quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Wadi Qadisha ou o Vale santo — Refúgio para os cristãos
Hoje existem mais libaneses e descendentes no Brasil (cerca de sete milhões) do que no próprio Líbano (com quatro milhões de habitantes).
Dentre os diversos grupos cristãos libaneses destacam-se os maronitas. Seguidores de um monge sírio do século IV, chamado São Maron, permaneceram ligados a Sé romana não obstante todas as heresias e cismas que grassavam na Igreja Oriental, o que lhes valeu o glorioso elogio do Papa Paulo V, reinante de 1605 a 1621: “Rosas do Carmelo, que pela Graça de Deus floriram no meio dos espinhos da infidelidade”.
Em consequência de tantas perseguições — acentuadas após a época das cruzadas, durante a qual os maronitas libaneses combateram bravamente ao lado dos francos, servindo-lhes muitas vezes como guias —, procuraram habitar lugares isolados e de difícil acesso no famoso Monte Líbano. Lá se situa o belo Vale de Qadisha (ou Vale Santo) [foto no alto]. “É ali que os chefes da Igreja maronita viveram, durante mais de dois séculos, continuando a manter, à sombra do seu claustro, a chama da fé e a lembrança dos francos, seus irmãos do Ocidente”, — afirmou Mons. Dib, bispo maronita do Cairo.
Este vale abre-se como uma larga fenda, de mil metros de profundidade, onde corre o Rio Kadicha (“rio santo”). Sobre as paredes verticais estão alojadas 800 grutas, dificilmente acessíveis, onde viviam piedosos eremitas.
Sendo considerado um dos mais importantes estabelecimentos monásticos cristãos primitivos do mundo, seus mosteiros, alguns muito antigos, estão localizados dramaticamente numa paisagem áspera. Entre os muitos mosteiros e estruturas religiosas que lá se encontram destacam-se os Mosteiros de Qannubin, de Santo Antonio de Qozhaya [foto acima], de Nossa Senhora de Hawqa, de Mar Lishaa (Santo Eliseu) e de Mar Sarkis (São Sérgio) .
Essa história nos move a uma reflexão: Os maronitas, descendentes dos fenícios — que na Antiguidade reinavam sobre os mares — após se converterem ao cristianismo desfrutaram poucos momentos de paz. E pior, são perseguidos pelo modo de vida que adotam, pela ortodoxia que seguem, pela fidelidade a Sé de Pedro. Contudo, a providência Divina não os abandona. São obrigados a deixar seu mítico litoral e naquelas belas montanhas encontram um vale, onde praticamente isolados do mundo, como que aguardam placidamente o dia de sua libertação. Vale santo, solidão oriental, cedros milenares, rios cobertos de espuma, uma espécie de Terra Prometida, onde guardam o tesouro mais importante: uma fé inabalável e uma fidelidade integral à Religião católica.
________________
(*) Heitor Abdalla Buchaul é colaborar da ABIM
Suprema Corte italiana esvazia decisões de tratados europeus
_____________
(Agência Boa Imprensa)
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Stat Crux (II)
- Pe. David Francisquini*
É pela compreensão do papel do sofrimento e do mistério da cruz e sua aceitação que os homens poderão ser salvos da crise tremenda que se abate sobre a sociedade hodierna. E sua rejeição, por aqueles que permanecerem fechados até o último momento ao seu convite amoroso, poderá lhes acarretar as penas eternas.
Para os servos de Deus, a cruz é arma invencível e barreira que resiste a todos os esforços do inferno. É muito conhecido na História o acontecimento no qual Constantino — em luta contra Maxêncio pelo título de imperador — às portas de Roma viu nos céus uma cruz [pintura abaixo] junto à inscrição In hoc signo vinces (Com esse sinal vencerás).
Tendo colocado a cruz e essa inscrição em seu estandarte, ele triunfou. O local ficou conhecido como Saxa Rubra, pela abundância de sangue derramado. Tornando-se imperador, Constantino aboliu o suplício da cruz, o mais infamante e o mais terrível, no qual padeciam os piores criminosos. E, a partir daquela data — 28 de outubro de 312 —, ninguém mais seria crucificado.
Depois de Nosso Senhor Jesus Cristo ter sido morto no madeiro da cruz, esse símbolo tornou-se o mais nobre, o mais elevado e o mais precioso da História. Como de uma árvore veio o pecado de nossos primeiros pais Adão e Eva, de outra árvore veio a salvação. Ela representa o verdadeiro escudo contra as potestades infernais.
Ao abolir tais símbolos — como propõe o novo Programa Nacional de Direitos Humanos —, o Estado leigo afirma não professar religião e postula a vida social desvinculada do fator religioso. Trata-se na realidade de confessionalismo ideológico e agnóstico, pois equivale a dizer: “Como você tem uma convicção, uma religião, não pode impô-la a mim. Mas eu Estado, todo-poderoso, agnóstico e ateu, posso impor a minha a você. Nós divergimos, mas quem tem razão sou eu, pois tenho a mente livre e não atada por dogmas religiosos!”
Na verdade, parece tratar-se mais de um bizarro Estado dito democrático e pluralista, no qual só os ateus e agnósticos têm o direito de falar e modelar leis e costumes segundo seus princípios. Seria essa a nova ditadura na qual os “dogmas” do laicismo seriam impostos a todos?
Se hoje nas escolas, nas repartições, nos prédios e nos lugares públicos a cruz de Cristo não pode aparecer, amanhã, em nome do mesmo princípio, os pais não poderão ensinar a Religião, pois violariam a opção livre de seus filhos. Até aonde chegará a ousadia do Estado moderno? ________________
*sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ
Católicos crucificados no Sudão
__________________
Agência Boa Imprensa
Acadêmicos pleiteiam tirar Oscar de Al Gore
__________________
Agência Boa Imprensa