sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

E a luz brilhou nas trevas


Pe. David Francisquini *

O Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo é sem sombra de dúvida o maior acontecimento da História. Nos arredores de Belém, radiante de luz, o Menino-Deus serenamente deitado na manjedoura diante de Nossa Senhora, São José e alguns pastores. Os próprios animais se acercam daquela gruta fria para aquecer o Deus que se fez homem e veio habitar entre nós.

Alemães desejam São Nicolau de volta no Natal

Comerciante mostra imagem de São Nicolau e adesivo pela abolição de Papai Noel
Muitos alemães querem o retorno às festas natalinas do verdadeiro São Nicolau, e não a versão caricata do Papai Noel. Grupos católicos alemães propõem criar cidades e locais livres do personagem midiático Papai Noel e restaurar a verdadeira e admirável figura de São Nicolau. A Bonifatiuswerk, organização assistencial católica, tem o apoio de várias celebridades na campanha para restaurar o Natal católico. A cidade de Fluorn-Winzeln, no sul do país, declarou-se “zona livre de Papai Noel”. Nas salas de aulas, professores ensinam às crianças o autêntico significado do Natal e contam a verdadeira história de São Nicolau, bispo de Mira, atual Turquia, no século IV: o santo dos presentes e milagres maravilhosos para crianças e adultos.
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Agência Boa Imprensa

Feiras natalinas… que falam do Natal!


Luz de vela, utensílios de madeira: nas feiras de Natal da Alemanha tudo evoca a gruta de Belém, a luz da graça, o cântico dos anjos, a alegria dos pastores, a adoração dos Reis do Oriente. A cidade de Dresden erige uma “pirâmide” de Natal de 14 metros de altura, que não é outra coisa senão um bolo de frutas típico (Christstollen), pesando quatro toneladas (foto). A mais antiga feira, porém, é a de Nuremberg. A de Colônia, muito famosa, na realidade é recente, datando de... 1820. Colônia organiza seis feiras natalinas, uma delas ao lado de sua bela catedral gótica, a maior da Alemanha. Em Augsburgo a especialidade é o pão de mel, e o imenso pinheiro de Natal torna-se pequenino ao lado das torres da igreja, que medem 150 metros de altura.
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Agência Boa Imprensa

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Contra perseguição religiosa, manifestações de cristãos por toda a Europa


Heitor Abdalla Buchaul (*)

Era o dia 18 de novembro de 1095, o Papa Urbano II — após relato das atrocidade e humilhações que os cristãos sofriam na Terra Santa — dirigiu-se aos fiéis nestes termos: “Ide irmãos, ide com esperança ao assalto dos inimigos de Deus que há muito dominam a Síria, a Armênia e países da Ásia Menor. Muitos danos já fizeram [...] vedaram aos peregrinos ingresso numa cidade a qual somente os cristãos sabem dar o real valor. Não é o bastante para escurecer a serenidade de nossa face? Ide e mostrai vosso valor. Ide soldados [...] Não hesiteis, irmãos caríssimos, em sacrificar vossas vidas pelo bem dos irmãos”. Após o que todos os presentes responderam com o brado unânime: “Deus o quer!”


Quase 1000 anos depois, chegam aos nossos ouvidos os gritos de nossos irmãos na fé, barbaramente martirizados durante a missa na Catedral Siríaco-Católica no dia 31 de outubro, em Bagdah (Iraque). Foram 58 mortos, fiéis e membros do clero, além de mais de 67 feridos; entre as vítimas contavam-se mulheres, velhos e crianças. Naquela mesma semana o bairro cristão da capital iraquiana fora alvo de outros ataques.

Embora os comentários provenientes da grande mídia e das autoridades mundiais tenham deixado muito a desejar, a reação veio do povo, refletindo-se em várias manifestações de protesto por diversas cidades européias.

Em Bruxelas, que sedia a Comissão e por metade do ano o Parlamento Europeu, sendo por isso considerada a capital da Europa Unida, de 4 a 5 mil pessoas participaram de uma manifestação de solidariedade aos cristãos iraquianos no chuvoso e frio sábado,dia 13 de novembro.

Suleyman Gultekin da União Siríaca-Européia, a qual organizou a marcha, [foto acima] disse que os manifestantes queriam “ser ouvidos pela comunidade européia” e demonstrar como os cristãos no Iraque estão sendo "atacados de forma sistemática".

O cortejo contou com a participação de membros da Hierarquia católica oriental, cidadãos de vários países europeus, além de iraquianos, libaneses, sírios e jordanianos. Slogans em aramaico (língua falada por Nosso Senhor ) eram ouvidos durante todo o desfile. Bandeiras e cartazes em francês, inglês, alemão e árabe assinalavam as reivindicações dos caldeus: “O direito de viver em nossa própria casa”, “Somos cristãos “, “Parem os massacres “, “Cessem o genocídio”.

Nesse mesmo dia houve similar protesto no centro da capital da austríaca, com a participação de mais de 3000 pessoas. No domingo, 14 de novembro, outras cinco mil pessoas marcharam em Paris ; as cidades de Lyon e Estocolmo também foram palco de manifestações.

Os cristão iraquianos, legítimos representantes do antigo povo assírio, há muitos séculos vivem sob a opressão dos islâmicos e ainda hoje pagam um imposto de sangue para viver em suas terras ancestrais. Mas como disse Tertuliano que “O sangue dos mártires é semente de cristãos”, assim, em nossos dias em que se pretende uma falsa paz a qualquer preço, muitos católicos poderão acordar e sair da inércia...
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(*) Heitor Abdalla Buchaul é colaborar da ABIM

Reconstituições medievais na São Paulo moderna

A Idade Média, antes vilipendiada pela doutrina iluminista do século XVIII e por autores anticatólicos do século XIX, vem sendo reestudada e revalidada pela historiografia moderna, conhecendo um renascimento na consideração de muitos. O Medieval Reenactment – reconstituição de evento histórico medieval já largamente difundido nos EUA – encontra entusiastas na maior capital brasileira. Artesãos fabricam armaduras, armas, roupas, pratos, enquanto artistas exumam partituras medievais e ateliês recriam roupas de época. Olivier Georges Decroix, chef de cozinha do Consulado-Geral da França, prepara receitas medievais com faisões, javalis, patos, gansos e pães, não só para medievalistas, mas para “ocasiões especiais do consulado”. O grupo Les Folies revive a música da Idade Média.
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Agência Boa Imprensa

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Assim na Terra como no Céu! (II)


Pe. David Francisquini *

A doutrina, os ensinamentos e os sacramentos da Igreja Católica elevam o homem à vida sobrenatural e o fazem conhecer as verdades da fé. À Igreja cabe civilizar a humanidade, tornando a mensagem do Evangelho presente na arte, na música, na arquitetura, na escultura, na pintura, no desenvolvimento econômico, social, político, jurídico, nas ciências naturais e humanas.

Ela propicia assim o ambiente para que o homem desenvolva seus talentos e as sociedades tendem à perfeição, obtendo o grau de felicidade possível neste vale de lágrimas, antecipação do gozo do Céu.

Ainda se pode notar muitos elementos disso no continente europeu, cujos alicerces foram profundamente marcados pelos sinais da fé católica [como na foto acima], que aprimora e completa a Lei natural, inserida por Deus na própria natureza humana. Tal lei inclina o homem a praticar o bem.

De outro lado, devido ao pecado original, existe também no homem uma tendência arraigada que o impele ao vício, agravada pelas quedas no pecado e pelas tentações provocadas pelo demônio. O homem tem sede de absurdo e de pecado, por ter sido sua natureza vulnerada pelo pecado de soberba e de desobediência de nossos primeiros pais, Adão e Eva.

Um regime comunista — como o vigente além da antiga Cortina de Ferro, e atualmente na China, em Cuba [foto da capital, Havana] ou do neocomunismo bolivariano de Chávez na América Latina —, poderia ser classificado como aquele cujas leis e costumes são moldados visando impulsionar, em toda a medida do possível, os efeitos do pecado original na sociedade, impedindo qualquer bom movimento dela rumo a Deus.

Tais regimes promovem perseguição religiosa, procuram por todos os meios a extinção da fé, levam os homens à blasfêmia e criam obstáculos para a normal e pacífica celebração do culto, além de espalhar toda sorte de vícios, tendentes ao completo desregramento dos homens. Por isso, tais regimes antinaturais e anticristãos surgem e se mantêm pela força.

Sua conseqüência? — A barbárie da qual decorrem a decadência, a preguiça, o caos mental, a violência, a loucura, o suicídio, a bebedeira, o autoritarismo, as injustiças de toda ordem, a miséria, a sujeira. Nada funciona e as doenças proliferam. Há fome, guerras, rebeliões, massacres, campos de concentração.

São regimes cuja missão é construir uma sociedade inteiramente oposta aos dez Mandamentos da Lei de Deus. Rejeitam a propriedade privada, invadem a esfera privada do indivíduo e da família, propagam o amor livre e toda sorte de vícios para causar a completa dissolução da família. A Terra transforma-se numa imagem do inferno.
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(*) Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ

Jornal inglês pergunta: China saqueia o Brasil?


O presidente chinês, Hu Jintao, recebido em Brasília pelo presidente Lula 
 O periódico britânico “The Guardian” indaga se a China é uma saqueadora do Brasil. A construção de um enorme complexo portuário e industrial no estado do Rio de Janeiro, apelidado “Estrada para a China”, está na origem do comentário. Entre diversos empreendimentos chineses no Brasil, os investimentos no super-porto do Açu garantiriam à China o acesso a recursos naturais fundamentais de nossa Pátria. Na África a China expande-se rapidamente, e após garantir a presença, utiliza métodos extorsivos contra os países e contra o grande número de empregados que contrata.
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Agência Boa Imprensa

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Fraqueza da família é sinal claro de totalitarismo


Gabriel J. Wilson

Na família “aprendemos que o verdadeiro papel do Estado é de estar ao serviço dos cidadãos e não de reinventar a humanidade segundo pressupostos ideológicos artificiais: o primeiro e o mais evidente sinal de que o totalitarismo se aproxima é o afundamento da família”, afirmou a deputada Anna Záborská [foto], representante da Eslováquia no Parlamento Europeu de Estrasburgo, em entrevista ao semanário francês Valeurs Actuelles, de 18 de Novembro de 2010.

Filha do médico e bioquímico Anton Neuwirth, católico praticante, condenado pelo regime comunista checo a 12 anos de prisão por ensinar as teorias de um americano, prémio Nobel de química, Anna Záborská foi eleita deputada europeia em 2004, sendo escolhida para chefiar a comissão dos Direitos das mulheres. Ela aí descobre que sua tarefa não é fácil:

“Sob a pressão de lobbies bem organizados, por vezes financiados pela própria Comissão europeia, torna-se difícil fazer valer a ideia de que nenhum compromisso é possível sobre a dignidade da mulher, o respeito à vida desde a concepção até a morte natural e à família composta de esposo, esposa e seus filhos.”

Mas ela não desanima ao lembrar-se de uma parte de sua família desaparecida nos campos nazistas e das raras visitas que pôde fazer a seu pai nas prisões comunistas.

“Nós, do Este europeu, acrescenta, temos uma espécie de sistema antivírus no nosso cérebro. O maior perigo é o politicamente correcto, que pode nos fazer trair as nossas convicções. Quando o virus da mentira se aproxima, nós o percebemos por instinto”.
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(*) Gabriel J. Wilson é colaborador da ABIM

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Assim na Terra como no Céu! (I)


Pe. David Francisquini *

Muitos leitores já se terão talvez perguntado sobre as repercussões na vida do homem e da sociedade de um dado regime político. Da monarquia, aristocracia ou democracia, por exemplo. Se tal influência existe, ela deverá também existir num regime totalitário, materialista e igualitário, que nega o Direito natural e divino.

Com efeito, o Estado exerce uma grande e contínua influência pedagógica sobre a população. Esta será boa se seus dirigentes com sua conduta pessoal derem bons exemplos e elaborarem leis gerais condizentes com essa conduta; e será má, caso suceda o contrário.

Um povo cujos dirigentes negam a existência de Deus, do Céu e do inferno e procuram estabelecer a negação sistemática dos mandamentos da Lei de Deus, tende para o caos e a desordem, o morticínio, a violência, o desregramento e o preternatural. É o que constatamos na maioria das nações do mundo de hoje, incluindo o Brasil.

Assim como nas plantas existe o fenômeno do heliotropismo, que é a busca da luz solar, há no homem um movimento natural e possante que poderíamos chamar de Teotropismo, que é a busca de Deus. Por ser essencialmente religioso, o homem tende para Deus.

Seu fim é conhecer, amar e servir a Deus neste mundo, e depois da morte contemplá-Lo face a face no Céu, no gozo da felicidade eterna. E a Igreja Católica Apostólica Romana, instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, é o instrumento necessário para a salvação, pelo fato de dispor de todos os meios para o homem alcançar o fim último que é Deus.

Sobre isto especificamente, tratarei no próximo artigo.
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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ

Na tragédia, o Chile voltou-se para a Religião

O dramático e feliz resgate dos 33 mineiros chilenos, soterrados durante 70 dias, inspirou um movimento de religiosidade no povo chileno. Essa religiosidade parecia soterrada pelo ambiente hodierno de laicismo, imoralidade e igualitarismo. Porém, diante da ameaça de morte, os mineiros montaram um altar no refúgio que poderia ter sido seu túmulo; e, logo que puderam, pediram imagens religiosas. O exemplo repetiu-se em todo o país, e até o presidente chileno “instalou no palácio presidencial uma imagem de São Lourenço, padroeiro dos mineiros”.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A mídia sob ameaça no Brasil

Na infeliz Venezuela a mídia não pode divulgar notícias desagradáveis ao governo chavista

Leo Daniele *

No mundo das nuvens, nada mais “inocente” do que a expressão “conselho popular”. É pelo menos o que insinua o texto do PNDH-3 (Terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos), onde esta palavra pode ser encontrada em grande profusão. E emerge de nosso subconsciente, talvez, a imagem tão brasileira de uma vovó, sentada com sua netinha no colo, e sussurrando-lhe bondosas palavras de conselho.

Dificilmente nos virá à mente que o poder comunista na Rússia começou exatamente com conselhos populares, chamados sovietes, os quais, antes de tomar o poder, formaram uma instância alternativa, uma espécie de governo paralelo, até que os tempos ficaram maduros para esse poder paralelo derrubar o “outro”, tornando-se o único, e ditatorial, governo da nação russa.

Essa introdução vem a propósito da lei fiscalizadora da imprensa já elaborada no Ceará, e em pauta nos Estados governados pelo PT, Alagoas, Piauí e Bahia, nos quais se pretende constituir conselhos populares para atuar no controle dos órgãos de comunicação.

Evidentemente, com os recentes êxitos eleitorais do PT, essa tendência vai se ampliar, sendo com certeza alegada a “necessidade de democratização da mídia”.

O passo seguinte vai ser a necessidade de coordenação nacional, surgindo então um Conselho Brasileiro de Comunicação (que chamarão talvez de Cobraco), diverso do Conselho de Comunicação, previsto na Constituição e já existente. Sob o tacão desse órgão por enquanto imaginário, a mídia estará sob controle do governo, como o está na infeliz Venezuela de Chávez.

Veremos então a contradição de ser cerceado o direito humano à informação, em nome de hipotéticos "direitos humanos" tais como os expõe o Programa Nacional de Direitos Humanos, que poderia ser chamado Programa Nacional de Cerceamento dos Direitos Humanos. O poder público disporá então de um dispositivo que bem poderia ser chamado de “direito” à mentira, por parte da esquerda encastoada no Governo.

Mas o conselho para controle da mídia não será o único potencial soviete. Segundo o PNDH-3, haverá um serviço especializado na criação e administração de inúmeros conselhos populares das mais variadas formas e conteúdos, inclusive – pasme-se! – um “para a diversidade religiosa e espaços de debate e convivência ecumênica para fomentar o diálogo entre estudiosos e praticantes de diferentes religiões” (PNDH-3). É o Estado intrometendo-se claramente no campo religioso. Seria ridículo se não fosse um desatino tremendo e potencialmente persecutório.

Admitindo-se a semelhança de tais conselhos com os “sovietes” comunistas, teremos chegado, de fato, se não oficialmente, à condição de República soviética do Brasil. Pois a palavra “soviética” vem de “soviete”, e os sovietes − quem não vê isso − são o modelo dos conselhos como o PNDH-3 indica.

Quem viver, verá.
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(*) Leo Daniele é colaborador da ABIM

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Os direitos de Deus e a distorção dos direitos humanos


Pe. David Francisquini *

Deus deu inteligência ao homem — criado à sua imagem e semelhança — para que ele pudesse conhecer as coisas de maneira racional. Contudo, as diretrizes fundamentais das ações humanas, através das quais se conhece o bem e o mal sem necessidade de recorrer à Lei positiva divina, estão gravadas indelevelmente no seu coração pela Lei natural.

Tal noção é que o faz discernir, por exemplo, que é errado matar, pois somente Deus é o senhor da vida e da morte.

Pelo mero uso da razão, o homem pode chegar ao conhecimento dos seus deveres para com Deus e o próximo. Foi o caso de Aristóteles, que sem o conhecimento do Decálogo teve noção exata de um Deus uno, transcendente, imutável, absoluto, imaterial, imóvel. Na hora de sua morte, o filósofo pediu misericórdia a esse motor imóvel que movia todas as coisas.

Mesmo sem conhecimento da Igreja Católica, o homem recebe as graças suficientes para atingir seu fim último que é Deus, e em todas as nações pagãs conservou-se a idéia básica de se viver retamente e de um juízo pautado pelas regras do Criador.

Assim como no Universo existem leis que regulam e ordenam tudo quanto nele existe, também há normas e leis para regular as ações do homem. Caso ele não as siga, torna-se um degenerado. O homem conhece seus deveres e obrigações do mesmo modo como a andorinha constrói instintivamente seu ninho e protege seus filhotes.

A Lei natural não é fruto do raciocínio humano, mas mandamento divino, vontade imperativa de Deus posta na natureza, que o homem pela razão conhece em cada caso. Daí desabrocha sua consciência, sua noção de que agindo de determinado modo erra, enquanto de outro faz o bem.

Com a queda de nossos primeiros pais Adão e Eva, agravados pela decadência do gênero humano surgiram a idolatria e o panteísmo, a perda da noção da existência do bem e do mal, bem como a idéia de um Deus uno e criador que premia ou castiga.

A razão obscurecida, a vontade enfraquecida e a sensibilidade embrutecida pelo pecado original cederam lugar à barbárie do mundo antigo. Por misericórdia, Deus revelou os Dez Mandamentos — explicitação da Lei natural — nos quais está contida a lei máxima do amor a Deus e ao próximo, resumo de toda a lei e dos profetas.

Sem dúvida, o homem está sujeito à ignorância, à má formação e aos maus exemplos; mas a boa consciência se forma pelo conhecimento dos deveres, pelo convívio entre os bons, pela solução das dúvidas, pela sinceridade no julgar a si mesmo, pela tranqüilidade do dever cumprido. A isso são somados os bens sobrenaturais oferecidos pela Igreja.

Pois bem. Se isso se passa no âmbito individual, o que dizer num grupo social ou no próprio Estado? Que mal, que ruína para uma nação quando leis atentatórias à Lei natural e aos Dez Mandamentos obrigam os cidadãos a se revoltar contra Deus! Nesse caso, diz São Paulo, cumpre obedecer antes a Deus que aos homens...

No Brasil, o PNDH-3 (Plano Nacional dos Direitos Humanos), entre outras coisas, visa implantar o aborto, legalizar o maldito “casamento” homossexual, abolir os símbolos religiosos dos lugares públicos, oficializar a prostituição e cercear a liberdade religiosa. Tudo de modo a tornar criminoso quem “discriminar” tais aberrações e vícios.

         Ademais, a pretexto de uma igualdade mal interpretada, o PNDH-3 limita e até abole o direito de propriedade inerente à natureza livre do homem, que sabedor de que amanhã precisará dos bens dos quais hoje usufrui, pode e deve fazê-los prosperar e guardar para as necessidades de um futuro incerto. Até as formigas o fazem...

Negar isso é tornar o homem escravo. Por que então falar de direitos humanos nesse PNDH-3? Na verdade, o que vemos nele é uma revolução cultural contrária à própria natureza humana, aos Mandamentos de Deus e, portanto, aos próprios direitos humanos que seus idealizadores propalam defender!
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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira - RJ

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Parlamento Europeu discute proteção dos menores contra o abuso sexual


Heitor Abdalla Buchaul (*)

Entre os dias 28 e 29 de setembro realizou-se no Parlamento Europeu, sob o patrocínio da Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos audiência pública sobre o tema: Combate ao abuso e exploração sexual de crianças e à pornografia infantil.

Durante toda a conferência foram apresentados dados estarrecedores com relação ao tema abordado. Em média são recebidas em torno de 160 denúncias mensais sobre a existência de sites pedopornográficos; a comissão européia estima que entre 10% e 20% das crianças do Continente europeu estejam em risco de serem alvo desse tipo de abuso.

Em nossos dias 75% das crianças entre 6 e 17 anos utilizam a Internet e segundo pesquisas, 60% dos pais temem que seus filhos sejam vítimas de solicitações com fins sexuais, pois os pedófilos costumam agir mediante fóruns de discussão on-line para contatar potenciais vítimas.

Grande parte do seminário ocupou-se de dados técnicos e de pesquisas, legislações, etc, mas pouquíssimo se falou da verdadeira causa da crescente onda de imoralidade que atinge o mundo moderno e conseqüentemente as crianças.

Por exemplo, a Convenção das Nações Unidas relativa aos direitos da Criança de 1989 prevê em seu art. 34 que todos os Estados-Membros devem proteger a infância contra “Todas as formas de exploração e violência sexual”. Contudo, não é o contrário do que vemos, mesmo nas ruas em outdoors cada vez mais imorais? Em filmes? Na televisão? Não é uma violência expor tudo isso sem controle aos olhares dos inocentes?

Foi interessante a declaração de uma psicóloga alemã que por mais de 20 anos trabalhou com crianças vítimas de abuso: “As crianças precisam de adultos que se ocupem delas, muitas vezes seus pais não têm tempo... deixam seus filhos em mãos de estranhos [...] A infância está em perigo”. Em outros termos, a degradação da família, as famílias monoparentais, toda a visão de mundo moderna, em que as mulheres foram progressivamente incentivadas a trabalhar fora do lar, a fazer carreira profissional, prejudica em todos os níveis a educação de seus filhos.

Durante esses dois dias de discussão somente uma pergunta girou em torno da verdadeira causa do aumento desse tipo de abusos: “Não seria e permissividade hodierna a verdadeira causa de tudo isso? Por que um dia após completar 18 anos as pessoas perdem essa proteção tão discutida aqui?”. Não houve resposta para essa pergunta.

O que nossa sociedade poderia esperar da crescente revolução cultural surgida na Universidade de Sorbonne em 1968? Sob o lema “É proibido proibir”, as pessoas são levadas a seguir seus piores impulsos, a noção de bem e de mal é abandonada.

Portanto, a verdadeira proteção só virá quando as verdadeiras causas forem eliminadas, as famílias se fortalecerem e Deus colocado no lugar a que tem direito na sociedade civil. Mas quanto a isso, podemos seguir confiantes, pois foi prometido por Nossa Senhora em Fátima. Aguardemos, lembrando também a terrível sentença de Nosso Senhor: “Mas ai daquele que escandalizar um desses pequeninos que em mim crêem. Melhor lhe fora suspender a mó de um moinho ao pescoço e se lançar no fundo do mar”.
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(*) Heitor Abdalla Buchaul é colaborar da ABIM

China: reações contra o regime comunista multiplicam-se

Autoridades municipais chinesas estão realizando muitas expropriações de cidadãos comuns. Esses procedimentos socialistas têm levado cidadãos desesperados a se suicidarem, porém muitos juraram defender suas propriedades com a vida. “Eu tive que ficar olhando, enquanto tratores demoliam a minha propriedade”, disse o empresário Gu Kui. [foto] Na cidade de Zhengzhou, leste da China, mulher de 45 anos de idade foi morta quando uma escavadeira a arrastou para fora do andar superior de seu restaurante, onde ela havia se entrincheirado para protegê-lo. A rebelião grassa contra o comunismo, e o governo central procura dominar dezenas de milhares de revoltas populares para evitar que elas se transformem num movimento mais amplo de contestação do próprio regime marxista.
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Agência Boa Imprensa

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

“Atestado de Bons Antecedentes”

Hélio Dias Viana (*)
Universalmente conhecido, o Atestado de Bons Antecedentes é conferido pela autoridade policial competente àqueles que dele necessitam para diversos fins, e no qual a referida autoridade atesta nada constar nos seus registros de contrário à vida ilibada do solicitante.

Eis, contudo, um inusitado “Atestado” que me caiu nas mãos, através do qual o ex-terrorista e prócer da Teologia da Libertação frei Beto, amigo de Fidel Castro (ambos na foto acima) e defensor do regime cubano, dá fé dos bons antecedentes da ex-terrorista e candidata petista à Presidência da República, Dilma Roussef.

A veracidade de suas afirmações conferirá por certo com a dos Atestados que os chefes dos sovietes previstos no PNDH-3 darão aos seus “companheiros” em caso de necessidade. Em todo caso, de posse do mesmo, Dilma poderá talvez até lê-lo nas entrevistas e nos comícios, tanto mais quanto ele procede de um religioso...

Mas pasmem, pois além de chamar a atenção dos bispos que ousam criticar a Dilma por ser abortista, frei Beto – com o mesmo desembaraço com o qual a candidata imagina enganar a opinião pública desdizendo-se de afirmações anteriores – escreve que tais acusações provêm de uma “campanha difamatória – diria, terrorista”!

Ainda no afã de tentar inocentar Dilma, agora da pecha de “marxista atéia”, frei Beto diz que ela nunca o foi porque na prisão “participava de orações e comentários do Evangelho”. Teria sido preciso ele dizer quais eram essas orações e qual o teor dos comentários. Se não era o Pai Nosso blasfemo que ele andou publicando nos jornais e se os comentários não incluíam, por exemplo, a blasfêmia tão repetida pela esquerda, de que Jesus Cristo foi o primeiro comunista.

Mas o ateísmo já não é mais apanágio do comunismo de hoje. Ele o deixou para uso de alguns neoliberais que simpatizam com sua doutrina... O new-look do comunismo reproduziu-o José Dirceu quando afirmou ter ouvido de Fidel Castro que se este tivesse conhecido a Teologia da Libertação há mais tempo, a Revolução Cubana não teria incidido em tantos erros. Com isso Fidel quis significar que agir com a pecha de católico – como o fazem os adeptos da TL – é muitíssimo mais eficaz para a causa comunista que na condição de ateu. – Que o diga o próprio frei Beto.

P.S.: Como frei Beto é partidário do miserabilismo cubano, estou certo de que não me chamará de terrorista se lhe retiro um dos tês do apelido, por ser supérfluo. E sugiro à Folha a fazer o mesmo.
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(*) Hélio Dias Viana é colaborador da ABIM

Dilma e a fé cristã


Folha de S. Paulo, domingo, 10 de outubro de 2010
Frei Betto

Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em BH. Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de “marxista ateia”.
Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, nos dois anos em que participei do governo Lula. Posso assegurar que não passa de campanha difamatória — diria, terrorista — acusar Dilma Rousseff de “abortista” ou contrária aos princípios evangélicos.
Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade. Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo. Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Brasil, Terra da Santa Cruz

  • Hélio Dias Viana (*)
“Águas são muitas; infindas. E em tal maneira [esta terra] é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar”.

As inspiradas palavras de Pero Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel sobre a nova descoberta da coroa portuguesa constituem uma demonstração da vocação providencial do Brasil. E chamavam a atenção para o principal trabalho a ser feito: “salvar esta gente”. Neste intuito, apenas aportada, o primeiro ato da expedição cabralina foi mandar celebrar a Santa Missa.

A coroa portuguesa assim agiu porque estava imbuída da noção, ensinada pelo Divino Mestre, de que importa procurar em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, pois tudo mais nos será dado por acréscimo. E, pelas mil vicissitudes pelas quais desde então passou o Brasil, esta inspiração primeira nunca deixou de nortear — em grau maior ou menor — os rumos da Nação.

Mas eis que, de uns tempos para cá — com os holofotes da mídia nacional e internacional assestados permanentemente sobre quem o diz, atribuindo-lhe uma popularidade que o povo desconhece — se vem falando com jactância e insistência que “nunca antes neste País” se opera uma mudança sem precedentes nos últimos 500 anos. Ao mesmo tempo, vizinhos nossos da Venezuela, Equador e Bolívia também falam com análoga insistência de uma enigmática refundação de seus países.

Refundar — o próprio verbo o indica — é tornar a fundar algo previamente fundado. Ora, tanto o Brasil como as nossas simpáticas nações vizinhas já o foram quando de suas respectivas descobertas e colonizações. Mas como elas se deram sob o signo da Cruz, tratar-se-ia pelo visto de fazer cessar a influência da religião para substituí-la por outra.

A chave dessa refundação estaria delineada no Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), cuja radicalidade, abrangência e animadversão religiosa o levaram ao extremo de proibir a ostentação de símbolos cristãos (no que ele é coerente com declarações dos presidentes dos mencionados países vizinhos, que não se pejam em afirmar que a Igreja Católica não deve ter lugar ao sol).

Muito além, portanto, do aborto, do “casamento” homossexual, da legalização da prostituição ou dos atentados ao direito de propriedade — para só citar estas aberrações contidas no PNDH-3 —, é toda a concepção cristã da sociedade que se quer extinguir, para substituí-la por outra que só pode ser a da fracassada sociedade atéia e igualitária do comunismo!

Mas artifício ou poder algum da terra poderá contra Aquele que esculpiu a Cruz no nosso céu. E que do alto do Corcovado nos abençoa e protege — desdenhoso para com as sombras com que o foco da ignomínia tenta inutilmente neste instante empanar Sua glória inatingível e imortal!
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(*) Hélio Dias Viana é colaborador da ABIM

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Suécia: as recentes eleições confirmam a crise da social-democracia européia


  • Heitor Abdalla Buchaul (*)

O governo de centro-direita venceu as eleições legislativas suecas em 19 de setembro, mas não obteve a maioria absoluta no Parlamento, onde o partido de extrema-direita, os Democratas Suecos (SD), ocupará uma posição-chave. A esquerda, liderada pelos Trabalhistas, saiu derrotada com menos de 44 por cento dos votos — um dos piores resultados do pós-guerra.

Realizando uma campanha que prometia leis de imigração mais rígida, num país onde os imigrantes já representam 14 % da população, os Democratas conquistaram 20 das 349 vagas no Parlamento do país.

A Suécia tem sido um dos países da União Européia que mais recebeu imigrantes em busca de asilo ou refugiados nos últimos anos, sendo um dos principais destinos de iraquianos desde o começo da ação militar liderada pelos Estados Unidos.

Os Democratas Suecos, conhecidos por sua linguagem “não politicamente correta”, conquistaram prestígio ao afirmar o que pensam muitos europeus a respeito da imigração, dos muçulmanos e do seu futuro. Um exemplo são as seguintes declarações de Björn Söder (na foto à direita), secretário e segundo homem do partido, atrás apenas do jovem líder Jimmie Âkesson (na foto à esquerda). De acordo com Söder, todos os muçulmanos são "portadores de uma ideologia. Uma ideologia política disfarçada de religião. E eu acho que é um assunto muito apropriado para discutir, pois, caso contrário, estaremos enfrentando o mesmo problema que o Irã sofreu em 1979. Pode acontecer muito rápido". Essa declaração foi feita após o secretário internacional do partido Kent Ekerot fazer uma analogia entre a crescente influência islâmica na atualidade e o que chamou de 1400 anos de agressão muçulmana.

Söder explicou seu argumento ressaltando que os socialistas se aliaram com os islamitas para derrubar o Xá no Irã, “mas quando os islamitas chegaram ao poder, exterminaram os socialistas; também estou dizendo que se não tomarmos a sério a islamização que está ocorrendo atualmente na Europa ocidental, talvez a história se repita. Sim, a Suécia está sendo islamizada. Analisamos inúmeros exemplos de como a Suécia está se adaptando às demandas muçulmanas e observamos as mesquitas surgirem como cogumelos do solo, na Suécia e em toda a Europa. Não é o caso de que todos necessariamente nos tornemos muçulmanos, mas de termos que obedecer à charia", denunciou Söder, acrescentando: "Através da imigração muçulmana e de sua rápida propagação, bem como pela entrada da Turquia na União Européia, a Europa pode ser dominada por muçulmanos".


Não é o caso de analisar os partidos e a verdadeira ideologia dos mesmos, mas sim o que passa pela cabeça dos eleitores, através do resultado das urnas. Segundo a tese da democracia, é a opinião pública que deve decidir os destinos do país. Portanto, as eleições suecas devem ser motivo de reflexão. Mesmo na Europa, já tão descristianizada, as pessoas vêem o perigo ameaçador do islamismo, bem como da crescente intromissão da União Européia em todas as leis internas do país em questões de caráter social e moral — a meta de uma Republica Universal. Tudo isso causa uma reação: “Precisamos nos proteger, algo está errado, onde acharemos quem nos represente?”. Por isso uma linguagem em tom forte, expondo problemas que ainda se conservam no fundo de muitas consciências tende a ganhar força e o esquerdismo afunda cada vez mais na própria desordem que criou. Na aparente apatia das massas ressurge um sentimento de identidade, um instinto de conservação que aflora e impõe limites ao multissecular processo revolucionário que vem desagregando o Ocidente.
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(*) Heitor Abdalla Buchaul é colaborar da ABIM

Lourdes: alarme de bomba e o poder de Nossa Senhora

Cerca de 30.000 peregrinos foram retirados em caráter de emergência do santuário de Lourdes, na festa da Assunção, após falso alarme de bomba. Em locais marcados por falsas religiões ou pela imoralidade, como em Meca ou na Love Parade de Berlim, circunstâncias análogas geram pânicos irracionais, acarretando dezenas e até centenas de mortes. Mas a evacuação ocorreu em perfeita calma, não sendo registrados incidentes ou feridos, pois um dos imponderáveis característicos de Lourdes é a calma sobrenatural. O episódio evidencia quanto o espírito das trevas e seus asseclas sentem-se prejudicados com a devoção a Nossa Senhora de Lourdes, e mostra também a proteção da Virgem Imaculada sobre o local de sua aparição, tornando infrutíferas as insídias do mal.
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(Agência Boa Imprensa)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Golpe em braço político das FARC



  • Hélio Dias Viana

      Em novo golpe contra a subversão – desta vez político – a Procuradoria Geral da República da Colômbia cassou hoje, 27 de setembro, o mandato da senadora Piedad Córdoba (foto), tornando-a inelegível por 18 anos para qualquer cargo público. A decisão é passível de recurso.

      A medida deveu-se aos vínculos que a senadora mantinha com a narco-guerrilha das FARC, os quais se tornaram patentes após a apreensão de documentos contidos nos computadores do guerrilheiro Raúl Reyes, morto em combate em 2008.

      Piedad Córdoba é também muito chegada ao venezuelano Hugo Chávez, com o qual manteve reiteradas conversações para juntos intermediarem a libertação de reféns da guerrilha. Mas os referidos documentos de Raúl Reyes mostraram que muito mais que meros negociadores ambos eram cúmplices da narco-guerriha farcista, a qual Chávez ajudava com armas, enquanto a senadora o fazia através da política.

      Embora tardia, a oportuna medida da Procuradoria Geral da República cassando os direitos políticos de Piedad Córdoba desagradará por certo a Hugo Chávez, do mesmo modo como lhe desagradaram as morte de Raúl Reyes (com a incômoda documentação deixada nos computadores) e Mono Jojoy — cuja herança informática promete ser ainda mais polpuda.

      Sobrarão também agora algumas chispas desagradáveis para o PT, como a revista colombiana “Cambio” afirmou haver nos computadores de Raúl Reyes, em matéria publicada na ocasião? Enquanto isso o ex-padre Oliverio Medina, embaixador das FARC no Brasil, continua comodamente instalado entre nós com a sua companheira, funcionária do Ministério da Pesca.
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      Hélio Dias Viana é colaborador da ABIM

      domingo, 26 de setembro de 2010

      Novo Exército homossexual


      Importante general chama soldados cristãos de fanáticos

      • Hélio Dias Viana(*)
        Em incisivo editorial com o título acima, “The Washington Times” (16/09/2010) comentou que nesta semana Harry Reid, líder da maioria democrata no Senado, iniciaria a defesa de um novo projeto visando derrubar a lei conhecida como “Don’t ask, don’t tell” [não pergunte, não diga], em vigor a partir do governo Clinton, pela qual os homossexuais em serviço militar não podem ser perguntados a respeito de seu comportamento nem são obrigados a confessá-lo.

        No mesmo sentido, falando no mês passado para várias centenas de militares americanos no Quartel-General do Comando Europeu em Sttutgart, Alemanha, o general Thomas P. Bostick, vice-chefe do Departamento de Pessoal do Exército (foto), comentou favoravelmente o projeto, afirmando que se o mesmo for aprovado, os opositores da agenda lésbica, homossexual, bissexual e de gênero (LGBT) não mais serão bem-vindos ao Exército.

        “Infelizmente – disse o general – temos uma minoria de membros que ainda são racistas e fanáticos, e vocês nunca conseguirão ver-se livre deles”. E prosseguiu: “Essas pessoas que se opõem a esta nova política precisarão adaptar-se a ela, e se não o fizerem precisarão se retirar. Pouco importa o grau de instrução e educação dos opositores; vocês terão sempre aqueles que se oporão a isto por motivos morais e religiosos, do mesmo modo como vocês hoje ainda têm racistas”.

        Além de partir de um alto oficial, tais declarações se tornam ainda mais graves pelo fato de seu autor estar diretamente envolvido num painel do Pentágono voltado a definir a política militar sobre essa matéria. Ademais, o general Bostick se equivoca ao apresentar a questão dos homossexuais nas Forças Armadas como um assunto de direitos civis, quando o serviço militar é essencialmente discriminatório. Dele, por exemplo, são afastados os velhos, os muito fracos ou muito gordos, pois a finalidade das Forças Armadas é travar batalhas e vencer, e não defender sentimentos pessoais de minorias. Fazendo-o em relação aos homossexuais, o general também está discriminando essas outras categorias de pessoas.

        Cumpre ainda lembrar que nos EUA a exclusão das Forças Armadas de pessoas com conduta homossexual baseia-se nos princípios do Código Uniforme de Justiça Militar, que também criminaliza a conduta adúltera entre heterossexuais por solapar a boa ordem e a disciplina. No entanto, o general Bostick sugeriu a adoção de disciplina semelhante para proporcionar “educação e treinamento” aos soldados, marinheiros e membros da Força Aérea de modo a fazê-los abraçar a agenda LGBT!

        Na mesma linha do general, Tommy Sears, diretor-executivo do Centro de Prontidão Militar, declarou ao “The Washington Times”: “Infelizmente, se a lei [Dont’t ask don’t tell] for revogada, as Forças Armadas tentarão fazer o que elas fazem – fazer as coisas funcionar, para melhor ou para pior. Portanto, a dissensão não será tolerada. Se por qualquer razão você não concordar, seja ela por convicção religiosa ou objeção pessoal, sua carreira na essência estará encerrada”.

        O editorial termina evocando o direito dos militares a seguir sua reta consciência e pedindo a remoção do general Bostick de suas funções no painel do Pentágono que trata do assunto.

        *      *     *
        Eis, caro leitor, os absurdos a que conduz a doutrina professada pelos defensores incondicionais dos Direitos Humanos; tão incondicionais que no seu delírio em defender graves desvios de conduta de minorias, não hesitam em sacrificar até mesmo aquelas instituições das quais eles são representantes e que asseguram a soberania e o bem-estar da maioria da Nação!

        P.S.: Apesar de majoritários, os democratas felizmente não conseguiram a revogação no Senado do "Don't ask, don't call", pois necessitavam de 60 votos e só obtiveram 56. Uma nova votação só será possível após as eleições, quando se espera que eles perderão a maioria em ambas as Casas. Mas eles vão continuar, a menos que uma celeste Operação Sodoma ponha definitivamente fim aos seus pérfidos designios.
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        (*) Hélio Dias Viana é colaborar da ABIM

      segunda-feira, 20 de setembro de 2010

      Cá e lá, intervencionistas há


       
      • Hélio Dias Viana

       O leitor está por certo lembrado da recente “lei da palmada”, através da qual o governo Lula interveio no recinto da família, imiscuindo-se no pátrio poder.

      Embora de aparição antiga (11/08/2009), pela sua incontestável atualidade reproduzo abaixo excertos de um indignado artigo publicado na revista “Human Events” pelo ator e jornalista americano Carlos Ray “Chuck” Norris, no qual ele analisa aspectos de um análogo intervencionismo de Barack Obama nos Estados Unidos.

      Que outras afinidades existirão entre o novo Programa Nacional de Direitos Humanos — compêndio do que pensa e deseja implantar o governo petista — e a impopular Reforma da Saúde de Obama?

      Deste Obama a cujo respeito pelo menos os institutos de pesquisas americanos não mentem, e lhe atribuem a baixa popularidade contra a qual, apesar de todas as evidências, seus símiles brasileiros se encarregam de proteger sistematicamente o presidente Lula.

      Segredo Sujo N° 1
      no Serviço de Assistência de Obama

      As reformas do sistema de saúde estão se transformando numa revolta. Os americanos estão indignados com os parlamentares, nas reuniões realizadas em prefeituras ao longo dos EUA. [N.R.: Eles foram ao interior consultar as bases eleitorais a respeito do assunto, reunindo-se nas prefeituras, mas a indignação foi tal que alguns quase foram agredidos].

      Enquanto observava essas aquecidas noites políticas de agosto, decidi pesquisar as razões pelas quais tantos se opõem ao Serviço de Assistência de Obama, para separar os fatos da fantasia. O que descobri é a existência até mesmo de pequenos segredos sujos, profundamente enterrados dentro das mais de mil páginas do projeto sobre a saúde.

      O Segredo sujo Nº 1 do Serviço de Assistência de Obama versa sobre a intromissão do governo no interior das residências e a usurpação dos direitos dos pais quanto aos cuidados na criação dos filhos.

      Isso está esboçado nas seções 440 e 1904 do projeto da Casa (página 838), sob o título “programas de visita às casas de famílias com filhos pequenos e de famílias esperando filhos”. Os programas — concedidos através de concessão aos Estados — aconselhariam os pais sobre o procedimento a observarem no tocante à criação dos filhos.

      O projeto prevê que os agentes do governo — “quadros bem treinados e competentes” — forneçam aos pais os conhecimentos necessários ao desenvolvimento adequado à idade da criança nos domínios cognotivo, lingüístico, social, emocional e motor […], “modelando-os, consultando-os e instruindo-os quanto às práticas paternas a tal respeito”, bem como sobre suas “condições para interagir com os filhos a fim de intensificar o desenvolvimento próprio à idade”.

      Uma refutação do governo é a de que o programa seria “voluntário”. É verdade? Isso implica que essa agência apoiaria passivamente, até que, necessitados em saber como criar seus filhos, alguns pais dissessem: “Não penso chamar meus pais, padre ou amigos, ou ler uma pletora de livros, mas irei aos escritórios do governo?”

      Ao contrário, na página 840, o projeto aponta para grupos e problemas especificamente indicados: O Estado “deverá identificar e priorizar comunidades que estejam com grande necessidade de tais serviços, especialmente aquelas com alto índice de famílias de baixa renda”.

      É tudo isso o que você deseja ou espera de um plano universal de saúde impulsionado através do Congresso? Você quer que agentes do governo cheguem à sua casa e lhe digam como educar seus filhos? Quando é que o serviço de saúde do governo se tornou serviço de cuidado da criança?

      O governo precisa exercer menos o papel de dirigir a vida de nossas crianças e mais o de apoiar as decisões dos pais em relação aos filhos. Os filhos pertencem aos seus pais, não ao governo. E os pais devem ter o direito — e o apoio do governo — para criar seus filhos sem ordens, educação ou intervenção federal em suas casas.
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      (*) Hélio Dias Viana é colaborador da ABIM

      segunda-feira, 6 de setembro de 2010

      Natureza da vocação sacerdotal

      • Pe. David Francisquini*
      A missão do sacerdote é por natureza vocação de suma importância e valor, porquanto ele é investido dos mesmos poderes de Nosso Senhor Jesus Cristo. “Tu es sacerdos in aeternum secundum ordinem Melchisedech” Tu és sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque.

      Trata-se de uma escolha que Deus faz entre os homens, a fim de que os chamados para o sacerdócio ofereçam dons e sacrifícios pelos pecados do povo e pelos próprios, além de se compadecerem dos que ignoram e erram.

      O nascedouro natural da vocação sacerdotal — o sal que salga e a luz que ilumina — encontra-se sempre no seio das famílias verdadeiramente cristãs, dentro do lar imbuído da fé e da mentalidade da Igreja, bem como da pureza de costumes, da piedade e devoção.

      De tão sublime, tal chamado de Deus é comparável a uma cidade sobre um monte ou a uma torre inexpugnável, pois um bom padre salva consigo uma multidão, enquanto um mau padre pode levar atrás de si outra multidão.

      Na Epístola aos Efésios, São Paulo engrandece o sacramento do matrimônio ao compará-lo com a instituição da Igreja. Ao ressaltar a submissão da Igreja a Cristo, o Apóstolo convida as mulheres a seguirem o exemplo d´Ela quanto à submissão aos seus maridos; e a estes, a amarem suas esposas como Cristo ama sua Igreja. Em suma, fazer do lar o que faz Cristo com a Igreja: digna, pura, resplandecente, sem mancha nem ruga, santa e imaculada.

      Toda a grandeza do matrimônio se patenteia nessa consideração do Apóstolo em relação ao amor de Cristo à sua Igreja. E São Paulo ressalta que o relacionamento de Cristo com a maior das instituições é um verdadeiro mistério, pois a própria Igreja Católica Apostólica Romana é de origem divina.

      Como sacerdote, tenho certeza de que a aprovação do novo projeto de emenda constitucional sobre o divórcio prejudicará ainda mais as famílias, aumentando as separações conjugais. A nova legislação referenda o amor livre que, na prática, já vigora há tempos. Como esperar que de tal sociedade surjam vocações sacerdotais e religiosas? Como pretender o aparecimento de santos e heróis? A família monogâmica e indissolúvel, nascida no altar diante do sacerdote com todo requinte e pompa, se reduz a um contrato provisório. E já se propugna a absurda instituição de “família” formada por casais do mesmo sexo!

      Através de uma mudança cultural profunda, vai-se assim fazendo o que a União Soviética tentou implantar pela força. Mãos hábeis, cabeças inteligentes e corações empedernidos souberam trabalhar a sociedade para descristianizá-la e levá-la ao torpor, tornando-a indiferente e atéia.

      Não é de espantar que, sem nenhuma reação, o Estado vá ocupando cada vez mais o lugar dos pais e das famílias. Afinal, são eles próprios que correm pressurosos a entregar seus filhos nas creches públicas, onde estes são educados desde a mais tenra idade.

      Em troca, os pais recebem uma pensão do Estado, a dita “bolsa escola”. A continuar assim, não tardará o dia em que as crianças passarão a dormir nas escolas como internos, e ao serem indagadas sobre quem são os seus pais, respondam: — “Meu pai é o Estado socialista, e minha mãe, a Pátria laica e atéia”.

      Nessa perspectiva, o que fazer? “Ad te levavi, oculos meos, qui habitas in coelis”. (Sl 122, 1). Sim! Voltemos nossos olhos para Deus, para a Virgem de Fátima, pedindo perdão e misericórdia; pedindo, sobretudo, a grande vitória prevista por Ela em 1917: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”.
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      (*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira— RJ

      Encontrado champagne presenteada por Luís XVI ao Czar

      A champagne mais antiga do mundo, ainda em condições de ser bebida, foi resgatada de um navio no fundo do mar Báltico. Segundo Christian Ekstrom, um dos descobridores do “tesouro”, as garrafas datam de 1780 e eram um presente de Luís XVI para o Czar da Rússia. Os mergulhadores (foto) não sabiam que se tratava de champagne, abriram uma garrafa para conferir o conteúdo e ficaram entusiasmados: “O gosto era fantástico. Uma champagne muito doce, com gosto que lembra o tabaco e o carvalho”. As obras-primas da ordem cristã ganham valor com o tempo, sobretudo quando vinculadas a instituições como as monarquias francesa e russa. Em sentido contrário, os produtos da modernidade, ainda quando aproveitáveis, costumam depreciar-se e são rapidamente descartados, gerando amiúde ingentes problemas de lixo no planeta.

      quarta-feira, 1 de setembro de 2010

      O PNDH-3, AMEAÇA PARA O FUTURO, OU PARA AGORA?




      • Léo Daniele


      Dir-se-ia que não é para já. Estamos num ano de eleições, e o bom senso pede que aqueles inúmeros itens do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) fiquem para serem discutidos em 2011.

      Mas o bom senso não parece ser uma qualidade corrente em certos meios. Por isso, evitando o que possa dar idéia de um perigo, de uma ameaça, vai-se aplicando o conteúdo do PNDH-3 gradualmente, ponto por ponto.

      Seria um pouco como se, em vez de promover uma invasão maciça, uma tropa executasse uma infiltração soldado a soldado aproveitando da penumbra.

      Assim sempre haverá quem não se dê conta da manobra, e fique com a impressão do que o PNDH-3 jaz adormecido nalguma gaveta, devido à forte reação contrária.

      Um exemplo? O PNDH-3 defende a “desconstrução da heteronormatividade”, ou seja, fazer com que desapareça a idéia corrente no povo brasileiro de que o normal, o habitual, o santificado por um Sacramento é o casamento entre pessoas de sexo diferente.

      O PNDH-3 tocou a trombeta da “desconstrução da heteronormatividade”, e um órgão do Ministério da Justiça agora ecoou seu som (Portaria nº 25, de 25 de agosto de 2010), constituindo um Grupo de Trabalho para “diagnosticar, elaborar e avaliar a promoção das políticas de segurança pública” para os LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais,Travestis e Transexuais).

      Em vez de apoiar o casamento verdadeiro e “desconstruir” suas deturpações, vão fazer o contrário: promover “linhas de apoio” — como diz a resolução governamental — para as aberrações, e a “desconstrução” para o verdadeiro casamento, para as autênticas famílias, com base na “heteronormatividade”! Inversão total!

      Encontramos na Profecia de Ezequiel: “Tu não só não ficaste atrás em seguir os seus caminhos (de Sodoma), e em obrar segundo as suas maldades, mas quase foste mais perversa que elas em teu proceder” (16, 47). É de se meditar.

      Esse é apenas um item do PNDH-3, que escolhemos a título de exemplo. Estamos sob a ameaça do conjunto deles, e essa ameaça em boa parte é para hoje.

      O perigo, diz um ditado, vem mais rapidamente quando é desprezado. No nosso caso, ele está às nossas portas. Não o desprezemos.
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      (*) Léo Daniele é colaborador da ABIM

      Dom Sebastião, um rei de legenda

      • Heitor Abdalla Buchaul (*)


      No dia 4 de agosto de 1578 desaparecia na batalha de Alcácer-Quibir, Dom Sebastião, soberano de Portugal — “rei engendrado pela esperança e pelas saudades”, conforme o qualificou o pensador católico Plinio Corrêa de Oliveira.

      Nascido em pleno Renascimento, o ilustre príncipe português representava, em meio à corrupção dos costumes de seu tempo, um protótipo do cavaleiro medieval.

      Suas três orações diárias consistiam em pedir a Deus:
      • Que o inflamasse no zelo da fé, a qual desejava propagar pelo mundo;
      • Que Deus o tornasse um combativo guerreiro;
      • Que Deus o conservasse casto (Cfr. Dom Sebastião, de Antero de Figueiredo).
      Numa época em que o permissivismo moral grassava em todas as cortes da Europa, esse jovem monarca queria armar-se com a castidade para melhor combater e dedicar-se inteiramente às necessidades de seu povo. Em seu livro de confidências, foi encontrada a seguinte aspiração: “Terei a Deus por fim de todas as minhas obras e em todas elas me lembrarei d´Ele”.

      Seu sonho de conquista tinha como objetivo a propagação da verdadeira fé, conquistar o norte da África para proteger a Europa do perigo muçulmano. Ao mesmo tempo essa conquista tornaria mais fácil o envio de missionários e, com isso, aumentaria a possibilidade da conversão de novas almas para Jesus Cristo.

      Dom Sebastião era o exemplo do casto guerreiro inflamado pelo amor divino, contra a moleza luxuriosa dos apaixonados pelo paganismo greco-romano. Mas o soberano virgem desapareceu naquela batalha... nem por isso deixou de sobreviver no coração dos portugueses. “Portugal teve a nobreza de reconhecer em Dom Sebastião, o rei de seus sonhos”. (Plinio Correa de Oliveira, apud A Inocência Primeva e a contemplação sacral do universo).

      Assim chegaram até nossos dias, especialmente no Nordeste do Brasil, diversas lendas sebastianistas algumas até com certa beleza, parecendo contos de fadas. Dom Sebastião ultrapassou o seu tempo, séculos passaram e continuaram a esperar sua volta. Muitos negaram-se a acreditar no desastre de Alcácer-Quibir. Na verdade, queriam ver triunfar na civilização cristã, o verdadeiro, o bem e o belo tão bem espelhados naquele rei cognominado O Desejado.

      Porém, a Providência divina ainda se serviria do território português para um acontecimento mais sublime do que teria sido aquele tão almejado retorno. Em 1917, na Cova da Iria, é a própria Rainha do Céu e da Terra que vem anunciar uma mensagem universal, de advertência e de esperança, prometendo o triunfo do seu Coração Imaculado, não só naquelas terras, mas em todo o mundo.

      Podemos, pois, concluir que tantas esperanças não foram em vão, que a decadência já iniciada antes do nascimento de Dom Sebastião não perdurará, e dos atuais restos da civilização cristã Nossa Senhora fará brotar o seu Reino.
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      *Heitor Abdalla Buchaul é colaboraror da ABIM

      segunda-feira, 23 de agosto de 2010

      “Tudo vai muito bem, senhora marquesa”

      Diante das maiores catástrofes, os eternos otimistas sempre têm a mesma resposta: "Tudo vai muito bem"... 

      • Léo Daniele

      Uma musiquinha francesa veio-me à memória ao tomar conhecimento do noticiário da semana. Chama-se “tout va très bien, madame la marquise” (“Tudo vai muito bem, senhora marquesa”).

      Ela conta com muita verve a história de uma marquesa que, estando em viagem, telefona para seu criado querendo saber se tudo corria bem em casa.

      E o criado vai respondendo, sempre começando suas frases com um “tudo vai muito bem”.
      Terminadas as quatro primeiras palavras, vem o famoso “mas…”: ele começa a dar detalhes, muito deprimentes, terminando com um incêndio que destruiu parte do castelo. Conclui com um último “mas, tirando isto, tudo vai muito bem”.

      A música é uma sátira bem feita do otimismo sistemático e por princípio, e pode aplicar-se aos otimistas ou indiferentes diante da verdadeira “reforma do Brasil” para pior, preconizada pelo novo “Programa Nacional de Direitos Humanos" (PNDH-3). Aqui, isso não vai acontecer, pensam os otimistas… Para que se esforçar?

      Veja-se, por exemplo, a última estatística da Organização Mundial da Saúde sobre aborto em diversos países: no Leste europeu chegou-se a 103 abortos para cada 100 crianças nascidas vivas. Na Rússia de hoje realizam-se 95 abortos para cada 100 nascidos vivos! Na Espanha os abortos dobraram nos últimos vinte anos. Tudo isso é o que desejam os fautores do PNDH-3 para o Brasil.

      O corolário do aborto é um desproporcionado carinho para com os animais irracionais, um substitutivo do carinho para com as crianças. Se os meninos de nada valem, algo tem de ocupar seu lugar.

      Assim, lemos numa notícia: “O tratamento ortopédico, que incluiu até um pino na pata, doeu na fox paulistinha Cindy e no bolso da dona, a geógrafa Letícia Sartori. Depois de gastar uns R$ 7.000 com tratamentos, cirurgias e o parto da cadela, resolveu aderir a um plano de saúde para cachorro".

      “É um sofrimento porque ela é como se fosse minha filha. Ela já está mais idosa e começou a dar defeito como carro velho”, diz Letícia, dona da Cindy, de 15 anos. Para não confundir com cachorros muito parecidos, a operadora exige a implantação de um microchip para identificação do animal.

      Assim como nos planos de saúde para humanos, o convênio para os animais tem carência, limite de consultas, rede credenciada que varia de acordo com o plano contratado e é mais barato para bichos com menos de 6 anos (“Folha de S. Paulo”, 16-8-2010).

      Mas as coisas não param aí. Comenta o Globo: “Alguma coisa está fora da ordem. Cachorros de raças pequenas passeiam em carrinhos de bebê em Ipanema e crianças andam amarradas a coleiras para não se perderem dos pais. Duas foram vistas encoleiradas nos últimos dias: uma no Shopping Leblon e a outra, no Galeão” (16-8-2010). Não é igualdade; é a hierarquia, mas invertida. No caso, os cachorrinhos estiveram no alto dela, e os humanos, no rés-do-chão.

      Então, as aberrações vão entrando por toda parte e se implantando. Não há por que duvidar: "tudo vai bem"… bem para baixo! A única solução é fazer nossa parte e confiar em Nossa Senhora.
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      Léo Daniele é colaborador da ABIM