Heitor Abdalla Buchaul
Causou enorme indignação nos católicos belgas o artigo intitulado Também convidados à fidelidade, publicado no jornal “Dimanche Express”, o qual é distribuído nas paróquias da diocese de Bruxelas e da Valônia, região francofônica da Bélgica .
No referido artigo, escrito pelo padre jesuíta Charles Delhez, responsável pela Capelania da Universidade Notre-Dame de la Paix, em Namur, os pseudocasais homossexuais são convidados à fidelidade, o que demonstra explícita contradição com o Magistério da Igreja. Vejamos alguns trechos.
“Há muito tempo a Igreja teve um discurso duro sobre a homossexualidade, baseada nos escritos do velho e do novo Testamento [...] estes textos hoje são colocados em seu contexto e não mais considerados como trazendo uma resposta de fé à questão homossexual". Ele cita a seguinte assertiva do padre lazarista francês Bernard Massarini: “A homossexualidade é uma realidade experimentada por pessoas que tentam vivê-la de forma responsável".
O Pe. Delhez, que no início de seu artigo relativiza e adultera a posição do Evangelho sobre o homossexualismo, usa o mesmo Evangelho para justificar a sua posição: “É necessário escutar o apelo do Evangelho — amar em verdade —, apelo endereçado a todas as pessoas, qualquer que seja a sua orientação sexual”.
Agora vejamos a parte mais estarrecedora de tudo o que foi escrito: "É necessário dar à união homossexual as mesmas chances de fidelidade e de duração que aos casais heterossexuais".
Façamos uma simples análise. O sexto mandamento da Lei de Deus ordena “não pecar contra a castidade". Segundo a doutrina católica, toda relação sexual fora do matrimônio constitui pecado grave; logo, não havendo nenhuma possibilidade de reconhecimento de um pseudo casamento entre pessoas do mesmo sexo — o que o próprio Pe. Charlez Delhez reconhece —, as pessoas com tendências homossexuais são convidadas a viver em castidade, vencendo tais tendências desordenadas. O homossexualismo — ou seja, a prática do ato homossexual — é considerado pecado grave “que Brada ao Céu por Vingança”, de acordo com o Primeiro Catecismo da Doutrina Cristã (Editora Vozes, Petrópolis, 1951, p. 25).
Quando um sacerdote defende o oposto ao que prega a Santa Igreja, não é demasiado lembrar aqui as palavras de Paulo VI: “Por alguma fissura a fumaça de Satanás entrou no Templo de Deus [...] a dúvida entrou em nossas consciências e ela entrou pelas janelas que deveriam estar abertas para a luz; [...] Na Igreja também reina esta incerteza. Nós críamos que após o Concílio viria um dia ensolarado para a historia da Igreja. Veio o contrário...” (Alocução Resistite fortes in fide , de 29 de Junho de 1972) .
Resta-nos resistir com firme esperança na intervenção divina na triste situação atual.
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(*) Heitor Abdalla Buchaul é colaborar da ABIM
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