Causou espanto o livro oficial sobre a História do Partido Comunista Chinês, 1949-1978, publicado por ocasião dos 90 anos do partido. Ele silencia dezenas de milhões de assassinatos cometidos para a implantação da utopia socialista. “Não menos de 60 milhões”, disse Frank Dikötter [foto], da Universidade de Hong Kong. Entre dois e três milhões de proprietários foram mortos em 1949-51 em decorrência da reforma agrária e de reformas análogas. Na Campanha Anti-Direitista de 1957, mais de 550 mil intelectuais foram torturados e enviados para campos de trabalho onde muitos morreram. O novo livro ensina que esses morticínios foram “necessários e corretos”. Sobre o Grande Salto Adiante, de 1958-62, o livro só constata que a população caiu em 10 milhões de habitantes. O presidente da China, Hu Jintao, apadrinhou a equipe encarregada de suprimir fatos ou interpretações indesejáveis dessa história. Essa é a China que hoje tenta seduzir o Ocidente.
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Agência Boa Imprensa
sábado, 19 de novembro de 2011
China mascara passado de crimes em história oficial
domingo, 13 de novembro de 2011
“Como se fabrica uma revolução”
Heitor Abdalla Buchaul (*)
O conferencista externou a erudição de um laureado pela Academia Francesa e a incontestável segurança de quem viveu todo o processo da revolução iraniana, explicando com riqueza de detalhes como, de um país aberto à civilização ocidental, o Irã tornou-se o foco por excelência do terror islâmico que assola os nossos dias.
O público presente — composto de vários membros da nobreza europeia, intelectuais e políticos — ouviu com profundo interesse todo o desenrolar da trama que transformou o então desconhecido Khomeini em “líder” de uma revolução que acabaria por eliminar a milenar monarquia persa. Segundo o conferencista, com a ajuda da imprensa ocidental e de renomados intelectuais de esquerda, uma falsa biografia do aiatolá foi elaborada para “transformado-o em pai de mártir, filho de mártir e ele mesmo vítima do regime imperial”, o que era totalmente contrário à realidade.
Confortavelmente instalado em Paris, Khomeini recebeu todo o apoio estratégico e material que culminou com o seu retorno triunfal ao Irã. O Prof. Nahavandi salientou que nessa época foi inaugurada a prática do assassinato em massa como tática revolucionária para aterrorizar a população e desestabilizar o país, dando o exemplo concreto de um cinema que foi incendiado quando passava um filme dedicado ao público infantil, ocasião em que morreram mais de 472 pessoas, em sua maioria crianças.
Muitos fatos narrados na conferência lembram o momento em que vivemos, que quase todo mundo islâmico foi atingido pela chamada "Primavera árabe". Esta, sob o pretexto de instaurar a democracia, vem transferindo o poder de ditadores laicistas para islâmicos cada vez mais radicais. E assim como há mais de 30 anos no Irã, o apoio ocidental vem sendo novamente decisivo para a ascensão ao poder da teocracia muçulmana.
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(*) Heitor Abdalla Buchaul é colaborar da ABIM
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