sexta-feira, 28 de maio de 2010

A tarrafa e o PNDH-3

  • Leo Daniele
A tarrafa é uma rede de pesca circular, de malha fina, com pesos na periferia e um cordel no centro, pelo qual é puxada. É usada manualmente, nos lagos e no mar, e serve para pegar os peixes que distraidamente passam pelo lugar, “pensando” em outra coisa.

Na sua periferia a rede circular é guarnecida, de espaço em espaço, de pequenos cilindros de chumbo ou “chumbadas”. Quando a tarrafa é jogada, cada chumbada vai numa direção, ampliando o campo de pesca. Quanto mais aberto, melhor, e a perfeição é quando os chumbinhos estão bem longe uns dos outros. Tarrafas grandes podem ter a roda (perímetro) de 12 a 20 metros e o peso de 5 a 6 quilos.

O cordel fino existente na parte superior da tarrafa (o “olho”) tem o nome de fieira. Lançada a tarrafa, depois de uma breve espera puxa-se tudo por meio da fieira, e os despreocupados peixinhos são apanhados, depois vendidos e devorados.

Mas o título deste artigo relaciona a tarrafa com o Programa Nacional de Direitos Humanos — PNDH-3. O que tem a ver uma coisa com a outra? Muito, e provavelmente o leitor já o percebeu.

Os pesos de chumbo também estão no PNDH, para lançá-lo em diversas direções: intervenção no Judiciário, no Exército, na Polícia, na mídia, na Religião, na educação, na família, na depravação, na agricultura, nas cidades, no meio ambiente... Direções bem diferentes umas das outras, mas... o PNDH-3 é muito completo. Tem tudo quanto a esquerda pode querer, numa primeira fase. Quando os “peixes” estiverem bem dentro da rede, puxa-se a fieira... E nós brasileiros, vítimas do PNDH-3, estaremos prisioneiros em mais um país socialista na América Latina e no mundo!

Cada peso de chumbo da tarrafa corresponde a um soviete, apresentado como conselho popular ou comissão de estudos. Nada mais “inocente” do que uma comissão de estudos ou um conselho popular, mas isso é exatamente o que se entende por soviete.

O PNDH fala deles (dos conselhos populares e das comissões de estudos, evidentemente) a todo momento, em suas 80 páginas. Parecem autônomos e independentes, cada um diferente dos demais. Mas ainda chegará o momento de dizer “todo poder aos sovietes” (Lênin), e então, com um puxão na fieira, estará feito o serviço. Nós, os diversos tipos de “peixe”, teremos sido apanhados na rede soviética. A meta estará atingida.

Já aconteceu na História. Na Rússia, onde os sovietes foram criados em 1905, somente foram implantados como força dominante muitos anos depois. Será o Brasil imune a isso?

Em conclusão: Ver e denunciar cada chumbinho soviético é bom. Ver e denunciar toda a tarrafa soviética é melhor. E reagir vigorosamente contra ela é ainda melhor. E indispensável.
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(*) Leo Daniele é colaborar da ABIM

A Face da Verdade — Novas pesquisas confirmam a veracidade do Santo Sudário


  • Heitor Abdalla Buchaul (*)
Desde o último dia 10 de abril, o Santo Sudário está exposto na catedral de Turim, sendo esperados mais de dois milhões de peregrinos e turistas que virão venerá-lo.

Em entrevista concedida ao jornal Belga “Lê Soir” (22-4-10) pela medievalista e pesquisadora dos arquivos secretos do Vaticano, Barbara Frale (foto), que publicou recentemente o livro: O Sudário de Jesus de Nazaré, depreendemos detalhes impressionantes que evidenciam sua autenticidade do tecido, que é considerado o mais analisado da História.

Quando perguntada sobre o famoso teste com carbono-14, ela diz que mesmo o criador do teste, o Prêmio-Nobel Willard Frank Libby tinha dúvidas, e havia prevenido que os resultados de suas análises não seriam confiáveis, pois era um tecido que havia sofrido muita contaminação, como por bactérias de origem recente e por um gás desinfetante.

Mas o ponto importante da entrevista foi quando ela afirmou que as novas pesquisas científicas permitiram descobrir sobre o Sudário traços de texto escritos em grego, latim e aramaico. “O primeiro que viu esses traços sobre o negativo, em 1978, foi um professor da Universidade Católica de Milão, Aldo Marastoni — especialista em textos latinos do primeiro século —, suas pesquisas foram confirmadas por André Marion e uma equipe de físicos franceses do Instituto d’Orsay, em 1994. [...] Esses traços de texto escritos sobre papiros que foram colocados sobre o Sudário não são borrões, mas o resultado de uma reação química entre o ferro contido na tinta e uma matéria utilizada para embranquecer os tecidos. Comecei a estudar esses traços de texto em 1998 e descobri, após muita pesquisa e confrontações entre textos medievais e do primeiro século, que o texto era um certificado de sepultura de um homem, chamado Jesus, cidadão de Nazaré, sepultado à nona hora, quer dizer, no fim do dia, em conformidade com a lei na Jerusalém daquele tempo”.

Ela comenta outro detalhe interessante: “Por exemplo, os judeus eram enterrados às vezes com as mãos ao longo do corpo, outras com as mãos cruzadas, a direita sobre a esquerda, como em certas preces. A direita representando a misericórdia divina, a esquerda a justiça. O Homem do sudário tem a mão esquerda sobre a direita, como se não necessitasse dessa misericórdia, por ser perfeito”.

Quando perguntada se o Sudário realmente data do primeiro século respondeu: “Segundo todos os indícios de que dispomos - os traços de texto, o gênero de tecido, os restos de pólen de espécies desaparecidas; é certo que ele cobriu o cadáver de um homem chamado Jesus, condenado a morte e crucificado numa época e nas condições descritas nos Evangelhos, o resto não faz parte da ciência, mas da teologia e da fé de cada um”.

A pesquisadora disse que irá a Turim ver o que chama de “objeto verdadeiramente extraordinário [...]. Um holograma com uma incrível capacidade de detalhes anatômicos; lá encontramos mesmo as impressões digitais de quem embrulhou o morto no Lençol”.

Mesmo com tantas evidências, alguns são céticos sobre a veracidade do Santo Sudário, preferindo desconsiderar o cientificismo que apregoam, quando este dá provas de uma verdade inconteste. Como Pilatos perguntam: “O que é a verdade?” E dão as costas para não ouvir a resposta...
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(*) Heitor Abdalla Buchaul é colaborar da ABIM

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Nova ditadura em ascensão

O ministro Vannuchi, um dos principais articuladores do PNDH-3, agarrado a seu texto
Foto: Ana Nascimento/MDS

• Pe. David Francisquini*
Instado por amigos a expor o que penso sobre o Programa Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3) do governo Lula, sinto-me no dever de brasileiro — acrescido da responsabilidade sacerdotal de que sou revestido — de confrontá-lo sucintamente com os ensinamentos da Santa Igreja.

Não é necessário ser jurista para, logo à primeira vista, perceber nele um programa revolucionário, concebido por mentes alienadas e manipulado por hábeis mãos a fim de descristianizar o Brasil, subvertendo de maneira radical nossas raízes cristãs por meio de leis que se contrapõem à Lei de Deus, codificada nos Dez Mandamentos.

Com efeito, o Programa se propõe a “desenvolver mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União” e recomenda “o respeito à laicidade pelos Poderes Judiciário e Legislativo, e Ministério Público, bem como dos órgãos estatais, estaduais, municipais e distritais”. Trata-se do ateísmo implantado em nome da laicidade, uma nova ditadura em ascensão.

O PNDH-3 golpeia a instituição da família, fundamento de qualquer ordem social sadia. Apregoa o pecado, com suas decorrentes desordens morais, como valores inalienáveis a que ninguém pode se opor. Pretende “reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), com base na desconstrução da heteronormatividade”. O que até há pouco era anormal passa a ser normal; o que era pecado não o será mais; o que era antinatural passará a ser natural; o que era desordem moral se tornará inteiramente legal.

Uma sociedade assim constituída levará as pessoas à negação de Deus, da Redenção infinita de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Igreja Católica. O que se depreende disso é o seguinte: quem vive em situação antinatural terá voz e vez! Quem defende a Lei de Deus e a integridade da natureza ficará amordaçado e será escorraçado. Na verdade, isso caracteriza um regime antinatural, despótico, tirânico, como o que outrora vigorou na União Soviética. Viveremos sob o tacão desse Programa, se ele for imposto ao Brasil?

Outra investida subversiva do PNDH-3 concerne às prostitutas (nele chamadas eufemisticamente de profissionais do sexo), cuja ultrajante “profissão” pretende regulamentar com todas as garantias de um trabalhador honesto. E ainda prevê elaborar em relação a elas programas educativos — como se isso fosse educação — para que o público aceite a nova situação como normal. Propaganda com dinheiro público, inclusive para as crianças, com a finalidade de se aceitar a prostituição masculina e feminina. Uma verdadeira máquina de meretrício para todas as idades fica assim liberada.

Trata-se, caro leitor, de legalizar o pecado e eliminar o conceito de família. Pretende-se introduzir uma concepção nova do ato natural entre o homem e a mulher, que só é aceitável dentro do matrimônio monogâmico e indissolúvel, com a finalidade de propagar a espécie e garantir o mútuo auxílio. Numa palavra, é uma desordem inadmissível colocar isso em forma de decreto. Qual será depois disso a situação dos Mandamentos, que ordenam que não se deve pecar contra a castidade e não cobiçar a mulher do próximo?

Outro ponto totalmente inadmissível é o apoio ao infanticídio monstruoso que se realiza através do aborto, a ser implementado tornando seu acesso livre e fácil a quem o desejar.

Não faltou no PNDH-3 um forte ataque ao direito de propriedade, ao propor “a construção de uma sociedade igualitária”, ou seja, a construção no Brasil de uma nova Cuba, ou de uma Venezuela como a do caudilho Chávez — regimes comunistas, como o da Rússia soviética, qualificado pelo atual pontífice como “a vergonha de nosso tempo”. Nossa Senhora profetizou em Fátima que esse erro da Rússia (comunista) se propagaria pelo mundo, constituindo o grande flagelo para punir os pecados da humanidade.

Diz Santo Agostinho que a paz é a tranqüilidade na ordem. Como poderá haver paz numa desordem tão grande como a que o PNDH-3 quer implantar na Terra de Santa Cruz? Pelo contrário, ele nos levará ao caos. O mesmo Santo Agostinho nos ensina que se todos observassem o Decálogo — governantes, reis, magistrados, súditos, empregados, patrões, filhos, pais, mestres e alunos, esposos, soldados, enfim toda a sociedade —, aí sim haveria verdadeira ordem e paz social.

Muitas vezes me pergunto se tantos cataclismos, terremotos, enchentes, epidemias a que temos assistido, não são frutos decorrentes dessa profunda revolta e inversão de valores contra a ordem natural criada por Deus.


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* Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ

domingo, 2 de maio de 2010

Violência e drogas em escolas públicas

No centro da capital paulista a zona conhecida como "Cracolância"
As imagens de santos despedaçadas num altar da escola estadual Benício Dantas, em Maceió, são símbolo do drama dos professores agredidos devido à difusão de drogas entre os alunos. A depredação de escolas públicas se espraia pelas cidades brasileiras. Para o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o aumento do consumo de crack pesou decisivamente nessa sinistra balança. No SUS, o crack é a segunda maior causa de atendimentos especializados em álcool e drogas, só perdendo para a bebida, explicou Pedro Gabriel Delgado, coordenador do Programa de Saúde Mental do Ministério da Saúde. O vício da droga atinge jovens ricos e pobres. “Essa droga foi a forma mais inteligente que o diabo inventou para acabar com a humanidade. E está conseguindo”, comentou uma vítima.
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Agência Boa Imprensa

Jovens americanos abandonam Obama

Manifestação anti-Obama em Washington

Enquete feita pelo Harvard's Institute of Politics semeou o alarme nas esquerdas americanas. Segundo relata a revista “Newsweek”, só 38% dos jovens (entre 18 e 29 anos) aprovam a política de Obama face ao déficit do governo; 51% reprovam sua gestão; e 53% desaprovam a reforma da saúde. Porém, o pior indício para Obama é o desânimo manifestado por seus votantes: só 35% dos jovens que votaram por ele tornariam a fazê-lo em novembro. E a avaliação é de que, se Obama não conseguir recuperar os jovens, o Partido Democrata pagará pesada conta nas eleições legislativas de novembro.
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Agência Boa Imprensa

Bons tempos em que se morria para não pecar

Corpo incorrupto de Sta. Maria Goretti


• Pe. David Francisquini*

Santa Maria Goretti (1890 – 1902) abria e terminava seu dia com o sinal da cruz. Sem caprichos nem manhas e sempre generosa, revelava reflexão superior à sua idade.

Para tentar melhorar suas condições precárias, a família mudou-se para Colle Gianturco, local do martírio. Depois da morte do pai — conta-nos Assunta, a mãe da santa — a filha procurava fortalecer-lhe o ânimo. Nas agruras, ela dizia “Por que esse medo, mamãe? Daqui a pouco estaremos [eram seis filhos] crescidos. Basta que Nosso Senhor nos dê saúde e a Providência nos ajudará”. Modelo de confiança!
Com a sabedoria de quem sabe aproveitar o tempo com método e disciplina, conhecia o segredo da vida. Com a morte do pai, seu programa foi assumir a responsabilidade da casa (foto abaixo) e o cuidado e a formação dos irmãos.

Era de angélica pureza. O assassino, de nome Alexandre Serenelli, confessou jamais ter notado nela o menor ato contrário a essa virtude. Chegava a rir discretamente das colegas que paravam diante de espelhos ou das vidraças para arranjar os cabelos. Ao ouvir palavras inconvenientes, nunca deixava de manifestar seu desagrado.

Em contrapartida, quão diferente foi a educação de seu verdugo! Seu pai não praticava a Religião, acreditando vagamente na existência de Deus. Possuía ainda caráter autoritário e era dado ao vício do álcool. A própria mãe, já meio louca, tentara afogar o filho quando este era criança.

Órfão de mãe ainda novo, não conheceu os carinhos, a bondade e o afeto materno, sendo criado como um estranho. Ao pai recai a acusação de ter cultivado a perversão do filho em más leituras, apesar de ter sido batizado, aprendido um pouco o catecismo, a ler e escrever.

A situação de Alexandre agravou-se quando serviu como marinheiro, tendo então se pervertido ainda mais, devido às más companhias. Contudo, ainda assistia sempre à missa e era respeitoso com o pai. Possuía gênio fechado, frio e solitário.

Costumava trancar-se no quarto, onde alimentava o vício da impureza através de más leituras que o próprio pai lhe proporcionava. Revestia as paredes com figuras de jornais e revistas indecentes. O vício criou nele raízes profundas. Penetrado de um impulso satânico, Alexandre decidiu destruir a inocência e a pureza de coração de Maria Goretti. Caso ela resistisse às suas impetuosas paixões, ele havia decidido matá-la. Contudo, a força de seu ódio não pôde prevalecer contra o rochedo intransponível de quem prefere morrer a se deixar contaminar pelo vício impuro.

Deparamo-nos assim com dois modelos de educação e de vida. A primeira banhada pela luz da graça e da vida sobrenatural. A segunda, por ódio à virtude e à vida exemplar. Ao tentar diabólica e inutilmente impor sua devassidão à santa, assassinou-a. Foi preso e cumpriu pena. Contudo, teve de lamentar pelo resto da vida o seu ato infame.

Mas o heroísmo da menina cheia de força atingiu tal ápice, que levou o próprio assassino à conversão. Ela perdoou-o e disse que o levaria para o Céu. Sua conversão foi seguida de penitência numa cela de um convento de religiosos.
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* Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ