segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Escolhendo entre a liberdade e a honra

Cel. Plazas concede entrevista por ocasião da invasão, perpetrada pelos guerrilheiros do M-19, do Palácio de Justiça de Bogotá (Colômbia), em 1985
§  Hélio Dias Viana (*)
Valor moral hoje cada vez mais raro e, por isso mesmo, digno de todo louvor por aqueles que o prezam, a honra acaba de ser enaltecida na Colômbia por um lídimo representante da classe militar. Enaltecimento que não poderia ser mais adequado, pois proveniente de alguém oriundo de uma classe que não se deve mencionar sem reverência, por sua afinidade intrínseca com esse valor, bem como com três outros valores correlatos de que nosso mundo está tão carente, a saber, a ordem, a hierarquia e a disciplina.

É por ser uma representação viva de tais valores, e não pelos seus excessos, aliás, que a classe militar é hoje tão criticada e acerbamente combatida pela grande mídia e pelos meios progressistas civis ou religiosos, arautos de contra-valores, que não contentes em vilipendiar e reduzir drasticamente sua capacidade de atuação pelo ardiloso manejo do decálogo laico e unilateral dos “direitos humanos”, sonham finalmente vê-la um dia substituída por milícias populares, como acontece em Cuba, na Venezuela ou na China comunista. Mas então os excessos não mais existirão para humanos cujos legítimos direitos devem ser respeitados.

É em nome desses malfadados “direitos humanos” que hoje na Colômbia mais de dez mil militares das três armas, mas especialmente do exército, de generais a soldados, encontram-se presos e condenados, vários a altas penas, por lutarem para defender sua pátria contra a agressão interna de guerrilheiros que querem subjugá-la para transformá-la em outra Cuba ou Venezuela.

Uma dessas vítimas é o coronel Alfonso Plazas Vega [foto], considerado pelos colombianos como um heroi, por ter evitado um provável golpe de estado por terroristas do M-19 que tomaram de assalto o Palácio da Justiça em Bogotá, em 1985 [foto abaixo]. Ele foi condenado a 25 anos de prisão. Sem falar das várias centenas de vítimas, militares e civis, que anualmente perdem um ou vários membros do corpo, quando não a própria vida, em decorrência de minas criminosas das FARC e do ELN; jovens soldados na sua imensa maioria, privados com frequência da visão, entretanto caminham eles resignados e altaneiros pelas ruas, por terem fé e compreenderem que diante de Deus seu sacrifício não foi em vão.
Mesmo perseguida, a honra não se altera, nem pode ser arrebatada em favor de outro valor tão falado e cada vez mais ameaçado: a liberdade, da qual, aliás, gozam hoje terroristas que protagonizaram o assalto de 1985. Mas o senso da honra não se alterou no coronel Plazas. Com efeito, através de seu advogado, Dr. Jaime Enrique Granados Peña, ele acaba de enviar uma carta ao fiscal geral da Colômbia, Dr. Eduardo Montealegre Lynett, dizendo-lhe que não deseja beneficiar-se do Marco Jurídico para a Paz e que pretende demonstrar sua inocência pelos meios legais vigentes no país.

De acordo com esse Marco, o atual o governo colombiano de Juan Manuel Santos, apoiado entre outros por Cuba e Venezuela, deseja anistiar os terroristas das FARC, para que eles possam participar da vida política do país. Ou seja, se o coronel Plazas fosse um oportunista, simplesmente aproveitaria para entrar no mesmo “pacote” com criminosos terroristas; mas isso não somente feriria seus princípios, como também importaria o não reconhecimento de sua inocência. Prevaleceu assim a honra, e com ela a verdade que o libertará na mais alta acepção do termo.
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(*) Hélio Dias Viana é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)

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