quarta-feira, 6 de março de 2013

O neoterrorismo feminista


Heitor Buchaul 
Analisando a Historia, podemos constatar que as táticas revolucionárias variam de acordo com os espíritos e o momento histórico. No século XX, eram comuns — principalmente na America Latina — grupos guerrilheiros como as FARC, que pregavam a luta armada para a conquista do poder. No século XXI ainda vemos ações violentas como as das próprias FARC e a dos terroristas islâmicos que praticaram o famoso ataque contra as torres gêmeas em Nova York.

Mas agora, mesclado com esses atos que se tornaram um pouco antiquados, podemos constatar um neoterrorismo, que atua no campo da moral, repleto de blasfêmias e de vilipêndio religioso.

Exemplo disso são as ações perpetradas por um grupo feminista ucraniano denominado FEMEN, que usando mulheres seminuas promove atos de extrema agressividade contra os defensores da religião, da família tradicional, da vida e do direito natural.

Neste contexto, foi com horror que milhares de pessoas no mundo acompanharam a noticia de que no 12 de fevereiro, oito dessas feministas entraram na Catedral de Notre-Dame de Paris [foto acima] para comemorar o que chamavam de “a partida de Bento XVI”, postando-se junto aos novos sinos que serão instalados na Catedral.

Golpeando os sinos com pedaços de madeira, como demônios, elas gritavam: “Papa nunca mais”; “acabem com a homofobia”; “nos homossexuais está a verdade”. Escandalizado, o público reagiu com indignação contra essa profanação em lugar sagrado.

Recentemente, este mesmo grupo realizou uma ação semelhante na Praça de São Pedro, em Roma [foto à esq.] , no momento em que Bento XVI recitava o Angelus.

O referido movimento pretende formar o que chama de “soldados” de um novo feminismo. Sua presidente declarou: “Abrimos o primeiro Centro de treinamento internacional para feministas, que se transformarão em soldados [...] a França tem muitas associações feministas clássicas, mas nada que represente o Novo Feminismo, que é o sextremismo do terrorismo pacifico”.

Voltemos nosso olhar para o passado, quando no início do século XX as primeiras feministas protestavam ousadamente, reivindicando sua participação na política, nos diversos setores empregatícios, etc. Tendo conseguido tudo isso, as “descendentes intelectuais” delas mostram hoje sua verdadeira face. E unidas ao movimento homossexual, evidenciam em palavras e atos seu ódio contra tudo quanto é orgânico, belo, puro e ordenado.

Porém, este tipo de protesto evidencia algo muito interessante: o grande mar que vem dividindo a sociedade em nossos tempos, que são justamente os temas morais e religiosos. Depois de toda a revolução cultural começada nos anos 60 do século XX, são as gerações mais novas que portam as bandeiras mais conservadoras. Para constatá-lo, basta lançar um olhar nos movimentos anti-aborto espalhados por todo o mundo, nas manifestações contra o “casamento” homossexual na França, etc.

Foi assim que nas comemorações em 2008 da revolução da Sorbonne de Maio de 68, um desanimado “soixante-huitard” (geração do movimento de Maio de 68) parafraseou no site do “Le Nouvel Observateur”, semanário socialista francês, o famoso slogan “Corra, camarada, que o mundo velho está atrás de você” — “Pare de correr, camarada! O mundo velho te superou numa virada à direita”. Observou com fino espírito o semanário.

Essa virada à direita num movimento totalmente espontâneo faz com que os revolucionários se amedrontem e o surgimento de grupos como as FEMEN indignem ainda mais a opinião pública. Enquanto os governos fazem vistas grossas, qualificando como direito à “liberdade de expressão” essas ações verdadeiramente antifamília e cristofóbicas praticadas por estrangeiras, os defensores dos valores perenes que durante séculos guiaram a civilização cristã são constantemente atacados na imprensa como extremista, integristas, etc.

Porém a marcha vitoriosa rumo à restauração plena da Cristandade já não pode ser alterada nem contida. E com nossas orações confiantes unidas à luta ordeira e pacífica requerida pelas circunstâncias, fazemos eco à promessa de Nossa Senhora em Fátima: “Por fim meu Imaculado Coração triunfara!”.
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(*) Heitor Buchaul é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)

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