terça-feira, 26 de outubro de 2010

Parlamento Europeu discute proteção dos menores contra o abuso sexual


Heitor Abdalla Buchaul (*)

Entre os dias 28 e 29 de setembro realizou-se no Parlamento Europeu, sob o patrocínio da Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos audiência pública sobre o tema: Combate ao abuso e exploração sexual de crianças e à pornografia infantil.

Durante toda a conferência foram apresentados dados estarrecedores com relação ao tema abordado. Em média são recebidas em torno de 160 denúncias mensais sobre a existência de sites pedopornográficos; a comissão européia estima que entre 10% e 20% das crianças do Continente europeu estejam em risco de serem alvo desse tipo de abuso.

Em nossos dias 75% das crianças entre 6 e 17 anos utilizam a Internet e segundo pesquisas, 60% dos pais temem que seus filhos sejam vítimas de solicitações com fins sexuais, pois os pedófilos costumam agir mediante fóruns de discussão on-line para contatar potenciais vítimas.

Grande parte do seminário ocupou-se de dados técnicos e de pesquisas, legislações, etc, mas pouquíssimo se falou da verdadeira causa da crescente onda de imoralidade que atinge o mundo moderno e conseqüentemente as crianças.

Por exemplo, a Convenção das Nações Unidas relativa aos direitos da Criança de 1989 prevê em seu art. 34 que todos os Estados-Membros devem proteger a infância contra “Todas as formas de exploração e violência sexual”. Contudo, não é o contrário do que vemos, mesmo nas ruas em outdoors cada vez mais imorais? Em filmes? Na televisão? Não é uma violência expor tudo isso sem controle aos olhares dos inocentes?

Foi interessante a declaração de uma psicóloga alemã que por mais de 20 anos trabalhou com crianças vítimas de abuso: “As crianças precisam de adultos que se ocupem delas, muitas vezes seus pais não têm tempo... deixam seus filhos em mãos de estranhos [...] A infância está em perigo”. Em outros termos, a degradação da família, as famílias monoparentais, toda a visão de mundo moderna, em que as mulheres foram progressivamente incentivadas a trabalhar fora do lar, a fazer carreira profissional, prejudica em todos os níveis a educação de seus filhos.

Durante esses dois dias de discussão somente uma pergunta girou em torno da verdadeira causa do aumento desse tipo de abusos: “Não seria e permissividade hodierna a verdadeira causa de tudo isso? Por que um dia após completar 18 anos as pessoas perdem essa proteção tão discutida aqui?”. Não houve resposta para essa pergunta.

O que nossa sociedade poderia esperar da crescente revolução cultural surgida na Universidade de Sorbonne em 1968? Sob o lema “É proibido proibir”, as pessoas são levadas a seguir seus piores impulsos, a noção de bem e de mal é abandonada.

Portanto, a verdadeira proteção só virá quando as verdadeiras causas forem eliminadas, as famílias se fortalecerem e Deus colocado no lugar a que tem direito na sociedade civil. Mas quanto a isso, podemos seguir confiantes, pois foi prometido por Nossa Senhora em Fátima. Aguardemos, lembrando também a terrível sentença de Nosso Senhor: “Mas ai daquele que escandalizar um desses pequeninos que em mim crêem. Melhor lhe fora suspender a mó de um moinho ao pescoço e se lançar no fundo do mar”.
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(*) Heitor Abdalla Buchaul é colaborar da ABIM

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