sexta-feira, 15 de abril de 2011

Tocou no fio de alta tensão, eletrocutou-se…

Humala, Keiko e Toledo
Alejandro Ezcurra Naón (*)

Com o resultado da recente eleição presidencial no Peru, realizada no dia 10 p.p., disputarão o segundo turno no próximo dia 5 de junho o candidato esquerdista Ollanta Humala (31,7% dos votos), manipulador de sentimentos e ressentimentos primários das populações do interior, e a filha do ex-presidente Alberto Fujimori, Keiko (24%), cujo movimento “Força 2011” pode ser definido como populista e vagamente de direita.


No caminho ficaram os improvisados movimentos liberal-centristas, que concorreram com programas quase idênticos e, devido aos ataques recíprocos entre seus candidatos, acabaram muito desgastados junto ao público. Esse desgaste, somado ao virtual desaparecimento dos partidos políticos tradicionais, é um reflexo da crise que o sistema dito representativo, artificialmente imposto pela Revolução Francesa, atravessa no mundo inteiro.

Ainda é cedo para um comentário mais preciso sobre a eleição peruana do ponto de vista do luminoso ensaio de Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução. Entretanto, desde já podemos adiantar uma observação muito substanciosa de fonte insuspeita, a ultra-liberal agência de notícias BBC.

Um dos candidatos derrotados é o ex-presidente do Peru de 2001 a 2006, Alejandro Toledo, que até poucas semanas antes da eleição liderava comodamente as pesquisas, mas acabou despencando para um humilhante quarto lugar, bem longe dos três primeiros.

Ao se referir à queda vertiginosa nas intenções de voto sofrida por Toledo nos últimos dias antes do pleito eleitoral, a BBC assinala:
“o ex-mandatário equivocou o caminho, coincidem analistas, ao se dedicar aos ataques ao presidente Alan García, e ao introduzir propostas, por exemplo, sobre o matrimônio homossexual ou falar do aborto”
(Cfr:http://www.bbc.co.uk/mundo/noticias/2011/04/110410_peru_elecciones_previa_domingo_rg.shtml).

O ímpio, mas inteligentíssimo Voltaire dizia que “a opinião pública é a rainha do mundo”. Toledo tocou num ponto nevrálgico da opinião pública, um “fio de alta tensão” de natureza moral relacionado com a família, e literalmente foi eletrocutado. Mansamente, sem ruído, depois de suas declarações, o majoritário público católico peruano foi dando-lhe as costas.

Sirva isso de alento para todos aqueles que, no Peru como no Brasil e em tantos outros países, meritoriamente se empenham na batalha pela defesa da família. Eles contam com a arma decisiva, a opinião pública. A questão é saber utilizá-la.
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(*) Alejandro Ezcurra Naón é colaborador da ABIM

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, tenho uma sugestão para a campanha pró-vida, mas não achei uma forma de contato no site "São Paulo Pela Vida". Ao utilizar o link "Mobilize" para enviar os emails, em vez colocar somente o nome na mensagem poderia ser colocado o nome, sobrenome e email. Assim se dá maior confiabilidade e sabe-se quem enviou. Se eu receber uma mensagem, que caiu na pasta spam, de "João", posso pensar que é um spam genérico; se fosse de "João de Tal" eu saberia que é algo sério porque veio de alguém que eu conheço.