segunda-feira, 8 de junho de 2009

“Discriminação” de cunho ideológico


Roger Vargas (*)
A propósito de um artigo da “Folha de São Paulo”, de 27 abril, sobre a discriminação e as cotas para estudantes universitários, veio-me uma recordação saudosa da época em que não havia quotas raciais nas universidades...

Discriminação é um termo que significa apenas ato de distinguir, separar, apartar. Porém, a palavra discriminação, como é entendida hoje em dia, tomou um sentido acentuadamente ideológico.

Não muito tempo atrás, recordo-me que quando pedíamos –– “Pode me dar uma nota discriminada?” –– isso significava tão somente classificar nela os produtos comprados.
Infelizmente, a significação da palavra mudou, e discriminação com sentido ideológico está atingindo, pouco a pouco, todos os setores da sociedade. No ensino, ela encontrou seu caminho através do sistema de cotas que obriga, por lei, ser reservada uma quantia de vagas nas universidades a alunos considerados “discriminados”.

Baseando-se no modelo de tribunais da Revolução Francesa, o candidato é entrevistado “por uma comissão que inclui professores, técnicos da universidade, estudantes e ativistas de organizações pró-direito dos negros: um autêntico e estapafúrdio tribunal racial”, comenta a “Folha”. Em tal entrevista, são feitas perguntas por essa “banca racial”. Dentre elas, a indagação se a pessoa alguma vez já se declarou negra ou parda, ou mesmo se já foi vítima de preconceito.

Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, uma caloura que afirmara nunca ter sofrido discriminação foi desqualificada pela comissão, por causa dessa afirmação!

Também na Universidade Federal de São Carlos (SP), segundo o matutino paulista, 25% dos alunos que haviam sido aprovados no vestibular por tal sistema tiveram suas matrículas canceladas, após serem questionados pela “banca racial”. E é clamoroso o fato de dois gêmeos univitelinos na UnB de Brasília, onde esse tipo de banca considerou um deles negro e o outro não...

Com a adoção de critério tão absurdo, quem é prejudicado? O próprio negro que, mais cedo ou mais tarde, não se orgulhará de não ter conquistado uma vaga por seu próprio esforço, mas sim por ter sido considerado “discriminado”...

E quem sai lucrando com tal situação? Os movimentos de esquerda que, cada vez mais vão incrementando no Brasil o espírito de revolta. Uma vez que falharam em seu intuito de levar o povo brasileiro à luta de classes, agora tentam induzi-lo à luta das raças. Num País universalmente reconhecido como modelo de miscigenação e de harmonia racial!

A pergunta que resta: até quando a opinião pública brasileira resistirá a esse ataque à ordem e à harmonia de raças vigentes? Quantos inocentes serão perseguidos ou mesmo encarcerados até que as normas da verdadeira justiça e o bom senso do povo brasileiro eliminem a tentativa de implantar maciçamente tal “discriminação” e a luta de raças em nosso País?
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(*) Roger Vargas é colaborador da ABIM

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