos com obras paralisadas em meio à construção, por falta de verba, enquanto outros edifícios públicos recebem o dinheiro necessário para poder iniciar a fundação. Verá moleques sem sapatos, mal alimentados, mas com rádio portátil na mão. Ao lado de moderníssimos supermercados e gigantescas lojas de departamento, verá feiras-livres e vendedores ambulantes. Homens visivelmente pobres, de tamanco, possuindo milhões e outros, gastando milhões, sem possuir um par de tamancos. Aprenderá que as placas: 'Estacionamento proibido', 'Não fume' ou 'Entrada Proibida' -- são apenas adornos coloridos para enfeitar a cidade” (p.141).

"Saiba que o Brasil não tem estradas como as da Alemanha, nem a riqueza dos americanos ... Mas o que importa? Se você não compreender que o povo brasileiro é diferente e, tem um caráter humano não dominado por leis ou parágrafos, nunca o entenderá. 

"Quero ainda confessar uma coisa: todo estrangeiro não quer parecer estrangeiro. Isto é uma coisa difícil de realizar, pois além da aparência, que mostra logo a sua origem estrangeira, basta o sujeito abrir a boca e todo o mundo percebe que se trata de alguém de outra nacionalidade. "O caráter desse país (se é que uma Nação possa ter caráter) é cheio de contrastes, beleza, sinceridade, um pouco de infantilidade, mistério, insubmisso, de personalidade marcante. Não tente modificá-lo. É impossível e desnecessário. Ao contrário, aprenda a gostar de seus contrastes e assim você será mais sábio e muito mais feliz” (p. 142).

Em suas descrições sobre as coisas do Brasil, Kellemen fala da viagem de avião, a chegada na alfândega, estadia em um hotel, meios de transporte nas cidades, um país de milhões de médicos, economia, indústria, comércio, política e da laboriosa classe dos estrangeiros.

No entanto, convém dizer que o livro apresenta uma visão unilateral do brasileiro, considerado de modo exagerado e caricato, generalizando os defeitos do "jeitinho", como malandragem, relativismo, os quais são encarados de modo simpático, como algo quase folclórico.

O "jeitinho" brasileiro" – como a palavra "saudade" não tem tradução para nenhum outro idioma –– tem muito de inteligência e sagacidade, mas a ela se acrescentou uma camada de defeitos.

Apoiar na totalidade a visão que autor formou do Brasil e dos brasileiro: seria ver nossa Pátria como uma terra de espertezas e pequenos expedientes, portanto negar a vocação e a missão providenciais do País. Embora se deva reconhecer que ele apanhou bem certos aspectos, como flexibilidade de espírito em contraposição à rigidez e ao "espírito geométrico" que caracterizam outros povos.

Não resta dúvida de que o tão decantado "jeitinho" é um valor do Brasil: Mas ele será um mero expediente prático se não estiver a serviço de um povo que sabe voar nos grandes horizontes do pensamento, da ação e dos planos Deus a serem aqui realizados.
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(*) Carlos Sodré Lanna é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)

terça-feira, 17 de julho de 2012

Até as formigas e os esquilos


Pe. David Francisquini  (*)

Antes de construir uma torre ou enfrentar um exército inimigo, o homem prudente e sério deve planejar. Sentar-se e calcular os gastos de seu empreendimento. Eis o que nos ensina o Divino Mestre numa parábola sobre as virtudes cardeais, aquelas que pautam a nossa vida neste vale de lágrimas. 

Por que cardeais? Cardo, em latim, significa gonzo, eixo em torno do qual gira alguma coisa. No caso de dobradiças, giram a porta; no caso do eixo da Terra, giram os quatro pontos cardeais; no caso das virtudes da prudência, justiça, fortaleza e temperança, giram as demais virtudes. Esta é a doutrina da Santa Igreja.

A história do homem não é outra senão um reflexo do seu constante pensar sobre o presente, passado e futuro. Se na natureza até as formigas e os esquilos fazem suas previsões e aprovisionam para o futuro, o que seria do homem se não planejasse sua vida, de modo particular em nossos atribulados dias?

Nesse contínuo ato de planejar inerente à vida, a pessoa deve hierarquizar prioridades. E isso lhe exige virtude, força de vontade na aquisição desse bom hábito. Portanto, as virtudes cardeais devem constituir as balizas desse ato instintivo e ao mesmo tempo racional de organizar a vida. 

Consta na História Sagrada que o Simão Cirineu vinha despreocupado pela estrada, pensando tão-somente nos pequenos problemas e nos pequenos interesses de que se compõe a vida miúda da maior parte dos homens, quando de repente se deparou com Nosso Senhor carregando sua Cruz!

Se um homem que há dois mil anos entrou para a História com o seu heroico gesto pensava tão-só nos pequenos problemas da vida cotidiana, imaginemos o que acontece em nossos dias quando tudo parece tramar contra as virtudes? Não podendo nos privar de pensar, os artífices da sociedade atual nos distraem com suas lantejoulas.

Quantas coruscações falsas à beira dos nossos caminhos! Poucos são aqueles que procuram ver a finalidade da vida, poucos os que lutam contra os seus próprios defeitos e cuidam de formar seu caráter e sua personalidade, e, certamente um número ainda menor se preocupa com os seus deveres para com Deus.

Ao deparar com uma criança, sou muitas vezes levado a me preocupar com a importância de sua educação, como ela deveria ser instruída nos seus deveres para com Deus, como despertar nela a noção de prêmio e de castigo, como proceder para que assimile as virtudes que, apesar de muito diluídas, ainda subsistem nas famílias.

A sede e a fome de Deus a que especialmente nós, religiosos, somos chamados, deveria assemelhar-se aos objetos que se desprendem de determinada altura, e que atraídos pela força da gravidade rumam em direção ao centro da Terra. Metafisicamente cada pessoa possui um movimento que a impulsiona para Deus, para o bem, para o verdadeiro e para o belo.

Contudo, existe verdadeira pressão contra aqueles que procuram levar suas vidas segundo a ordem criada e querida por Deus. Por medo de represálias, quantos preferem a despreocupação, a inércia e a indiferença, não tomando uma atitude em consonância com o seu fim supremo, como que desligados de Deus.

Grassa hoje um ateísmo prático no qual as orações mais elementares são ignoradas por um cristão. E como se tratasse apenas de um simples cristão! Há poucos dias, um fiel digno de minha consideração contou-me que após se confessar numa importante capital do Brasil e rezar o Ato de contrição, o sacerdote lhe pediu uma cópia da oração...

Ainda jovem sacerdote, repleto de esperança e otimismo, eu acreditava ser fácil converter as almas. Promovia missões, visitava as casas, dava conferências e lançava mão de tantos outros meios empregados para tornar uma paróquia exemplar. Mas percebi logo que sem despertar nas almas a tendência para se moverem rumo a Deus, pouco adiantava.

É o que pretendo com essas despretensiosas linhas.
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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

China: repressão “por pontos” silencia usuários da Internet

A China está implantando mais um método de censura na Internet: a “disciplina por pontos”. O sistema concede ao usuário de qualquer microblog, como o Twitter, pontos que lhe serão tirados caso ele desobedeça. A lista das condutas puníveis é infinda e continuamente modificada. Entre os itens proibidos figuram a “publicação de informações falsas” (como as que criticam as empresas estatais); a “difusão de boatos ou banalidades” (que as autoridades julguem como tais); “comentários difamatórios e vilipêndio da nação” (críticas ao governo); propaganda religiosa “não-oficial”; acreditar em “superstições” (fórmula aplicada contra grupos religiosos sincréticos) etc. A fantasia dos internautas chineses faz coisas inacreditáveis para escapar ao cerco, que vai se fechando com as perspectivas de prisão, tortura e morte para quem ousar desobedecer.
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Agência Boa Imprensa

domingo, 15 de julho de 2012

Ideologia em vez de competência: critério do governo para a importação de médicos cubanos



Hélio Viana (*)
Isolado na América Latina até o advento do Foro de São Paulo – segundo declarou Lula em vídeo-mensagem à 18ª. versão do referido foro, realizado em Caracas (Foto acima e vídeo abaixo) –, o regime comunista cubano está em vias de “exportar” para o Brasil, entre janeiro de fevereiro de 2013, nada menos que 1.500 médicos, para atender às regiões do interior do País. A escolha dessa data teria sido para não repercutir no resultado das eleições municipais de 2012. 

O principal “mercado consumidor” de tais médicos – cuja capacidade para o exercício da profissão é mais do que duvidosa, como se verá, ao passo que sua formação ideológica não deixa lugar a nenhuma dúvida – foi até o momento a Venezuela chavista, onde não se sabe bem até que ponto eles se restringiram a simples atendimentos médicos e com que resultados.

Contudo, nos termos do referido vídeo-mensagem de Lula, no qual ele se jacta da militância hegemônica do PT e de seus aliados cubanos e bolivarianos para a implantação da “democracia” em todo o continente latino-americano (a Alemanha comunista também se chamava República Democrática Alemã – DDR), a pergunta que se depreende é se os tais 1.500 médicos não serão agentes comunistas destinados a colaborar na consecução de tal fim.

Tanto mais quanto ficou patente aos olhos de todos a inconformidade do bloco petista-bolivariano em face do impeachment inteiramente legal do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, a exemplo do que ocorrera em Honduras em relação a Manuel Zelaya, quando o então ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou que era algo inadmissível, porque a direita não podia ter mais vez na América Latina. Que democracia sui generis é essa, que só admite a esquerda?

Existe grande preocupação de que Hugo Chávez não se reeleja pela terceira vez ao cargo (sua nova candidatura foi obtida graças a mudanças arbitrárias feitas por ele na Constituição, sem que a esquerda protestasse – a mesma esquerda que gritou furiosa quando Álvaro Uribe quis fazer o mesmo na Colômbia, só que com fortíssimo respaldo popular) –, e foi para evitá-lo que o internacionalismo petista deslocou para a Venezuela a equipe de marketing de João Santana, sob os protestos da opinião pública, que reclama de interferência externa.

Não se sabe se além do João marqueteiro e de outro João – o “João de Deus”, curandeiro goiano que teria viajado à Venezuela em avião da FAB para tratar de Chávez –, a solidariedade petista enviará também, a exemplo do que ocorreu nas eleições anteriores do período chavista, as urnas eletrônicas brasileiras, as quais, não se sabe bem por que, Hugo Chávez, responsável pelo “excesso de democracia” em vigor na Venezuela, como disse Lula, quis introduzir sorrateiramente em Honduras antes da queda de Zelaya.

Voltando ao tema de Cuba – para cuja sobrevivência o regime chavista foi até aqui imprescindível –, cumpre lembrar que tudo, menos a “exportação” de médicos, poderia ser o resultado imediato da vultosa soma de dinheiro destinada pelo governo da presidente Dilma para a reforma do Porto de Mariel.

Para o leitor aquilatar a qualidade do “produto” a ser importado pelo governo petista, finalizo transcrevendo estes dois trechos de um artigo publicado por “O Estado de S. Paulo” em 3 de janeiro de 2011, sob o título de “Médicos reprovados”: 
“Os resultados do projeto-piloto criado pelos Ministérios da Saúde e da Educação para validar diplomas de médicos formados no exterior confirmaram os temores das associações médicas brasileiras. Dos 628 profissionais que se inscreveram para os exames de proficiência e habilitação, 626 foram reprovados e apenas 2 conseguiram autorização para clinicar. A maioria dos candidatos se formou em faculdades argentinas, bolivianas e, principalmente, cubanas. “[...] As faculdades cubanas – a mais conhecida é a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Havana – são estatais e seus alunos são escolhidos não por mérito, mas por afinidade ideológica. Os brasileiros que nelas estudam não se submeteram a um processo seletivo, tendo sido indicados por movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos políticos. Dos 160 brasileiros que obtiveram diploma numa faculdade cubana de medicina, entre 1999 e 2007, 26 foram indicados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). Entre 2007 e 2008, organizações indígenas enviaram para lá 36 jovens índios". 
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(*) Helio Dias Viana é colaborar da Agência Boa Imprensa (ABIM)



sexta-feira, 13 de julho de 2012

Aliança internacional dispara contra o Paraguai: Mercosul e Unasul abrem as portas da América Latina para um neo-totalitarismo de esquerda

A SOCIEDADE PARAGUAIA DE DEFESA DA TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE (TFP), uma vez desfeita a poeira levantada pela arbitrária sanção imposta ao Paraguai pelos governos sul-americanos, alerta para o abismo que este inusitado fato pressagia e o precedente que estabelece.

Por um “crime” que não houve o Mercosul e a Unasul aplicaram uma pena que não existe. Não houve [crime] porque tudo foi estritamente legal. Não existe [a pena], porque o texto que a prescreve estabelece em seu art. 11: “somente se aplicam aos Estados que o tenham ratificado”, e Paraguai não o ratificou. Portanto, o que houve foi um ato de prepotência contra um país-membro, uma efetiva execução daquilo mesmo de que nos acusa, assim como um golpe de força contra o Paraguai e a própria institucionalidade do Mercosul. Foi uma coordenada intromissão estrangeira nos assuntos internos paraguaios.

Por que tanta acrimônia e violência? Pelo simples fato de não agradar a esses governantes e a essas instituições o fato de o Poder Legislativo, no livre e pacífico exercício de seus direitos constitucionais, destituir o Presidente da República num ato de legítima defesa da Nação agredida por uma subversão interna patrocinada pelo próprio chefe de Estado! (1)

O ex-presidente Lugo, reconhecido partidário do Socialismo do Século XXI e da Teologia da Libertação, administrou como Bispo — quando exercia esse cargo — a Diocese de San Pedro, a qual, por não mera coincidência, é hoje uma das zonas mais transtornadas pelo monstruoso contubérnio comunismo-religioso e religiosidade comunista. Conceitos contraditórios que a Teologia da Libertação — que de Teologia só tem o nome, e de substância o mecanismo comunista — pretende amalgamar.

Dom Rogelio Livieres denunciou como o ex-mandatário politizava as paróquias: “Arrastou boa parte do clero e uma grande quantidade de monjas” e, “com a organização do Governo e a ajuda de sacerdotes, tirava os meninos das capelas e paróquias para irem à Venezuela por 15 dias”,(2) obviamente para serem doutrinados com os nefastos dogmas do socialismo chavista. Nessa mesma zona existe a subversão sob a forma de falsos camponeses sem terra intoxicados da luta de classes e da guerrilha do EPP [Exército Paraguaio do Povo], um campo de manobra e uma capacidade incendiária que, com um eventual apoio de Chávez, de Evo e de outros, ainda pode tornar-se muito perigosa.

Diante do quadro que em nível nacional e internacional se configura, é surpreendente constatar a inoperância dos presidentes sul-americanos e dos organismos internacionais, que simulam nada ouvir e nada ver. Como são imprevidentes! E, pelo contrário, quanto desvelo em proteger o avanço da neo-subversão esquerdista, quanta impunidade diante de seus atropelos, seus golpes à lei, ao Estado e às instituições! Enfurece-os que um país pequeno como o nosso resista à extorsão, não siga a palavra de ordem que lhe dão, e nem se intimide com o precedente criado com a prepotente intervenção em Honduras, em caso similar ao nosso.

“Eles coam um mosquito — o pretenso golpe no Paraguai e em Honduras – e engolem um camelo: a iníqua e cinquentenária tirania cubana”. Ou a descarada intromissão, durante o auge da crise, do chanceler venezuelano Maduro e do embaixador do Equador, tentando sublevar as Forças Armadas contra o Congresso Nacional e incitando os altos comandos a tomarem partido em favor do presidente deposto, o que teria desembocado num Golpe de Estado.

Facsimile do manifesto da TFP paraguaia:  MERCOSUL-UNASUL abre as portas da América Latina a um neo-totalitarismo de esquerda
Facsimile do manifesto da TFP paraguaia:
MERCOSUL-UNASUL 
abre as portas da América Latina 
a um neo-totalitarismo de esquerda

Os chefes de Estado do Mercosul e da Unasul foram levados a tomar por unanimidade — o que é misterioso e inquietante — uma atitude que, embora deflagrada imediatamente contra o Paraguai, tem também outro objetivo: os demais países latino-americanos. Para eles vai o aviso: Unanimemente — com razão, sem razão ou contra a razão — os avassalaremos como estamos fazendo agora com o Paraguai, caso se atrevam a usar a Lei e a Constituição para defender-se, quaisquer que sejam os seus direitos. Pelo contrário, os Castro, Chávez, Kirchner, Correa são intocáveis e podem avançar sem perigo, porque têm toda a nossa solidariedade e contra eles o Mercosul e a Unasul não serão nem freio nem obstáculo, contando com todo o nosso apoio.

A execução desta manobra redundou na injusta suspensão do Paraguai e na cínica e imediata proposta de aprovação de entrada no Mercosul da antidemocrática Venezuela.

Qual será esta neo-subversão em cuja face esses governantes e organismos abrem com tanta imprevisão as portas e janelas, deixando indefesas as nações e os povos sul-americanos?

É uma metamorfose do comunismo; é o mesmo comunismo, por outros meios mais subtis e efetivos; é um requinte do comunismo.

Como ensinou nosso inspirador, o célebre pensador católico e homem de ação Plinio Corrêa de Oliveira, esta neo-revolução “torna-se capaz de vencer mais pelo aniquilamento do adversário do que pela multiplicação de seus amigos”. Interessa-lhe mais adormecer, desconcertar ou simplesmente acabar com as oposições, do que estimular seus adeptos ostensivos. Ilustrativo disto é a ausência de oposição a esta neo-revolução na região, característica particularmente no Brasil e na Argentina.

Analogamente, a reunião de presidentes em Mendoza condenou o Paraguai, sem que a menor oposição se fizesse notar. Mansamente, todos os presidentes sul-americanos ali reunidos foram levados a colaborar com esse desígnio. Inclusive os de “centro-direita” Piñera e Santos, que quais novos Kerenskys e novos Freis(3) emprestaram a essa manobra sua imagem e seu prestígio de homens de ordem e de alternativa a Dilma, Kirchner, Lugo, Evo, Correa... Que ilusão!

O mais grave é que no século XXI, com as metamorfoses da Revolução, o risco não está nos Golpes de Estado, mas nos Golpes a partir do Estado. Já não é o autoritarismo clássico que ameaça as nossas nações, mas o eleitoral-populista. Quer dizer, o controle da arena política por meio da restrição da liberdade de imprensa, a tendência ao monopólio da informação, à politização das Forças Armadas, à sedução populista das populações, à intervenção estrangeira descarada em favor da expansão dos desígnios esquerdistas.

A TFP paraguaia faz um apelo às lideranças naturais da Nação e dos países irmãos para que não se deixem adormecer diante desta realidade, nem se intimidar com a prepotência com a qual pretendem nos avassalar, mas, muito pelo contrário, os exorta a desmascarar esta neo-subversão que ameaça nos levar ao maior dos abismos: o Caos. Insta-os, nesta emergência, a defender com novo ardor os restos ainda vivos da ordem católica tradicional.

Que a Santíssima Virgem de Caacupé abençoe as nossas nações, nos livre dos perigos e das emboscadas que nos cercam. Ensinai-nos, ó Mãe nossa, a caminhar pelas vossas vias rumo à restauração da Civilização Cristã e ao triunfo de vosso Coração Imaculado prometido em Fátima!
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Notas: 
1. Cfr. Texto da Acusação aprovada pelo Congresso Nacional 
2. Cfr. Jornal ABC Color 10/07/12 
3. Cfr Frei El Kerensky Chileno, Fábio Vidigal Xavier da Silveira 

SOCIEDAD PARAGUAYA DE DEFENSA DE LA TRADICION, FAMILIA Y PROPIEDAD – TFP 

JAVIER PEÑA MORA 
Diretor
GERARDO SCHULZ 
Secretário 
Eng. RAUL ZAVAN 
 Adv. OMAR PEÑA 

Tel: 443653

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Manifesto publicado pela TFP Paraguaia no diario "ABC Color", de Assunção, em 13-7-12.
  



terça-feira, 10 de julho de 2012

O dinossauro invisível

Leo Daniele  (*)

Deus criou o universo tomando cuidado para que o homem não se sinta esmagado. Teve o critério de colocar as estrelas tão longe, que o homem não se sentisse senão iluminado e divertido por elas. Uma bolinha que brilha no céu, para nós é uma coisa que respeita nossa pequenez, nossa fragilidade.

E criou os seres formando uma hierarquia: os anjos, os homens, os animais, as plantas e os minerais. Cada um destes seres tem alguma coisa da natureza do ser superior, e tem alguma coisa também da natureza do ser inferior, numa harmonia perfeita[1].

A inimizade a essa sublime hierarquia é a essência do igualitarismo. Mas em certas épocas esse erro fatal, tão grosseiro, não deixando de existir de modo algum, passa entretanto quase desapercebido. 

O movimento igualitário pretende anular toda desigualdade, e portanto toda harmonia. Mesmo a desigualdade entre seres inanimados. Em plena Revolução Francesa, durante o Terror, o Comité de la Salut Publique baixou uma ordem para que fossem derrubadas todas as torres ‒ de igrejas, castelos, residências ‒ que sobressaíssem do casario. Deveriam todas as construções ter a mesma altura. O que mostra bem o ódio do Igualitarismo a tudo que sobressai.

Trata-se de um inimigo de tudo o que é bonito, ordenado e requintado, por uma antipatia, por uma reação alérgica a tudo isso. O que é fino e selecionado o irrita, e o vulgar lhe desperta simpatia.

É a mentalidade de tantos turistas que vão ver as figuras do Aleijadinho: quebram seus dedos, escrevem o próprio nome na pedra, fazem inúmeros estragos. Por quê? Porque é preciso quebrar tudo aquilo que está direito, que é elevado.

Estes exemplos mostram bem que o Igualitarismo não se limita ‒ como muitos pensam ‒ ao campo sócio-econômico.

O igualitarismo é como uma doença de sintomas confusos que infecte nossa cidade, produzindo efeitos diferentes: num, uma pequena indisposição de estômago; noutro, uma coceirazinha; noutro, um pequeno ardor de olhos; noutro, uma dor de ouvido. A doença pode ser enérgica, fatal, porém difícil de ser diagnosticada.

Descreve Dr. Plinio: Imaginemos que estivéssemos reunidos em uma praça, e que também estivesse ali uma pequena multidão. Nisso, nós vemos um dinossauro entrar na praça, e começamos a gritar, avisando os outros daquela presença estranha e indesejável. Todo mundo olha assustado, e pergunta: “Onde está o dinossauro?” Ninguém o vê, e nós o vemos. Ele está enchendo a praça, e sua presença é dominante. Continuamos a dizer-lhes que todos estão sendo de algum modo dominados, circunscritos e orientados por ele, e perguntamos: “Vocês não estão vendo o dinossauro?” E a resposta é: “Não! Não estamos vendo”.[2]

É um tanto ridícula a posição de quem não enxerga ou só vê no Igualitarismo aspectos secundários. Mas se não o virmos nos outros, façamos um exame de consciência.e o encontraremos dentro de nós.

Dizia o Dr. Plinio: “O fato mais importante de nossos dias é uma imensa Revolução igualitária, que dirige em seu benefício o curso de todos os acontecimentos, visando à igualdade completa, por meios ora graduais e pacíficos, ora abertos e brutais” (conferência pronunciada em 1967).

Caro Leitor, porventura Você já viu este “dinossauro”?

Notas:
[1] Estes dois parágrafos com que iniciamos o presente artigo são de autoria de Plinio Corrêa de Oliveira, em conferência sem data proferida nos anos sessenta. 
[2] Idem ibidem.
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(*) Leo Daniele é colaborar da Agência Boa Imprensa (ABIM)

sábado, 7 de julho de 2012

MERCOSUL-UNASUL: “dupla aliança” chavista-castrista contra o Paraguai


Por uma ironia da História, o julgamento sumário e o consequente Golpe Internacional de Estado contra o Paraguai padeceram exatamente dos vícios que se alegam contra o Poder Legislativo paraguaio. 

Armando Valladares  (*)
Miami (FL), 30 de junho de 2012 

Na sexta-feira, 29 de junho, a Dupla Aliança Mercosul-Unasul promoveu um virtual Golpe Internacional de Estado contra o Paraguai, suspendendo-o como país-membro. Mercosul e Unasul reeditaram assim, no plano político, a chamada Tríplice Aliança, um pacto militar articulado no século XIX por dois países gigantes limítrofes contra esse pequeno país sul-americano.

A escusa para esse novo golpe dos governos sul-americanos contra o pequeno Paraguai foi a de que a destituição do ex-presidente Lugo pelo Poder Legislativo teria violado as regras de jogo democráticas e que o mandatário não teria tido todo o tempo necessário para se defender devido à celeridade do processo de destituição.

Por uma ironia da História, o julgamento sumário e o consequente Golpe Internacional de Estado contra o Paraguai padeceram exatamente dos vícios que se alegam contra o Poder Legislativo paraguaio. A contradição não poderia ser maior nem mais flagrante. Foram violadas sistematicamente as normas mais elementares da justiça, da equidade, do respeito e da convivência democrática entre Estados, a ponto de o novo Presidente do Paraguai, Federico Franco, e seu chanceler terem sido proibidos de participar das reuniões do Mercosul e da Unasul. Os gigantes condenaram o pequeno Paraguai sem sequer dar às suas autoridades a menor possibilidade de se defenderem.

A jornalista Tânia Monteiro, enviada especial do jornal brasileiro “O Estado de S. Paulo” à reunião Mercosul-Unasul, revela que os mandatários do Mercosul, enquanto tramavam a expulsão do Paraguai por uma porta e articulavam a não menos sumária entrada da Venezuela chavista pela outra, não conseguiam ocultar a preocupação de que essas decisões arbitrárias possam ser denunciadas pelo governo paraguaio ante as cortes internacionais de justiça e organismos análogos. 

Por ocasião de acontecimentos políticos, sociais e até criminais de envergadura, para encontrar as motivações profundas de seus protagonistas e identificar devidamente os responsáveis, os analistas costumam levantar a clássica pergunta: A quem favorece o ocorrido?

No caso do Golpe Internacional de Estado contra o Paraguai, tal pergunta resulta supérflua em 50%, pois fica claro que se aproveitou da suspensão desse país para colocar no Mercosul a Venezuela chavista, inclusão esta cujo maior obstáculo provinha precisamente do Senado paraguaio. Os outros 50% encontram sua resposta no ânimo pró-castrista quase generalizado dos mandatários presentes, os quais na recente Cúpula das Américas rasgaram as vestes por ter sido vetada a presença do “democrático” regime comunista de Cuba que há mais de meio século comete um sistemático e criminoso genocídio material e espiritual contra minha querida Pátria cubana. 

A quem favorece então esse Golpe Internacional de Estado contra o Paraguai promovido por essa sui generis Dupla Aliança Mercosul-Unasul? Sem dúvida, ao “eixo do mal” chavista-castrista da América Latina.

Em 2009, ao produzir-se em Honduras a destituição do presidente pró-chavista Manuel Zelaya, levantou-se, da parte de mandatários, dirigentes esquerdistas, pró-esquerdistas e inocentes úteis do Hemisfério, uma das maiores gritarias internacionais jamais presenciadas.

Poucos dias antes da destituição de Zelaya, a OEA, reunida em Honduras e tendo à frente seu nefasto secretário-geral, havia aberto de par em par suas portas para a Cuba comunista, sem impor-lhe condições.

Na condição de cubano e de ex-preso político que passou 22 anos nas masmorras de Cuba, e também na de iberoamericano, assumi imediatamente a defesa de Honduras, escrevendo numerosos artigos nos quais denunciava a cumplicidade da OEA com as esquerdas hondurenhas. Mostrei os ‘dois pesos e as duas medidas’ da “política do garrote” para Honduras e da “política de sorrisos” para a Cuba comunista, e também a responsabilidade do kerenkismo político e eclesiástico iberoamericano pavimentando o caminho para as esquerdas.

Em 2012, três anos depois da crise hondurenha, minha consciência de cubano e de iberoamericano não me permite permanecer em silêncio diante de uma conspiração política contra a pequena, sofrida e heroica nação paraguaia. Conspiração que tem, entre suas lamentáveis consequências imediatas, o fortalecimento do chavismo e, portanto, do cordão umbilical que a partir da Venezuela mantém com vida os carcereiros castristas. Peço a ajuda da Divina Providência para a nação paraguaia, a fim de que ela possa resistir às pressões internacionais inspirando-se no conselho do Apóstolo São Paulo: “Esperando contra toda a esperança”. 
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Armando Valladares, escritor, pintor e poeta, passou 22 anos nos cárceres políticos de Cuba. É autor do best-seller Contra toda esperanza, onde narra o horror das prisões castristas. Foi embaixador dos Estados Unidos ante a Comissão de Direitos Humanos da ONU nas administrações Reagan e Bush. Recebeu a Medalha Presidencial do Cidadão e o Superior Award do Departamento de Estado. Escreveu numerosos artigos sobre a colaboração eclesiástica com o comunismo cubano e sobre a “Ostpolitik” vaticana em relação a Cuba.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Enquanto as FARC rearticuladas atacam, seus opositores militares purgam na cadeia!

Hélio Dias Viana (*)
A Colômbia sob o governo de Álvaro Uribe era o único país latino-americano que vinha tomando uma atitude firme e coerente em face da subversão comunista coadjuvada pelo bloco bolivariano, travando contra as FARC uma vitoriosa guerra, em visível contraste com a política entreguista e concessiva dos governos anteriores.

Contudo, colaboradores da narcoguerrilha aninhados em movimentos de direitos humanos e Ongs da mesma orientação, prevalecendo-se de uma brecha deixada por Uribe – a transferência do foro militar para a alçada civil – vêm obtendo das instâncias judiciais a prisão de milhares de militares, acusando-os da prática de crimes diversos.

Entre eles encontra-se a elite das Forças Armadas, cujos membros são detentores de uma inigualável folha de serviços prestados à Colômbia e, por consequência, ao continente. Assim, nada menos que seis generais, trinta coronéis, centenas de oficiais e suboficiais figuram entre os 2.420 militares atualmente presos.

Estão, por exemplo, nessa situação, o general Del Río e o coronel Plazas, ambos da reserva. O primeiro foi o mais destacado comandante militar colombiano na luta contra a subversão, tendo sido destituído pelo governo claudicante do ex-presidente Andrés Pastrana por imposição das FARC. E o segundo ficou imortalizado pela sensacional invasão e resgate, em 1985, do Palácio de Justiça (foto acima), ocupado por terroristas do M-19. Enquanto o general Del Río aguarda na prisão há cinco anos por julgamento, o coronel Plazas foi recentemente sentenciado a pagar 30 anos de reclusão por conta de uma acusação cujo autor se desconhece...

Figuram ainda, entre os presos, um coronel que foi um dos militares mais condecorados, considerado um dos maiores oficiais colombianos de todos os tempos (na prisão há cinco anos aguardando julgamento), e o major responsável pela organização e execução da espetacular Operación Jaque (xeque-mate), em decorrência da qual foram libertados, sem necessidade de um só tiro, Ingrid Bettancourt e diversos reféns da narcoguerrilha farcista.

Enquanto defensores da Pátria são assim jogados inexoravelmente nas prisões, ex-guerrilheiros ocupam cada vez mais posições de destaque no cenário político, chegando alguns deles à desfaçatez de propor o desarmamento das pessoas honestas. E os ataques terroristas crescem ao mesmo tempo em todo o país, um dos quais foi perpetrado recentemente em movimentada artéria de Bogotá, ceifando a vida de dois guarda-costas do ex-ministro da Justiça, Fernando Londoño, ferindo a este e diversas pessoas do público.

A ofensiva contra as Forças Armadas adquiriu tal proporção que “El Tiempo”, o principal jornal colombiano, noticiou em sua edição de 25 de junho de 2012, que dos 2.420 militares atualmente presos, somente 16% foram julgados. E que outros cinco mil encontram-se sob investigação. Mas que os atualmente presos que assinarem um termo de aceitação prévia de culpa – de acordo com o referido jornal, 2.200 já o fizeram – terão suas penas mitigadas.

Segundo o jornal, essa clamorosa situação levou o presidente da Associação Colombiana de Oficiais da Reserva, general Jaime Ruiz, a declarar: “Os militares não estão combatendo. Como o país se encontra hoje e com as garantias que está dando a seus soldados, não vale a pena defendê-lo”. A esta declaração – que ele diz traduzir o pensamento dos oficiais da ativa que não podem falar – soma-se uma dura carta enviada pelos militares da reserva ao presidente Juan Manuel Santos, na qual a certa altura dizem: “A Colômbia é o único país do mundo que enfrenta um conflito armado com legislação de paz e sem foro militar”. 

“El Tiempo” conclui: “O certo é que muitos dos militares que ontem foram heróis públicos hoje estão na iminência de passar a metade de suas vidas na cadeia”.

Nossa conclusão é que, em nome dos “direitos humanos”, está sendo sacrificada a liberdade não só de valorosos militares injustamente punidos por terem ousado punir a subversão em defesa da Pátria ameaçada, mas a de 45 milhões de colombianos agredidos pelas FARC e que consideram suas Forças Armadas como a instituição de maior credibilidade do País.
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 (*) Helio Dias Viana é colaborar da Agência Boa Imprensa (ABIM)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

“Lé com lé; cré com cré” no velório da democracia

Marcos Luiz Garcia

Caminhamos para mais uma “ficção eleitoral”. Este disparate se confirma de modo especial em São Paulo, onde os vencedores terão a terceira economia do País nas mãos. Daí o vale tudo. No afã de ganhar, as alianças vão sendo inescrupulosamente tentadas, mesmo entre velhos inimigos políticos e ideológicos, deixando o eleitorado pasmo diante de tanto descaramento. O artificialismo eleitoral tornou-se óbvio. Nosso panorama político-eleitoral é uma vergonha, um leque só com ideologias de esquerda.

O conjunto dos políticos parece uma troupe teatral cujos atores, todos muito amigos e afinados entre si, desempenham o papel que o organizador da peça lhes pedir. O maior descalabro é que a grande maioria do eleitorado não afina com o esquerdismo dos políticos; quereriam outra coisa que, aliás, em parte são prometidas nas campanhas eleitorais. Porém, a realidade histórica invariável mostra que, uma vez no poder, seja quem for, as promessas direitistas ficam no congelador, e os dirigentes vão fazendo tudo caminhar cada vez mais para a esquerda. O eleitorado mais uma vez se decepciona, descola, e conclui: “Não tem jeito, nosso ‘cardápio’ político é marcado por um só viés. Parece restaurante vegetariano”.
“Lé com lé; cré com cré”, poderia ser o lema do nosso quadro partidário. Onde foi parar a representatividade democrática? Não estamos assistindo propriamente ao velório da democracia? Será que no futuro alguma direita autêntica vai reclamar uma “Comissão da Verdade” para saber o que as esquerdas fizeram da “democracia” brasileira? Quem foram os seus torturadores? Onde foram enterrados os seus restos? A História dá muitas voltas.
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 (*) Marcos Luiz Garcia é colaborar da Agência Boa Imprensa (ABIM)