Heitor Abdalla Buchaul (*)
No domingo, dia 30 de janeiro, às 18:30 a bela igreja de Saints Jean-et-Étienne-aux-Minimes, do século XVIII, estava repleta de fiéis ansiosos por testemunhar o grandioso evento.
Em meio aos belos cantos e ao alegre badalar dos sinos, o arcebispo, D. André-Joseph Léonard, fez sua solene entrada, envergando ricos paramentos eclesiásticos dourados e portando um báculo de prata; todos respeitosamente ajoelhavam-se durante sua passagem para receberem a bênção.
Logo no início do sermão, D. Léonard fez quesão de dizer que este rito, por tantos séculos o rito ordinário da Igreja, nunca fora abolido e nem poderia sê-lo, pois, segundo suas palavras, “um rito não pode ser trocado como se troca de carro”. Ele finalizou reafirmando seu total apoio à celebração do rito romano extraordinário em sua arquidiocese.
Eram mais de 300 pessoas que assistiram à cerimônia, dentre as quais destacavam-se alguns arquiduques e outros membros de famílias principescas. Porém seria um grande engano imaginar que esse público era formado por saudosistas ou antigos assistentes e adeptos do rito de São Pio V. Muito pelo contrário, havia uma preponderante presença de jovens que, com grande entusiasmo, admiravam todo o desenrolar daquele magnífica pompa litúrgica.
Atualmente em Bruxelas já existem duas celebrações dominicais no rito extraordinário ou tridentino e terá uma terceira a partir de fevereiro.
É um fato admirável a ser registrado nos dias em que a apostasia domina o Ocidente — nas palavras do arcebispo “um secularismo esmagador” —, constatar centenas de fiéis numa fria noite de inverno acorreram para assistir o que para muitos seria coisa do passado. Aqueles olhos tão acostumados ao relativismo moderno, quiseram por algumas horas sentir o imponderável que os aproxima do absoluto.
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(*) Heitor Abdalla Buchaul é colaborar da ABIM
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