quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A vida não foi feita para o prazer (II)


Pe. David Francisquini *

Como vimos no artigo anterior sobre a questão dos preservativos, o seu uso abre as portas para toda espécie de libertinagens. Tomemos o caso de um jovem que passe a ter relações sexuais precoces. Ele, iniciando esse hábito pecaminoso, logo perderá o domínio do seu instinto, tornar-se-á inescrupuloso, passará a encarar isso com naturalidade e não mais respeitará qualquer princípio ou regra de ética ou moral.


Infelizmente, o preservativo vem sendo distribuído a mancheias, espalhando o amor livre e a depravação dos costumes, o que provoca por sua vez desordens e chagas sociais que gangrenam toda a sociedade. Esse meio apenas serve para destruir os fundamentos da vida conjugal e da família. Com todo o propósito, Santo Agostinho afirma que a impureza de costumes — como a embriaguez — afeta ou mesmo anula o uso da inteligência e do bom senso.


Já Santo Tomás de Aquino assegura que o desonesto não vive mais conforme a razão. E São Pedro Damião acrescenta: trata-se de uma peste que destrói os fundamentos da fé, desfibra as forças da esperança, dissipa os vínculos da caridade, aniquila a justiça, solapa a fortaleza, elimina a esperança, embota o gume da prudência.


Tal difusão em escala universal de preservativos por governos a pretexto de evitar a AIDS favorece o amor livre. E, longe de evitar doenças sexualmente transmissíveis, representa a ruína da sociedade com o chamado sexo livre e pretensamente “seguro”. No entanto, a verdadeira segurança para não contrair tais doenças encontra-se unicamente na castidade.

Dentre os muitos autores sobre o assunto do ponto de vista da doutrina católica, cito João Paulo II: “A pureza de costumes, disciplinadora da atividade sexual, é o único modo seguro e virtuoso para por fim à trágica praga da AIDS, que têm ceifado tantos jovens” (“L´Osservatore Romano”, 8-9-1993).
Como já nos referimos acima, uma vez desencadeadas no jovem as paixões, tendo ou não preservativo, ele vai fazer uso do sexo. Além do mais, ele arrancará dos cofres públicos o dinheiro suado do contribuinte dos impostos, o qual deveria ser utilizado para fins honestos como, por exemplo, a melhoria da saúde, da educação, da segurança e do amparo à velhice. Na verdade, tal política empurra a sociedade despenhadeiro abaixo rumo à corrupção moral.

Chamamos a atenção que tal política contrasta diametralmente com a que vem sendo adotada com eficácia por alguns países da África assolados pelo virus da AIDS. Uganda, por exemplo, previne sua população através de recomendações e mesmo com o favorecimento de uniões estáveis, além de empenhar-se na prática da virgindade até o casamento. Essa é única e correta política pública para conter a AIDS. Com efeito, não existe nenhuma doença proveniente da castidade; e há um sem-número de moléstias provenientes da depravação sexual, sendo a AIDS a mais devastadora delas.

No relatório do Professor Henri Lestradet, da Academia de Medicina de Paris (1996), lê-se: “Convém [...] assinalar que o preservativo foi inicialmente preconizado como meio contraceptivo. Ora [...] o índice de sua falha varia em geral entre 5 a 12% por casal e por ano de uso. O HIV – 500 vezes menor que um espermatozóide — beneficiar-se-ia de um índice de falha maior”.


Há, portanto, uma grande diferença entre essas duas situações em face do sexo. Poderemos voltar uma vez mais ao assunto.
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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira – RJ

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